classificação: 16 anos (pois contem Orange implicito, bebidas, outras drogas and violence o/)
Genero: colegial, comedia, drama, romance
#Capitulo 1 - Ódio
- Yuuki, está tudo bem com você? – Shiryu se sentou na minha frente, acho que ele é meu melhor amigo nesse colégio, a única pessoa que eu confio.
- Não, tem sol demais aqui – reclamei me debruçando sobre a carteira, para minha desgraça eu sentava do lado da janela.
- Vampira – falou enquanto fazia cafuné em mim sorrindo.
Tocou o sinal pro almoço, eu estava pronta pra ir comprar o meu, quando alguém me chamou na porta na minha sala.
- Fuyu Yuuki! – gritou. Reconheci a voz quase que imediatamente.
Anne estava parada na porta com seu uniforme perfeitamente arrumado, com todos os botões costurados perfeitamente. Ela é a presidente do conselho estudantil. Não vou com a cara dela, até porque eu nunca vi fazendo nada pelo colégio a não ser cobrar as coisas dos alunos.
- Diga – eu disse de modo grosseiro.
- Você esqueceu de entregar seus relatórios de Educação Física, já que você não pode fazer - disse ela e me olhou de cima a baixo. Meu uniforme era a camisa branca do colégio, o blazer havia sido trocado por um moletom com zíper preto a fita no pescoço eu troquei por uma gravata masculina.
- Que belo uniforme, eu poderia barrar você na entrada com isso – ela disse me encarando como se me desafiasse, odeio isso.
- Só que você não estava lá pra me barrar, onde estava presidente? – perguntei irônica, percebi que a sala inteira havia parado de falar para prestar atenção.
- Fazendo coisas mais importantes que ficar barrando alunos sem noção e inúteis que não sabem nem fazer um relatório ou se vestir como uma dama – falou. Quando vi, já estava tentando socar a cara dela, mas Shiryu me segurava. Quando percebi que não ia dar em nada eu parei e apontei o dedo na cara dela.
- Pra sua informação, eu já entreguei os relatórios, estão com o professor e se eu não me visto de forma adequada para sua visão, eu quero que você se fo... – foi ai que eu notei a presença do professor na sala.
- Yuuki! Mais respeito com a Presidente do conselho estudantil! – gritou ele pra mim, era sempre assim, ela puxa saco dele sempre que pode e ele protege ela sempre que algo acontece.
Num surto de raiva, soquei a parede ao lado da cabeça de Anne e sai de sala, não acredito que perdi meu almoço por causa dela.
- Nika! Pode dizer pra sua amiga, que se eu encontrar ela sozinha na rua, ela vai apanhar feio – falei para Nika, uma das pessoas com quem eu conversava, mas ela é mais amiga de Anne do que minha amiga.
Fui correndo até a escada de incêndio e desci até o terceiro andar, que era o único andar que não entrava no campo de visão dos outros prédios.
- Filha da puta! Aquela desgraçada vai se ver comigo! – gritei para liberar minha raiva.
Mais tarde cheguei em casa e joguei minhas coisas no meu quarto. Enquanto eu escutava sobre as notas altas do meu irmão na faculdade, comia em silencio, mas para minha surpresa, escutei me chamarem.
- Como estão suas notas irmãzinha? – perguntou meu irmão sorrindo pra mim
- As notas dela são as piores do colégio, essa menina não faz nada, não quer saber de estudar ...- Após isso parei de prestar atenção no que meus pais falavam a respeito de mim e coloquei os fones de ouvido com musica alta, um pouco de paz, até tirarem meus fones e meu irmão gritou:
- Tira isso pra falar com a gente, está parecendo altista – E jogou meu fone no chão.
Tentei segurar o ódio que eu estava sentindo, mas de repente quando vi, já havia dado o primeiro soco e estávamos brigando de verdade agora. Quando meus pais apartaram a briga, limpei minha boca e vi que havia um corte nela, que não parava de sangrar. Minha mãe apontou para eu ir pro meu quarto e foi cuidar do meu irmão.
- Ótimo família feliz, a bastarda vai deixar vocês em seu momento fraternal – falei, peguei minha chave e sai. Não estava com celular, apenas com dinheiro. Soltei meu cabelo e olhei para ele com raiva, pois minha mãe gostava dos meus cabelos compridos e soltos. Fui no primeiro salão que encontrei e cortei o cabelo, bem curto.
Quando sai do salão estava chovendo, percebendo que as pessoas do salão não paravam de me olhar com espanto, eu não os culpo, com a cara machucada e ensanguentada... mas não me importo com eles. Andei na chuva por um tempo e sentei num banco, deixei que minha cabeça pendesse pra trás para sentir a chuva e quem sabe lavar o sangue do rosto.
- Está tudo bem com você? – ouvi a única voz que eu não queria ouvir hoje.
- Anne... e eu achando que meu dia não podia ficar pior – comentei olhando para ela e deixando os fios molhados do meu cabelo caírem sobre meu rosto. Assim que fiz isso ela me reconheceu, achei que ela ia tirar uma com a minha cara mas ela simplesmente se aproximou com o guarda-chuva e me puxou, fazendo eu correr, com ela segurando um guarda-chuva, tentando evitar que eu me molhasse, não sei porque, eu já estava ensopada. Ela me puxou até uma passagem subterrânea que servia para atravessar a avenida, onde sempre estava vazia, pois todos atravessavam correndo mesmo. Até me dar conta de quem era que estava me puxando. Puxei a mão e me soltei dela, que parou e olhou para trás.
- A Nika te deu o recado, por que me trouxe pra cá? Quer brigar comigo sem ninguém ver? – perguntei irônica.
- Não, eu quero te ajudar, se não seu machucado vai inflamar e... - ela começava a falar mas isso soou como uma piada pra mim.
- Me ajudar? – a segurei pelo ombro e joguei ela contra a parede, o que a fez derrubar o guarda-chuva – Você nunca me ajudou antes, por que agora você vai me ajudar? O que você vai ganhar em troca? – Falei, a segurando contra a parede. Ela apenas suspirou – Eu sabia, tem algo que você quer não é? – falei levantando a mão para dar um soco em seu lindo rosto... pera... lindo? Agora que eu percebi... Nunca havia estado tão perto dela para perceber o quanto ela era linda... MAS QUE DIABOS EU TO PENSANDO! Tentei mais uma vez dar o soco, mas hesitei e coloquei as mãos nas paredes trancando ela para que não fugisse.
- Yuuki...? – falou ela, sua voz dessa distancia soou melodiosa. Levantei o rosto para olha-la nos olhos, eles pareciam um pouco assustados, um pouco carentes também, por um impulso me aproximei mais dela. Eu sentia sua respiração, meu coração acelerou, queria que ela me empurrasse, dissesse que eu enlouqueci, mas não, ela estava na mesma situação que a minha. Sem me importar com meu machucado na boca, selei seus lábios com os meus num beijo calmo e demorado. Assim que me separei dela fiquei em choque por alguns segundos para perceber o que eu havia feito. Ela ia dizer algo, mas sai correndo antes de ouvi-la.