The Legend of Kelden
Olá amigos!^^
Este será o tópico que eu usarei para postar a minha FIC!
Antes de começarem a ler, quero que saibam que logo no primeiro capítulo, alguns personagens não terão seus nomes revelados, e que a partir do segundo capítulo, alguns personagens terão aparições VIPs(Não reclamem se o seu personagem aparecer pouco!TODOS terão um capítulo dedicado a eles!)
Bem, que comece então!^^
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Prólogo atual...
Kelden é uma terra mágica e diferente, com as mais fantásticas e diversas paisagens e criaturas mágicas que se pode imaginar. Kelden é dividida por quatro continentes diferentes. Alabarda, Silverá, Saiya e Kamenon. Ambos com suas próprias leis e governos, porém, são todos governados por um único poder: O poder do Lótus de Diamante! O Lótus de Diamante é um símbolo de paz, união e força. Enquanto ela estiver na capital Einbol, sede de Kelden, protegida pelo poder dos Sete Confinados, a paz e ordem em Kelden estará mantida.
Porém, no ano de 133 da Meia Era, os Adeptos, uma organização que sempre quis dominar Kelden levando este mundo as ruínas, interceptou um grupo de soldados que pensava em derrotá-los mas estes foram enganados e algum tempo depois, iniciou um ataque terrorista a Kelden atacando cidades, pessoas inocentes e os quatro continentes. Depois, estes em uma tentativa de tomar o Lótus de Diamantes, acabaram o deixando se perder por ai em Kelden, e o mundo veio às ruínas com terremotos, tsunamis e caos!As quatro nações perderam sua confiança umas nas outras e sua aliança se rompeu!
Depois de um tempo, o Lótus foi esquecido, e quando lembrado, a pronuncia de seu nome foi proibida, assim, todos começaram a chamá-lo de "Hope"!Agora, os Adeptos, tomados pelo poder e pelas trevas, irão fazer de tudo para encontrar o "Hope", e então, destruir o mundo!
Agora, muitos aventureiros no mundo inteiro revelaram suas vontades: Uns sonham em acabar com o mal, outros, vingança contra os Adeptos, e outros, assim como os soldados de Kelden, encontrar “Hope” e salvar Kelden.
BÔNUS:
Mapa de Alabarda:
- Spoiler:
The Legend of Kelden
Capítulo I
Os novos aventureiros!
Continente de Alabarda
Ano 151 da Meia Era
O sol estava luminoso e o céu com as nuvens mais brancas que qualquer um já poderia ver. Pássaros rodavam uma árvore de grande porte em um morro alto cheio de arbustos e coelhos que andavam a procura de alimentos. A árvore era velha, porém suas folhas eram claras e saudáveis. Deitada em seu tronco, estava um individuo de casaco preto sobre uma camisa marrom de botão. Seu cabelo era branco e suas roupas estavam bagunçadas e desabotoadas. Este tirava um cochilo encostado na árvore, logo abaixo de um galho cheio de maçãs. Ao seu lado, havia vários coelhos dormindo junto consigo.
Inesperadamente, uma maçã se soltou do galho pela qual estava presa e caiu na cabeça do jovem. Este levou um tempo para acordar, e então abriu os olhos como se tivessem chamado pelo seu nome. O jovem se levantou, se espreguiçou e observou a paisagem: Podia ver campos de plantação, uma cidade grandinha e montanhas atrás dela.
-Que belo dia! – Suspirou.
O jovem se ajoelhou, apanhou a maçã caída ao lado de seus pés, á levou até a boca e a mordeu. Deu duas dentadas e depois a jogou aos coelhos. Depois se virou e andou até atrás da árvore onde um panda estava dormindo deitado. O panda era grande, tinha uma faixa de Karate vermelha amarrada ao redor de sua cintura, e presa nela, um par de adagas ninja. O garoto colocou sua mão na cabeça do urso e este acordou em um piscar de olhos. O panda se levantou e se sentou ao lado deste, que se virou e olhava perturbado para o horizonte atrás das montanhas.
-As aves estão agitadas e o ar sufocante... – Comentou. – O tempo de paz acabou. Parece que eles voltaram a agir!
O garoto deu meia volta e caminhou rumo a uma floresta atrás de si seguido pelo seu panda que caminhava ao lado deste, com sono.
~
-Pai, por favor, deixe-me sair somente hoje!
-Não Lya! Você deve estudar magia!
-Mas pai!
-Não!
O homem forte e robusto vestindo uma capa de couro verde fechou a porta do quarto na cara de uma jovem moça, não adulta ainda, mas bela como o céu e calma como o vento. Seus cabelos eram loiros e bem longos. Atrás eram amarrados por um laço roxo, e vestia um vestido violeta da mesma cor que seus olhos.
Lya Petrun nasceu em meio às planícies de Franha, em Alabarda, na qual sua mãe morreu ao fazer o parto. Após completar 11 anos, seu pai a forçou a trabalhar na Guilda para desenvolver seus poderes mágicos, porém, nunca a deixou sair mundo a fora em uma jornada de verdade. Por isso mesmo ela vive entrando em discussões com seu pai.
A Guilda de seu pai é conhecida pela região. Guilda Petrun!Fundada pelos ancestrais da família Petrun. É uma das Guildas mais antigas de Alabarda.
-Que ódio! – Resmungou Lya. – Nunca irei conseguir sair daqui!
Lya se jogou na cama de seu quarto, ao lado de um criado mudo na qual nele havia um livro de feitiços, e, em cima do livro, uma varinha mágica.
-O dia está tão ensolarado... Porque tenho que estudar magia em casa?Porque não posso sair?Porque tenho que ser exatamente como a mamãe?
Os pensamentos raivosos de Lya logo foram interrompidos pelo som de um trovão que ecoou pela Guilda inteira.
No andar de baixo, todos os aventureiros, membros da Guilda pararam de se embebedar, falar e outros afazeres para ouvirem o som que continuou ecoando pela e se repetindo. Um senhor de idade usando uma capa preta sentado em um banco olhou pela janela e viu pingos de chuva cair do céu, e logo atrás deles, veio uma chuva forte.
-Começou a chover... – Comentou.
O pai de Lya, sentado de frente ao balcão do bar da Guilda se levantou e foi em direção a porta da Guilda que estava aberta para ver a chuva caindo pesadamente e deixando a vista do lado de fora toda borrada.
-Uma tempestade de repente? – Perguntou á si mesmo. – Fechem a porta.
Dois homens sentados em cadeiras perto da porta se levantaram e fecharam a grande porta da Guilda e a travaram com um pedaço de madeira.
Continuou a chover por uma hora. A chuva não parava, porém, todos voltavam a fazer seus afazeres e paravam somente quando um trovão caia em algum lugar das redondezas.
Lya observava pela sua janela, a chuva caindo e o dia antes ensolarado, agora nublado.
-Que saco! – Exclamou. – Eu gostaria tanto de estar embaixo desta chuva! Fora desta Guilda e dos olhos do meu pai!- Lya ficou com um olhar triste e sonolento. – Quando será que algum aventureiro destemido e belo irá chegar para me tirar daqui? – Perguntou a si mesma, logo se virando, deitando em sua cama, apanhado seu livro de magia e começando a lê-lo.
~
A chuva que atingiu o norte de Alabarda durou um dia, e então parou.
Perto da cidade de Pajah, aos arredores do bosque do “Ataque Gnoll”, cujo nome foi recebido devido ao fato de que há dezoito atrás naquele bosque houve um massacre feito por um ataque de cinqüenta Gnolls contra um grupo de cavaleiros de Alabarda, uma jovem caçadora andava sorridente e alegre por entre as árvores que rondavam este.
Era uma bela moça (com quase 20 anos) de cabelos loiros longos que descem até as suas costas, soltos, e com a franja presa por duas presilhas e olhos castanhos avermelhados. Pele clara. Usa um top marrom e um shorts da mesma cor; luvas que cobrem até o cotovelo; Meias longas e botas de cano curto. Carregava consigo uma aljava de flechas e um arco em suas costas, era de fato, uma caçadora que lutava na base do manuseio de arco e flecha. Voando ao seu lado vinha um falcão fêmea, que voava suavemente sem querer se distanciar de sua aparente dona.
Possuía orelhas pontudas que saiam à amostra. Isso comprovava que ela era uma Elfa.
A garota parou em frente a uma árvore, e notou que nesta havia, fincado em seu tronco, um machado de arremesso, velho e enferrujado. A moça se aproximou do machado e o retirou com o maior cuidado da árvore e o amarrou a sua cintura. Sorriu para a árvore, e entrou no bosque.
A bela caçadora andou serena e feliz pelo bosque, com sua águia agora pousada em seu ombro devido à ausência de espaço para permitir que a ave voasse livremente no bosque. Caminhou desviando dos galhos úmidos caídos no chão, certamente derrubados pela recente chuva, e então, ao se aproximar de uma árvore, notou alguns arranhões superficiais nela e ao redor, estilhaços de ferro e pelo de hiena grudado nos arbustos. A caçadora se agachou para examinar os elementos encontrados e então falou em um suspiro:
-Pelo de Gnoll... – Parou. – E fragmentos de espadas quebradas! – Completou.
Ela se levantou e olhou ao seu redor notando, ligeiramente cobertos pelas folhas secas alaranjadas e pelo barro, espadas, escudos e lanças jogados por todo lado. Arregalou os olhos quando notou também esqueletos usando armaduras e outros sem. Certamente eram os corpos em esqueleto dos soldados de Alabarda e dos Gnolls que lutaram naquele mesmo local há dezoito anos.
A caçadora engoliu em seco, mas voltou a caminhar pelo bosque em direção as florestas de Mildra. Algum tempo depois enquanto andava calmamente (mais tranqüila do que antes por ter visto corpos mortos em esqueleto puro) notou que um cheiro diferente predominava no ar e então parou e ficou atenta a tudo que rondava a área.
-Fique atenta Azu! - Falou para sua falcão.
A caçadora esperou e nada aconteceu então se agachou e começou a remexer o solo a procura de algo, quando após tirar algumas folhas secas de cima de um monte de terra, notou quer nele havia gravado uma pegada suspeita: Era uma pegada grande, de três dedos com unhas pontudas.
A caçadora tocou no solo e então cheirou seus dedos.
-Como eu suspeitava! – Disse cuidadosamente. – É uma espécie de réptil... – Ela andou ainda agachada um pouco mais para frente seguindo mais pegadas semelhantes à anterior para ver se descobria algo mais. – Mas... Não pode ser! – Exclamou ela, surpresa. – É um Basilisco. O que uma criatura destas faz em uma floresta? – Perguntou em um sussurro para si mesma.
A caçadora se levantou rapidamente, tirou seu arco de suas costas e sacou uma flecha a colocando em posição de disparo em seu arco.
-Prepare-se Azul! Hoje iremos caçar uma bela cobra! – Falou a caçadora em um ar sorridente, andando cautelosa, seguindo as pegadas do Basilisco, que aparentemente, foi em direção ao norte: Para a floresta de Mildra.
~
No interior da floresta de Mildra, uma doce garota de cabelos rosa andava tranquilamente rumo às profundezas da floresta. Esta usava uma camisa social branca, com gravata vermelha e sobre ela, um casaco preto. Usava uma saia vermelha xadrez, presa por uma corda cinza e um cinto preto de couro. Seus olhos eram castanhos claros e em seu cabelo havia uma presilha vermelha em forma de “x”. Aparentemente era baixa, tendo 1,50 de altura.
A garota estava alegre, pulava sobre as poças de lama e sobre os grandes galhos pontudos caídos entre os arbustos verdes e as árvores. Porém, logo dois homens pularam de trás de duas árvores pela qual a garota ia passar no meio e interditaram seu caminho.
Eram bandidos!O da esquerda usava um conjunto de roupas pretas e uma bandana na testa. Usava um cinto de couro pesado e amarrado nele, um punhal cinzento; E o outro usava um manto branco escuro e tinha longos cabelos prateados.
A garota mal os notou e o da esquerda avançou em cima de si e a agarrou por trás imobilizando seus braços e os colocando atrás de suas costas. O outro sacou uma espada curva e a apontou para a garota.
-Kyaaaa! – Gritou a garota após ser agarrada pelo bandido da esquerda.
-Vejamos o que temos desta vez... – Comentou o bandido de preto sorrindo maliciosamente para esta enquanto apertava seus braços.
-É só uma jovem andando despreocupada pela floresta! – Confirmou o Segundo. – O que uma garota como você faz por aqui?Não sabia que a floresta de Mildra não é um lugar seguro para crianças?
-Vocês são mercenários não são?O que vocês moços querem comigo? – Perguntou a garota em um tom inocente, puro e meigo.
-Não é o que queremos com você!E sim o que queremos DE você! – Corrigiu o que a segurava.
-Vamos, reviste-a!
O mercenário que a segurava por trás, com a mão esquerda segurou os dois braços da garota com força fazendo-a gemer de dor, e com a mão direita, a enfiou dentro da saia da garota e começou a fuçar para ver se encontrava algo.
-Nãããããooo! – Gritou a garota em um ar de constrangimento.
Este passou sua mão praticamente pelos arredores da cintura dela até encontrar algo. Puxou para fora um punhal dourado, com lamina curta e entre o cabo e a lamina, um circulo com uma estrela dentro. No que este o puxou, rasgou um pedaço da saia da garota e depois o estendeu ao companheiro.
-Veja! –Exclamou.
O outro mercenário apanhou o punhal com sua mão livre e o examinou.
-Hm... – Falou este examinando a arma. –É um belo punhal! Nunca vi um igual!Certamente é uma arma rara!
-Este punhal é meu! – Reclamou a garota.
-Cale-se! –Ordenou o primeiro mercenário jogando a garota contra o chão com violência.
A garota caiu de cara no chão e liberou um curto grito de dor e depois permaneceu deitada, mas fazendo força para se levantar apesar de que não estava gravemente ferida nem nada de sério.
Bem, creio que é só isto que ela possui! – Concluiu o segundo guardando sua espada.
-Ela ainda tem as roupas! – Corrigiu o primeiro maliciosamente.
-Não! – Gritou esta se virando para estes e se encolhendo de uma forma inocente.
-Vendo por este lado... Ela é bem bonitinha! – Concordou o segundo sorrindo.
-Vamos nos divertir com ela e depois terminamos o serviço! – Optou o primeiro tirando a banda, a jogando no chão e se aproximando da garota enquanto tirava o cinto.
-Não!Por favor!Não... – Falou a garota assustada e constrangida, deixando uma lágrima escorrer pelo seu olho esquerdo.
Você realmente não sabe se cuidar sozinha!
Os dois mercenários pararam congelados e então viraram seu olhara para a trilha pela qual a garotava havia vindo.
-Quem está ai? – Perguntou o primeiro.
Sons de passos foram ouvidos. Múltiplos passos lentos, mas pesados. O som se aproximava e os dois olhavam desconfiados para a escuridão até que começaram a tremer. O segundo, impaciente e querendo dar uma de durão, sacou sua espada e a apontou para a escuridão.
-Quem vem lá? – Perguntou este, bravo.
-Nós somos mercenários de alto nível de poder!Não tente nos assustar! – Gritou o primeiro se levantado e apontando os punhos com bravura para a escuridão, apesar de que este estava definitivamente com medo.
-Irritante! – Reclamou a voz.
Os dois engoliram em seco e um vulto começou a surgir da escuridão e então começou a se transformar em um monstro. Tinha pele escamosa roxa; olhos pequenos, amarelos e luminosos; múltiplos dentes afiados; uma crina de espinhos que começava na cabeça e ia até as costas onde esse número aumentava brutalmente em tamanho e pelo que dava para perceber, havia mais de duas patas: Na verdade eram ao todo oito. O bicho era de tamanho médio e aparentava ser pesado.
-Não pode ser... – Exclamou o segundo. – Esta aparência...
-É um Basilisco! – Exclamou em um grito de pavor o primeiro.
-Não é só isso! – Corrigiu o segundo em estado de choque. – É um Basilisco Superior Abissal!
-Morram! – Exclamou a fera.
Os dois mercenários congelaram. Não conseguiam mais se mover e lentamente, começaram a virar pedra! Permaneceram com a mesma expressão facial de medo e imóveis sem reagir ou gritar por ajuda. Logo, em cerca de poucos segundos, estes viraram pedra pura, deixando apenas suas roupas e seus pertences para trás.
A garota se levantou abobada do chão e então limpou a sujeira do seu corpo dando múltiplas palmadas nele.
-Você é um caso perdido! – Falou o Basilisco para a garota.
-Não enche! – Retrucou a garota, agora, ao invés de amedrontada e inocente, brava.
-Se não fosse por esse seu gosto ridículo por pervertidos, eu não teria que ficar salvando-a quase o tempo todo, Maya! – Disse o Basilisco.
Sim, a garota se chamava Maya. Foi abandonada pelos pais quando pequena na floresta de Mildra, onde curiosamente conheceu Bella, a Basilisco fêmea que a treinou e a ensinou a se comunicar. Maya tem apenas treze anos, porém, vive tranquilamente na floresta. Apesar de que sempre dá mole para pervertidos, o que o irrita Bela.
-Por onde esteve? – Perguntou Maya mudando de assunto enquanto tirava seu punhal do meio das roupas do mercenário de branco, agora petrificado.
-Procurando comida! – Respondeu Bella. – Mas não achei nada... – Bella fez uma pausa e começou a andar lentamente em direção as estatuas de pedra. – Pelo menos para você!
-Essa é a sua sorte! – Resmungou Maya. – Você ao menos pode se alimentar de pedra!Eu não! – Bella cruzou os braços, fez bico e deus as costas a Bella.
-Mas não é qualquer pedra!Eu só posso me alimentar daqueles que eu transformo em pedra! – Corrigiu Bella.
-Tá certo, mas antes me deixe pegar as roupas deles, então você poderá se alimentar! – Encerrou Maya tirando as roupas das estátuas.
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Em um porto na cidade portuária de Zarpona, um grande barco com o porte de um navio estava ancorado e prestes a zarpar. Seus tripulantes eram todas mulheres e estas carregavam caixotes e baús para dentro do navio através de pontes de madeira que ligavam este ao cais de desembarque. Grande parte das mulheres curiosamente usava calças compridas (um pouco rasgadas) presas por cintos ou não; camisas com desenhos violentos ou listradas (de preferência, curtas deixando a barriga à amostra); algumas usavam brincos e algumas bandana na testa. Porém, todas carregavam consigo espadas presas na calça ou em suas mãos. Algumas levavam a bagagem (caixas, barris, baús e outros recipientes) para dentro do navio e outras andavam pelas redondezas como quem estivesse procurando algo ou alguém. Estas andavam armadas.
O porto estava meio vazio. Os cidadãos de Zarpona estavam mais para o interior da cidade do que para o porto, exceto alguns bêbados que andavam cambaleando perto de caixotes jogados por todos os lados e cachorros que ao se aproximarem do cais que o navio ancorou, eram assustados pelas mulheres que faziam a ronda.
-Já terminaram? – Perguntou uma mulher de calça Jeans desabotoada, camisa branca, vestindo um curto casaco de veludo verde e uma bandana com uma caveira de bandeira de pirata e na testa da caveira, um circulo amarelo com um coração azul dentro. A mulher tinha cabelos ruivos longos e olhos verdes de fúria.
-Sim senhora! – Respondeu uma mulher de shorts jeans também desabotoado, usando uma camisa listrada e com os longos cabelos loiros amarrados por um rabo de cavalo. Esta possuía três piercings em cada orelha e um no queixo.
-Então vamos partir! – Ordenou à ruiva, que aparentava ser a líder do grupo.
As demais mulheres que faziam a ronda se apressaram em entrar no barco que logo partiu sem ninguém testemunhar sua partida.
Em alto, mar, algumas mulheres levavam os caixotes e baús para o convés do navio, e outras, içavam as velas, jogavam conversa fora enquanto bebiam (poucas faziam isso) ou subiam no mastro principal do navio. A ruiva que aparentava ser a líder andou até o mastro principal seguida por uma mulher um tanto mais jovem que esta. Ela tinha cabelos pretos curtos, usava uma calça igual a da “líder”, uma camisa rosa com manchas vermelhas e um caixão cinza desenhado nela. Esta tinha um piercing na boca e outro no queixo.
Amarrado ao mastro principal havia cinco homens sentados. Dois deles eram jovens, aparentavam serem cidadãos comuns; Um usava uma malha de ferro, o que representava que era um soldado de Alabarda; o outro era um senhor de idade, com roupas nobres e elegantes e o outro era um velho usando uma capa que lhe cobria o rosto. Todos amarrados por uma única enorme corda que os mantinha bem presos.
-O que pretende fazer com eles, capitã? – Perguntou a de cabelos escuros para a ruiva.
-Irão servir como escravos!Trabalharão na cozinha e na limpeza do navio! – Falou esta olhando com desprezo para os velhos e o soldado. – E estes dois serão a nossa “diversão”! – Completou a capitã, olhando maliciosamente para os dois jovens que as olhavam com nojo.
- Mas e enquanto ao garoto que estava nos seguindo? – Perguntou a de cabelos escuros.
-Ele não é problema! – Respondeu a capitã. – Ele esta em um! E nós estamos em praticamente cinqüenta!Não terá chance contra nós! – Completou esta, se virando para a de cabelos escuros. – Vamos até Sagah! Pegue os mapas e nos de as coordenadas, “imediata”!
-Sim senhora!
A imediata se virou para ir até a cabine e a capitã lhe deu um tapa na bunda como quem estivesse a assediando. A imediata ignorou e voltou a andar até a cabine.
Logo, uma mulher do mesmo tamanho que a capitã, de cabelos verdes longos, vestindo um casaco de couro e por baixo biquíni branco se aproximou da capitã e perguntou:
-Seria melhor não irmos para Sagah capitã! Há muitos navios da frota militar de Alabarda naquela região!
-Eu sei! – Disse a capitã séria e pensativa. – Talvez seja melhor mudarmos nosso curso... Quem sabe para a costa perto das montanhas de Emporium!
-Na verdade vocês não vão a lugar nenhum! – Falou uma voz atrás das duas mulheres.
Elas se viraram interrogativas e viram o velho de capuz sorrindo.
-O que você disse? – Perguntou a capitã como se tivesse acabado de ter sido insultada.
-Vocês não irão a lugar nenhum! Não a partir de agora!
O velho logo se levantou e a corda ao seu redor se cortou em vários pedaços libertando-o e aos demais presos.
-Como? – Indagou a capitã.
-Quando confiscaram minhas coisas, esqueceram de revistar meu bolso, na qual eu guardei esse punhal comigo! – Falou o velho soltando o punhal no chão que fincou com sua ponta na madeira do navio.
Curiosamente, sua voz era muito jovem para um velho, mas logo, ele tirou o casaco e se mostrou ter o porte de um jovem quase adulto. Usava uma roupa de batalha leve e de manga regata e uma calça de combate. Tinha um tapa-olho no olho direito e uma bandana marrom ao redor de sua testa que mantinha seus cabelos marrons espetados em pé.
-Q-Quem... – Gaguejou a capitã.
-Eu não sou velho! – Falou o jovem tirando a barba que se mostrava ser postiça da cara e deixando cair no chão.
Todas as tripulantes do barco logo pararam seus afazeres para verem surpresas o jovem que as havia enganado.
-Quem é você? – Rugiu a capitã.
-Eu sou Kenshin Yamanobe! Um espadachim de Alabarda, muito prazer! - Falou Kenshin sorrindo para a capitã e a tripulante ao seu lado. – Andei seguindo vocês pela última semana, “Piratas da tripulação Afrodite”! Sei que estão indo para o norte de Alabarda, e então decidi capturá-las e ganhar uma recompensa com isso! Além de que irei libertar os prisioneiros deste barco.
A capitã deu uma risada debochadora e muitas de suas tripulantes fizeram o mesmo logo em seguida, porém em um tom mais baixo.
- Nos capturar? – Riu a capitã. – Você é só um jovem moleque que não chegou aos vinte anos! Acha que sem arma nenhuma pode nos vencer?A Tripulação Afrodite? – Perguntou a capitã, rindo enquanto jogava seus cabelos para trás. – Nós confiscamos sua espada, se é que, ela realmente estava dentro daquele caixote que você carregava! – Riu esta.
-Não me subestimem! Eu sou bastante habilidoso! Só preciso desarmá-las para pegar uma espada e assumirei o comando da situação! – Falou Kenshin se colocando em posição de combate.
Na verde, dificilmente Kenshin venceria esta. Kenshin tem um fraco por mulheres, e como pelo menos metade das tripulantes do barco eram belas moças com corpos desenvolvidos, este não se sentiria muito à vontade em lutar com elas.
Porém, para a surpresa de todos no barco, um vento gelado soprou e fez todos estremecerem um pouco. As tripulantes pararam e olharam para todos os lados com cala frios como se estivessem procurando algo. Kenshin se virou e olhou para lá longe, em direção ao mar, e notou que alguma coisa estava vindo lentamente.
-O que é? – Perguntou a de cabelos verdes ao lado da capitã.
-É ele... – Falou a capitã hipnotizada olhando para o horizonte azul.
-Então ele as seguia também... – Comentou Kenshin.
Ao longe, cerca de uma milha de distancia do barco pirata da Tripulação Afrodite, um pequeno barco vinha pelo mar. Era uma canoa. Ela vinha lentamente e calmamente, e dentro dela, estava um garoto de treze anos, usando um colete marrom de regata, e uma calça agasalho vermelha cheia de bolsos. Ele usava luvas pretas e uma capa toda esfarrapada e surrada jogada para trás. Este tinha cabelos marrons e seus olhos eram vermelhos, apesar de que no momento ele estava de cabeça abaixada e de braços cruzados, como se estivesse dormindo no barco. Atrás de si, havia em pé, uma grande foice de cabo de madeira e uma lamina fina, afiada e brilhante.
O barco vinha na maior tranqüilidade e o garoto nem abria os olhos.
A tripulação começou a emitir um ar de suspense e Kenshin por mais que quisesse, não conseguia tirar os olhos do pequeno barco vindo na direção do navio pirata.
-Droga! –Exclamou Kenshin. –Não posso me distrair!Meu foco é...
Porém, antes de terminar sua frase, a capitã bateu com força com um pequeno baú na nuca de Kenshin e este apagou antes mesmo de cair de frente para o chão.
-Capitã... – Falou a moça de cabelos verdes.
-É só um idiota qualquer!Prendam-no compartimento de cargas! - Disse a capitã largando o baú e deixando-o cair no chão. – Esqueçam aquele “outro” cara!Vamos rumo às montanhas de Emporium!Fui clara? – Gritou a capitã.
-Sim senhora! – Responderam as tripulantes em coro.
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Enquanto isso, nas montanhas de Emporium, uma mulher de vestido azul e roxo, com mangas bordadas de uma forma nobre, cabelos azuis longos com franja e olhos azuis observava o Sol de longe. Sua pele era clara, e a luz do Sol a deixava mais clara do que o normal. A mulher levantou seu braço direito e com a sua mão envolta por um longo pano branco e um colar, jogou para trás alguns fios de cabelos que estavam cobrindo sua visão por causa do vento que batia no alto da montanha.
Atrás dela, logo, um dragão roxo surgiu. Era um dragão de escamas finas, com asas não tão fortes e semelhantes à de morcegos. Seus olhos eram vermelhos como os da mulher, e ao redor de seu rosto havia longos espinhos. Tinha músculos satisfatórios, e em suas costas uma coluna de pequenos espinhos desciam até a sua cauda enrolada. Sua coloração era roxa, porém, dá a impressão de ser preto devido às sombras projetadas pelo corpo.
-O que a incomoda, mestra? – Perguntou o dragão a mulher com uma voz grave e forte como um trovão (porém, em um volume totalmente inferior ao de um verdadeiro).
-Sinto uma inquietação no ar... – Respondeu a mulher em uma voz calma. – Parece que muitas coisas vão mudar de uma forma desagradável.
-Há anos o mundo esta em guerra!Kelden já não é mais segura!Eu vivi muito, e não aconselharia uma nova geração nascer nos tempos de hoje! – Comentou o dragão.
-Também não aconselharia! – Concordou a mulher. – Porém, em meio a esta guerra toda, os Adeptos e “Hope” pouco me importam!Só o que quero é destruir todos os que aprisionaram minha vila no passado! – A mulher ficou séria e fria.
-Para onde pretende ir então, Shimizu? – Perguntou o dragão a Shimizu, sua domadora. Uma alegre mulher que passou longos anos de sua vida sendo torturada junto com sua vila em um lugar de sofrimento e dor. Após escapar de lá com vida, Shimizu encontrou Kumo, e se tornou mestra deste.
-Iremos para Doh!É perto daqui e ouvi dizer que lá por ser uma cidade mineira, possui várias minas!Certamente grupos de pessoas que eu procuro devem escravizar cidadãos da cidade por lá e os obrigarem a trabalhar!
-Se é assim...
-Vamos, Kumo!
A mulher sorriu alegremente, deu meia volta, andou em direção a Kumo e subiu nas costas deste. Logo depois, Kumo bateu asas e começou a voar livremente pelo céu. Rondou um pouco as montanhas, mas então se concentrou em ir para um nível mais baixo, aonde chegaria a Doh.
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Longe de Alabarda, longe de Kelden e de qualquer outro lugar que se possa imaginar, em uma caverna, a mais secreta e terrível possível que nem mesmo as criaturas mais obscuras se atreveriam a entrar, uma reunião acontecia.
No interior da caverna, havia uma grande área vazia. Um espaço só de névoa e rochas pontudas. Porém, logo, um círculo formado por um fogo azul surge no meio da caverna e em seu interior um pentagrama. A luz era forte o suficiente para iluminar até os pequenos buracos na parede pela qual os vermes se escondiam.
Logo, no topo de cada um dos doze pilares de rocha ao redor do grande circulo de fogo azul, figuras de capuz começam a surgir a partir de uma chama azul que saiu de dentro dos pilares e aos poucos foi se apagando. Ambas as figuras usavam um capuz preto e no meio da vestimenta, na região da barriga, havia uma cruz com os braços caídos para baixo.
A luminosidade do fogo abaixou, e o local ficou mais escuro, porém a luz azul emitida pelo fogo iluminava 1/3 do local.
-Estão todos aqui? – Perguntou um dos seres de capuz com uma voz forte e pesada.
-Sim! – Respondeu os demais seres em coro.
-Esta na hora de pormos um final nesta história de uma vez por todas! – Falou o ser que fez a pergunta inicial. – A tempos procuramos “Hope” sem nenhum resultado!Porém, nossa busca resultou em mortes e destruição!A destruição de Kelden é a nossa recompensa, porém, não podemos governar um mundo que esteja aniquilado por completo! – Este fez uma pausa. – Kelden esta encharcada de medo!Sua população treme e os soldados sabem que não podem conosco apesar de resistirem ao nosso poder!
-Aonde quer chegar mestre? – Perguntou um segundo ser de capuz.
-Esta na hora de agirmos com astucia e cautela!– O ser levantou a mão esquerda e dela uma esfera de luz lilás surgiu, e esta esfera mostrou o mundo de Kelden. – Irei enviar um de vocês para cada continente!Sua missão será procurar Hope, e quando encontrá-lo, já sabem o que fazer...
-Alguma restrição? – Perguntou uma terceira figura de capuz.
-Nenhuma!Podem destruir a vontade, matar e assim prosseguir contanto que não exagerem e não destruam seus continentes...
-Perfeito! – Concordou a terceira figura. – Se é assim eu me voluntario para procurar em Alabarda, mestre. – Falou este levantando a mão.
-Eu já iria escolhê-lo de qualquer jeito, Shinobu Malkavian! – Falou o primeiro. – Você foi traído pelo rei de Alabarda, por seu melhor amigo e foi morto em seguida. Tinha uma vida boa e honrada que caiu para uma vida de dor e sofrimento. Perdeu tudo e todos. Agora é a sua chance!A sua chance de aterrorizar Alabarda e de obter sua vingança, e quando tivermos Hope, você verá o seu sonho se tornando realidade! – O primeiro levantou suas mãos para o alto em forma de ritual. – Todos nós teremos nossos sonhos realizados!
-Então chegou à hora... – Shinobu tirou o capuz e seu rosto cinzento com seus cabelos sem cor e sem vida se revelaram. Seu olhar de ódio, sofrimento e vingança esboçou um olhar ameaçador. – Esta na hora de Alabarda cair!
Continua...
Última edição por Lavi-kun em 8/4/2012, 12:46, editado 2 vez(es)