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Capítulo 5
Lembranças tristes!
Ao chegarem ao refeitório, todos se depararam com uma larga tradicional sala de almoço japonesa. Havia uma longa mesa de madeira o centro, com cinco almofadas rochas em cada lado. Sob ela, havia diversos pratos de comida. Entre eles, badejas com sushi, sashimi, temaki, bolinhos de arroz, pernas de polvo e Dangos. No centro da mesa havia uma grande bandeja com um grande salmão assado em cima. Nas pontas da mesa, na frente de cada uma, havia uma chapa com pedaços de carne prontos para serem assados. Na frente de cada assento havia uma tigela preta com bordas vermelhas. Ao lado esquerdo da tigela três sashis com molho shoyo, e ao lado esquerdo uma segunda tigela maior; branca, com bordas azuis, e dentro dela, Ramen. Os escolhidos logo ficaram deslumbrados com aquele banquete enorme e entraram na correria. Cada um se sentou em um acento diferente: Em um dos lados da mesa, estava Kaneko, Kageyama, Yoshino, Aika e Muramasa. Do outro lado, estava Yoroi, Shiro, Haru, Ayasaki e Kensuke. Akane sentou na cabeceira que estava em frente a uma geladeira branca, grande e limpa.
Todos começaram a se servir e a comer da forma que quisessem. Yoroi avançava feito um “Goku” ou um “Ruffy” da vida sobre a comida. Kaneko não se mostrava com fome então comia devagar. O restante ia na fé. Porém, para a surpresa de todos, Shiro comeu em menos de dois minutos, todos os Dangos da mesa.
- Poxa, isto está muito bom! – Falou Haru colocando seis sashimis direto na boca.
- Tudo para vocês escolhidos! – Falou Akane sorrindo. – Vocês são a nossa salvação, por isso devem ser tratados bem!
Enquanto comiam a vontade, Asura entrou pela porta pela qual todos haviam entrado. Este, ao olhar para Yoroi comendo feito um troglodita, pulou e em um salto infringiu uma voadora em Yoroi.
- APRENDIZ IDIOTA! COMA DIREITO! – Gritou Asura.
Yoroi voou e se afundou em um armário que estava atrás de si. Todos ficaram congelados e sem ação ao verem a “bronca”. Akane, porém riu suavemente.
-Asura, não seja groso! – Falou Akane. – Ele esta apenas matando a fome!
- Ao menos coma com classe! – Resmungou Yoroi.
- Velho idiota! – Reclamou Yoroi em gemidos.
- Ei, Asura! – Chamou Shiro se levantando. – Eu posso saber que tipo de treinamento iremos receber? Digo como iremos saber quais serão nossas habilidades?
- VERDADE! – Exclamou Haru se levantando. – Eu também quero saber quais serão os meus poderes!
- Vocês são muito crianças! – Falou Yoshino com uma risada de desprezo. – Querendo saber que super poderes irão receber... Parecem crianças do jardim de infância brincando de super- herói!
- Mas bem que você gostaria de ter um poder forte e assustado não é Yoshino? Só para se divertir! – Exclamou Muramasa sorrindo de olhos fechados. Yoshino ficou vermelha e brava.
-Cale a boca idiota! – Gritou Yoshino chutando Muramasa e em seguida o pisoteando.
- Ei, calma ai! – Falou Asura. – Acalmem os nervos! Primeiro de tudo, os poderes virão com o tempo! Leva tempo até vocês desenvolverem suas habilidades!
- É possível que não tenhamos nenhum poder? – Perguntou Aika levantando a mão.
- Depende! – Asura puxou uma cadeira que estava encostada perto da geladeira e se sentou, cruzou as pernas e então voltou a falar: - Todos os escolhidos recebem uma habilidade quando vem para Chaos Ville ou para Skyla! Porém, caso um escolhido tenha se familiarizado com uma arma em especifico, ou tenha alguma relação com um Akuma, esse escolhido não receberá poderes!
Ayasaki ficou mudo e com os olhos cheios de arrependimento. Ele sabia que não poderia ter poderes já que tem um Akuma dentro de si. Alias, o seu Akuma poderia despertar e assim atacar os seus amigos. Fazendo isso, Ayasaki perderia a confiança deles.
Asura apontou para Aika:
– Você, por exemplo, Aika! Creio que este tridente a escolheu assim como você o escolheu!
- Sério? – Perguntou Aika olhando para o seu tridente encostado na parede atrás de si.
- Porém não se chateie! – Falou Akane. – Este não é um tridente normal! Uma arma normal teria se partido ao ter contato com a lamina da minha espada quando eu os ataque ainda hoje! Ele deve conter algum poder especial que o deixe resistente e leve. Por isso, eu irei lhe treinar como uma usuária de armas!
Aika acenou que sim com a cabeça seriamente em um gesto de concordância com o que Akane fez e quase esboçou um leve sorriso.
- “Usuária de armas”? – Repetiu Haru. – O que isso significa?
- Cada escolhido recebe um poder em especial! Dependendo do poder, o escolhido pode ser um Feiticeiro, também conhecido como “usuário de magia”; Um Artesão, também conhecido “usuário de armas”; um Sensitivo; um Domador ou “usuário de bestas” e também um Herdeiro Yin Yang! – Respondeu Akane.
- E o que cada uma dessas classes faz? – Perguntou Kageyama curioso deixando de comer para se interagir na conversa.
- Os Feiticeiros utilizam magias! Poderes místicos que podem variar dos elementos da natureza: fogo, água, terra, vento, natureza e trovão há magia celestial. Que consiste em poderes místicos do outro mundo. Os Artesãos dominam as armas! Cada Artesão, ao receber uma arma da qual a aceite, faz um pacto com ela e assim depende dela para lutar! Sem ela, o Artesão não é capaz de entrar em combate! Os Sensitivos servem como um “radar”! Eles podem localizar inimigos a quilômetros de distancia só de sentirem a sua Aura! Os Domadores criam pactos com seres de outro mundo e os invocam para combate! Dependem de suas feras para lutarem! Porém, um Domador só domina o sue monstro se o monstro mostrar lealdade ao Domador! Para isso, é necessário ter os requisitos adequados que o monstro invocado exigir! E por ultimo... – Asura hesitou em continuar. – Tem os Herdeiros de Yin e Yang! Herdeiros da vontade do Dragão Branco que lutam com o propósito de nunca recuarem e jamais desistirem! O poder que lhes é concebido depende do Herdeiro! Porém, eu nunca vi um Herdeiro Yin e Yang, então não sei bem dos detalhes!
- Normalmente, entre os dez escolhidos, três ou quatro deles podem ser artesãos ou feiticeiros. Um é sensitivo, e os outros dois domadores! – Completou Akane.
-Ei velhote, você é um Artesão não é? -Perguntou Yoroi.
-Sim! – Respondeu Asura com um gesto afirmativo usando sua cabeça.
- E os Herdeiros Yin e Yang? – Perguntou Kensuke.
- Ninguém sabe! Nunca houve um desses! Mas eu sei que as chances são baixas! – Respondeu Asura.
Aika que ouvia tudo com atenção, perguntou:
- Esse tal Darach... – Aika hesitou em continuar. – O que ele é para ser tão forte assim?
Asura e Akane misteriosamente ficaram em silencio com um olhar de arrependimento. Todos ficaram calados e Aika percebeu que não deveria ter tocado no assunto. Porém, aquele silencio foi quebrado por uma voz velha e atrevida:
- Tudo!
Asura, Yoroi, Haru, Ayasaki, Kensuke, Akane e Shiro se viraram para ver de onde veio a voz. O restante simplesmente olhou para cima. Todos viram uma raposa. Uma raposa de pé, vestindo um kimono verde com chamas laranja bordadas nele. A raposa tinha sua pelagem ligeiramente laranja bem clara. Devia ser pela idade já que ao julgar pelos olhos fechados, pela voz e pelo fato de estar sobre as duas patas traseiras apoiada em uma bengala de madeira era possível dizer que era uma raposa bem velha.
- Mestre Kitsune! – Exclamou Akane ligeiramente surpresa. – O que faz ai em cima?
- Estou de passagem! – Respondeu a raposa.
- Quem? – Perguntou Haru.
- Este é o Mestre Kitsune! Nosso sacerdote e conselheiro do Ponta! – Respondeu Akane.
-Saudações! – Saudou mestre Kitsune levantando a mão direita que estava livre para dizer “oi” aos escolhidos.
- Nossa, tem cada bicho estranho por aqui... – Comentou Kageyama.
- Ei, velho! – Exclamou Yoroi enfim se levantando dos destroços da porta do armário e se colocando em frente a ele para ver a raposa. – O que você quis dizer com “tudo”?
-Ah sim! Tudo! – Continuou Mestre Kitsune com um jeito de quem se esqueceu do que havia dito antes. – O jovem Darach é simplesmente “tudo”! Ele é todas as classificações que um escolhido poderia ser!
- C-Como assim tudo? – Perguntou Muramasa se levantando após receber os chutes de Yoshino.
- Ao inicio, Darach era um Feiticeiro! Porém, devido a um certo “incidente”, ele acabou adquirindo todas as classificações! – Respondeu Mestre Kitsune.
- Que incidente? – Perguntou Aika curiosa.
Agora, Kitsune ficou em silencio, imóvel, sem abrir os olhos apenas olhando para frente feito uma estatua. Yoroi quase perguntou se ele havia morrido, mas antes de sua pergunta fútil, Mestre Kitsune abriu lentamente os seus olhos e respondeu com uma voz sombria e fria.
- Darach matou todos os seus amigos e lhes tomou os poderes! – Os olhos de Kitsune expressavam dor, sofrimento, ódio e arrependimento.
Todos arregalaram os seus olhos e ficaram imóveis por um tempo. Até aqueles que estavam comendo pararam de comer. Asura simplesmente manteve seu olhar frio de arrependimento mirado para o chão e Akane colocou as mãos sobre as pernas e quase fechou os olhos ao ouvir as palavras de Mestre Kitsune. Era como se elas lhe tivessem atingido com a força de um torpedo e mirado bem em seu coração.
- Como assim os matou? – Perguntou Kensuke surpreso e assustado.
- Darach não teve piedade! Não teve dó! Ele fez isso para se tornar mais forte e invencível! – Falou Kitsune fechando os olhos. – Ele fez isso com todos os escolhidos!
- Como assim todos? – Perguntou Yoroi. – O velhote ainda esta vivo! – Falou Yoroi apontando para Asura.
-Eu irei lhes mostrar! – Kitsune deu um salto e caiu em pé no meio da mesa entre uma travessa de polvo e outra de temaki.
Kitsune tirou de dentro de seu kimono, um pedaço de papel dobrado e começou a abri-lo. Os escolhidos se aproximaram do centro da mesa e se debruçarão para ver o que tinha no papel. Yoroi subiu na mesa e ficou sentado ao lado direito de Mestre Kitsune. Aika fez o mesmo só que sentou do lado esquerdo de Kitsune. Muramasa se debruçou sobre a mesa para ver o papel por trás do ombro esquerdo de Kitsune. Yoshino se apoiou no ombro deste para ver por cima. Kageyama passou por baixo de Yoshino e ficou olhando para o papel pelo lado de esquerdo de Kitsune do lado de fora da mesa. Haru e Ayasaki se debruçaram para ver pelo lado de Kitsune. Shiro e Kensuke viram de longe mesmo, em um bom ângulo e Kaneko subiu na mesa para ver por trás de Kitsune.
Ao olharem, todos viram uma pintura bem realista. Porém, pelas bordas rasgadas e pelo papel um pouco amassado, já era de se afirmar que era uma pintura antiga também. Nela, estava pintada uma cena normal: Havia onze pessoas na pintura, distribuídas em duas fileiras. Na fileira da frente estavam seis pessoas, e em cima, outras cinco. Na primeira fileira, no canto esquerdo estava um jovem de jaleco branco, de cabelos azuis e usando óculos redondos de Nerd. O garoto estava sorrindo com as mãos juntas na frente do corpo. Devia estar constrangido pela pessoa ao seu lado: Uma jovem de cabelos ruivos amarrados em rabo de cavalo, pele branca, olhos verdes pintados ao redor das bordas com lápis preto. Ela sorria com os dentes a mostra e os o olho esquerdo fechado. Ela usava apenas um biquíni vermelho que cobria bem seus médios seios. Ela estava com a mão direita na cintura. Em seu pulso era possível ver um bracelete de ferro. Seu braço esquerdo estava apoiado no ombro de um garoto de cabelos loiros, pele clara e olhos azuis. Ele estava vestindo um casaco grosso azul com pelo artificial nas bordas das mangas. Seu braço direito estava ao redor da cintura da garota ao seu lado direito e o seu outro estava dentro do bolso do seu casaco. Ele sorria normalmente, e ao seu lado esquerdo estava uma garota loira de óculos usando uma camisa verde óculos. Ela se assemelhava muito a Elise e estava com as mãos atrás das costas olhando timidamente para o seu lado esquerdo na qual estava um garoto vestindo um casaco azul de exorcista. O garoto tinha cabelos marrons espetados e sorria vitoriosamente. Todos na primeira fileira aparentavam ter 15 anos exceto a garota loira e o garoto moreno que aparentavam ter 16. Na segunda fileira, no canto esquerdo da foto estava um garoto pequeno, com um gorro azul lhe achatando a cabeça e fazendo com que os seus cabelos loiros lhe cobrissem a visão. Ele esboçava um leve sorriso e usava um casaco verde bem largo para ele. Era possível ver em atrás dele duas espadas cruzadas presas por suportes de couro. Ao seu lado estava um homem grande, forte e robusto sorrindo confiante com seus olhos escuros bem abertos. Ele tinha longos cabelos pretos e espetados jogados para trás de sua cabeça. O homem estava com os braços cruzados e em cada pulso era possível ver um bracelete feito só de correntes. Ele usava uma camisa regata branca e uma calça de lutador profissional. Ao seu lado esquerdo estava uma garota de cabelos pretos presos por um rabo de cavalo espetado. A garota tinha a pele bem branca, os olhos vermelhos, e estava sorrindo levemente. Usava um vestido preto com bordados de rosas escuros. Usava luvas negras e suaves que iam até o seu cotovelo. Seus braços estavam estendidos para frente, e suas mãos estavam sobre o cabo de um machado. Ao seu lado esquerdo estava um garoto de cabelos vermelhos espetados e jogados para trás. Seus olhos eram prateados e ele apenas olhava com um olhar de ciúmes e ódio para o garoto loiro na primeira fileira. Ele usava um terno preto avermelhado e estava de braços cruzados. E por fim, ao seu lado esquerdo, se encontrava um sujeito de casaco preto. O sujeito tinha o porte físico de um adulto, porém usava uma mascara preta de madeira com furo no lugar dos olhos lhe cobrindo o rosto. Seus braços não estavam à amostra e não era possível ver seus olhos. Na frente da primeira fileira tinha um velho baixinho e careca vestindo uma túnica branca.
-Esses são os antigos escolhidos? – Perguntou Yoshino.
- Sim! São eles! – Respondeu Kitsune.
- Ei velhote, esse garoto de cabelos marrons se parece com você! – Comentou Yoroi.
Asura, sem sair da cadeira, levantou o rosto e respondeu com um sorriso:
- SIM! Este sou eu quando tinha a sua idade!
- E esta garota loira ao seu lado se parece com a senhorita Elise! – Comentou Ayasaki.
- É porque é ele! – Afirmou Kitsune.
- E quem são os outros? – Perguntou Muramasa.
- Jin Hiro, Nami Hana, Kuwabara Uzumaki, Elise Yamanaka, Asura Bluefang, Toby, Ichiro, Tomoyo Aoi, Darach Nightmare e Tengo. – Conforme Kitsune falava os nomes, ele colocava o dedo indicador esquerdo sobre as imagens na pintura. – E é claro, este velho aqui na frente é o Mestre Shinta!
- Ao julgar pelo olhar de inveja e ódio, este deve ser Darach! – Palpitou Aika olhando para o garoto de cabelos vermelhos na pintura.
- Sim! – Respondeu Kitsune.
- Então... Só houve dois sobreviventes? Entre os nove escolhidos só dois sobreviverem à fúria de Darach?! – Falou Yoroi em uma pergunta afirmativa.
- Três! – Corrigiu Asura. Yoroi e os outros olharam para Asura com curiosidade. – O grandão ai na pintura, Ichiro, também sobreviveu!
- “Ichiro “... – Repetiu Shiro. Logo, Shiro notou de que o homem na foto se parecia muito com um familiar seu. Shiro arregalou os olhos e pareceu ter notado ou descoberto algo. – Por acaso esse homem não seria...
-Sim! – Confirmou Asura antes mesmo de Shiro completar a pergunta. – Ele é o seu avo! – Asura sorriu confiante.
-Meu avo foi um dos escolhidos que combateram os Akumas e Darach?! E nunca me disse isso?! – Indagou Shiro. – Por quê?
- Os escolhidos sobreviventes tiveram que prometer de nunca falar sobre Chaos Ville, Skyla, Akumas, ou seja, lá o que for para ninguém! Não importa quem seja! – Respondeu Asura seriamente.
Shiro fechou os punhos e ficou mudo. Logo, Asura sorriu novamente e riu.
- Porém, você deveria é se orgulhar dele! Seu avo foi o homem mais corajoso e justo que eu conheci em toda a minha vida! Ele lutou ao meu lado até o fim de tudo! Porém, é uma pena que tenha falecido!
- Meu avo realmente foi incrível! – Comentou Shiro.
- Porém, chega de lembrar do passado! – Exclamou Kitsune guardando a pintura novamente dentro de seu kimono. – Isso já foi! Agora temos que nos preocupar com o futuro de vocês!
- Bem, acho que agora que já comera, estão prontos para dormir não é? – Falou Akane se levantando.
- isso mesmo! Até mais para vocês!
Sem mais nem menos, mestre Kitsune sumiu aos poucos até ficar invisível. Ninguém soube explicar o que ele fez.
-O que foi isso? – Perguntou Kageyama olhando para o espaço vazio onde estava Mestre Kitsune.
- Ele sumiu! – Respondeu Akane. – Deve ter ido se recolher!
Haru começou a passar a mão no espaço vazio para ver se Mestre Kitsune simplesmente não via ficado invisível ou se camuflado.
- Venham comigo, irei levá-los até os dormitórios! – Chamou Akane abrindo a porta pela qual haviam entrado.
Os escolhidos a seguiram e Asura permaneceu sentado na cadeira da sala de almoço. O grupo andou por um corredor até subirem uma escada que os levava ao segundo andar. O andar onde certamente ficavam os dormitórios. Ao subirem as escadas, se depararam com uma varanda. Akane disse que o segundo andar era o menor de todos, pois era o andar dos dormitórios dos escolhidos. O grupo andou pela varando e viu que ela circulava de uma forma quadrada a porta dos quartos. Akane abriu a porta do primeiro quarto, e todos viram o ambiente por dentro: Era um quarto de madeira, com um tapete verde cobrindo quase todo o piso do quarto. Encostado em cada canto do quarto havia um colchão fino com um cobertor e um travesseiro branco sobre. Entre as camas havia um lampião para iluminar o ambiente e nas paredes havia quadros retratando mares, rios, florestas e montanhas. Enquanto andavam olhando para a lua brilhante e para a estrutura dos dormitórios, Akane ia falando sobre a construção de Dragon Wall até que decidiu parar no meio do caminho para lhes dar um aviso:
- Como vocês viram, só há cinco dormitórios! Por isso, vocês terão que dormir em duplas!
Os escolhidos se separaram pela varando para inspecionarem os quartos e decidirem onde ficariam e com quem. No primeiro quarto, perto da escada, Haru e Ayasaki dormiriam. No segundo ficaria Yoroi e Kensuke. No terceiro quarto após a curva que dividia o segundo do terceiro ficaria Kageyama e Kaneko. No quarto ficaria Shiro e Muramasa, e no ultimo Yoshino e Aika que exigiram privacidade por estarem a sós em um grupo de homens. Yoroi havia perguntado a Akane onde ela ficaria, mas esta diste que seu quarto não era naquele andar. As duplas entraram em seus quartos, se deitaram nos colchões, apagaram os lampiões e então dormiram.
No dia seguinte, Yoroi acordou e se levantou. Suas roupas estavam misteriosamente limpas e penduradas em um cabide perto da porta junto com as de Kensuke. Yoroi saiu do quarto com cautela para não acordar Kensuke e quando saiu encontrou Shiro. Ambos se cumprimentaram e logo depois ouviram sons de ferro se batendo em outro ferro. Yoroi e Shiro procuraram ouvir melhor para saberem de onde vinha o som e então saíram andando pela varanda. Ao chegarem perto do quarto das garotas, viram uma porta no fim do corredor. Eles abriram a porta e viram uma escada que levava a uma grande descida escura. Yoroi e Shiro desceram a escada e quando chegaram ao final viram um novo caminho para a esquerda. Eles andaram e perceberam que o chão estava ficando petrificado e o som de metal se chocando mais fortes. Foi possível também ouvir gritos de esforço. Os dois andaram reto até que chegaram a um espaço grande: E estavam na arquibancada. Ao olharam para a direita viram uma arena grande onde Aika estava enfrentando Akane. Perceberam que Kaneko estava assistindo a luta de braços cruzados encostado à parede e atrás do corrimão da arquibancada. Não era bem uma arquibancada sofisticada: Era um simples corredor de pedra esculpida que ao chegar ao final tinha uma descida para a arena de batalha que não tinha nada de chique também.
-ARGH! Você acorda sempre cedo assim? – Perguntou Yoroi bravo para Kaneko.
-Eu não durmo muito! – Respondeu Kaneko observando fixamente a luta das duas.
- Porque estão lutando? – Perguntou Shiro.
- Akane esta treinando Aika! – Respondeu Kaneko. – Ela quer ensiná-la a arte das armas como uma artesã! Ela já havia mencionado isso ontem!
-Neste caso vamos ver o resto da luta! – Exclamou Yoroi se debruçando no corrimão da arquibancada. Shiro ficou ao seu lado, mas sem se debruçar.
Akane e Aika estavam em posição de batalha. Uma de frente para a outra, divididas por um espaço de dois metros. Aika segurava seu tridente com as duas mãos de forma defensiva. Ela bufava de cansaço e suava. Akane por outro lado, segurava com a mão direita sua espada e estava tranqüila. Pouco cansada. Aika não perdeu tempo e avançou para cima da mestra. Aika tentou atacar com o tridente por cima, mas Akane desviou em uma cambalhota para o lado esquerdo e se levantou rapidamente dando uma rasteira em Aika. Aika pulou na hora, mas Akane a surpreendeu com um chute na barriga. Aika foi jogada para trás, mas caiu em pé. Akane avançou para acertar Aika com a lateral de sua espada pelo lado direito. Aika bloqueou o golpe deixando o tridente em pé. Aika aproveitou que Akane foi parada e saltou no ar para chutar Akane. Porém, sua oponente era rápida demais e conseguiu abaixar. No que abaixou, Aika pisou em terra e Akane se posicionou atrás dela para atingi-la com um chute nas costas. Aika, porém deu um 360 para atingir Akane com uma cotovelada. Akane deve que se defender com a mão esquerda, e aproveitou essa chance para torcer o braço de Aika e colocá-lo atrás das costas da própria.
-GWAH! – Gritou de dor Aika.
- Nunca deixe um oponente dominar o seu braço! Sem ele, você não conseguira dominar um tridente! – Exclamou Akane forçando mais o dobramento.
Aika sentiu tanta dor que largou o tridente e o deixou cair. Nesse instante, Akane largou o braço de Aika e esta caiu ajoelhada segurando o braço esquerdo dolorido.
- Muito bom para uma novata! – Elogiou Akane estendendo a mão direita para Aika.
- Obrigada mestre! – Agradeceu Aika segurando a mão de Akane e se levantando.
- Descanse! Você se esforçou bem! – Falou Akane dando as costas a Aika e andando na direção da escada que levava a arquibancada.
Aika apanhou o seu tridente no chão e andou atrás de Akane. Ao chegarem às arquibancadas, Yoroi e Kensuke se dirigiram as duas para cumprimentá-las.
- Vocês foram muito bem! – Elogiou Shiro.
- Em especial você Aika! Continue dando o seu melhor! – Aconselhou Yoroi.
Aika arregalou os olhos e ficou vermelha. Depois olhou para o lado esquerdo para disfarçar os elogios que recebeu.
- Que bom que estão acordados! – Falou Akane. – As jaulas vão começar logo!
- Aulas? – Perguntou Yoroi.
- Sim! Antes de combaterem Akumas, vocês devem fazer os testes para ver que classes vocês irão ser!
- NÃÃÃÃO! -Gritou Yoroi batendo a cabeça múltiplas vezes na parede. – EU ODEIO AULA!
-Calma! São só testes! – Tranqüilizou Shiro.
- Bem, melhor irem logo! Vocês ainda têm que tomar o café e depois devem se dirigir para a sala 12! – Exclamou Akane. – Aika! Você pode ir junto se quiser ver a aula deles também!
-Certo! – Concordou Aika.
-O refeitório é na mesma sala de antes! – Concluiu Akane.
-Certo! – Exclamaram Yoroi e Shiro juntos.
Estes se viraram e andaram em direção a saída da arquibancada logo atrás de Kaneko que já Havaí ido após ouvir a conversa deles. Aika os seguiu para ir ao refeitório e depois assistir a aula de seleção.
Ao chegarem ao refeitório, Shiro abriu a porta e todos viram o restante dos escolhidos comendo. Havia pratos com torradas, ovos, bacons, panquecas, jarras de suco de laranja, de morango e leite. Havia também outros ingredientes como manteiga, açúcar e caramelo. Todos estavam sentados nos mesmos assentos de antes. Só mudava as ações: Kageyama estava agradecendo pela comida no momento, Haru e Ayasaki contavam piadas entre si enquanto comiam. Kensuke estava dormindo com a cara em cima da mesa e Muramasa estava dando comida na boquinha de Yoshino como um bom namorado.
-Ei!Vocês chegaram! Onde estavam? – Perguntou Haru notando a presença dos recém-chegados.
Nesse instante, Yoshino que estava de costas para os que acabaram de chegar, deu um tapa na mão esquerda de Muramasa (a qual segurava um garfo com ovos mexidos) e depois o empurrou. Muramasa caiu no chão de costas e Yoshino tentou disfarçar.
-MURAMASA! O que pensa que esta fazendo? – Rosno Yoshino fingindo ser inocente.
- Ah... – Yoroi ficou mudo ao ver a cena. – Bom dia! – Falou sem jeito.
- SEUS CRETINOS! – Grito Muramasa pulando em cima de Shiro e Yoroi e os derrubando no chão. – Vocês machucaram a Aika!
Yoshino começou a pisotear Yoroi e Shiro pensando que o motivo de Aika estar suada e cansada é pelo fato de que os dois a haviam maltratado recentemente. Ao certo Yoshino tentou pegar Kaneko, mas este desviou do avanço selvagem dela.
- EI! QUAL É SUA? – Perguntou Yoroi tentando segurar os pés de Yoshino.
-Calma ai! – Exclamou Shiro tentando fazer o mesmo que Yoroi.
-Cretinos! Irei lhes pisotear até a morte! – Rosnou Yoshino.
-Yoshino! Calma! Eles não fizeram nada comigo! Estou assim por causa do treino que tive com a Akane-Senpai! – Falou Aika tentando acalmar Yoshino.
-Que? – Yoshino parou e se tranqüilizou. – Sério? – Perguntou.
- É isso mesmo! – Rosnou Yoroi se levantando. – Ai! Tsc! Sua gorila!
- O QUE? – Indagou Yoshino furiosa.
Yoshino avançou em cima de Yoroi e começou a pisoteá-lo novamente. Desta vez, Yoroi conseguiu dar uma rasteira em Yoshino. Yoroi se levantou para chutar Yoshino, mas Muramasa se levantou e o segurou por trás. Yoshino se levantou para acertar Yoroi com um soco, mas este abaixou a cabeça e Yoshino acabou atingindo Muramasa. Os três caíram no chão logo começaram a rolar no chão tentando decidir que iria sair invicto daquele rolo.
- O que devemos fazer? – Perguntou Aika.
-Deixá-los lá seria a melhor opção! – Respondeu Kaneko.
Por sorte, Asura estava andando pelo corredor, e ao ver a situação parou os três na base do soco mesmo. Depois de calá-los e encher Yoroi de pancada por ele ter se metido em uma briga com os companheiros (ainda mais com uma garota), Asura continuou a andar pelo corredor.
Durante o café, todos comiam em harmonia. Haru e Ayasaki contavam piadas junto com Yoroi que conhecia uma grande variedade de piadas. Kaneko e Kageyama conversavam em paz enquanto Shiro comia feito um doido todas as panquecas com caramelo. Yoshino conversava com Aika sobre o treino que teve de manhã e Muramasa escutava a conversa de perto. Já Kensuke... Bem, este continuava dormindo sobre a mesa.
Depois do café, todos se encontravam na sala 12 onde lá teriam um teste especial para verem que classe iriam receber ou coisa do tipo. O lugar era grande. O piso era de madeira e as paredes estavam pintadas de verde com bordas vermelhas nas esculturas de macaco que sustentavam o teto da sala. O espaço era satisfatório. Sobre o piso de madeira havia cadeiras e mesas de madeiras. Como em uma sala de aula. Havia cerca de vinte e estavam bem organizadas em cinco fileiras com quatro cadeiras cada. Mais para frente da primeira fileira, havia dois degraus que levavam a uma plataforma onde nela havia uma mesa grande de professor, e atrás, um quadro negro. Mas negro mesmo. As bordas eram pretas e o próprio quadro também. Nele, havia varias formulas avançadas de matemáticas e químicas escritas nele com giz branco. Os escolhidos estavam sentados nas cadeiras, esperando alguém chegar. Logo, uma porta misteriosa se abriu no canto esquerdo da sala. Dela, saiu Suiro. Suiro fechou a porta e depois começou andar tranquilamente e seriamente pelo salão até chegar à plataforma onde ficava a mesa de professor. Ele se posicionou atrás dela, juntou as mãos atrás do corpo e então falou com uma voz séria e lenta.
- Eu sou Serial Suiro! – Todos prestaram atenção. – Não sou um professor que irá lhes ensinar magia ou coisa do tipo! Apesar... – Suiro se virou lentamente para o quadro e prosseguiu a falar. – De que eu sei magia! Poderia ensiná-los, mas não é por isso que estou aqui! – Suiro se virou novamente para os escolhidos. – Creio que Asura já deve ter lhes dito sobre as cinco classes que cada escolhido tem o direito de ser! Estou certo?
-Sim! – Respondeu Yoroi.
-Bois bem... – Suiro saiu de trás da mesa e andou até a frente dela. – Um ou obviamente dois de vocês irão se tornar um domador! Porém, eu preciso saber qual!
- O que pretende fazer? – Perguntou Haru levantando a mão.
-Calado! – Ordenou Suiro com uma voz lenta e severa. – Eu só quero que saibam que, os domadores, dependem de suas bestas para lutar! Sem elas, eles não lutam! Sem ela... Eles não podem enfrentar Akumas e muito menos Darach! – Suiro andou para fora das escadas, se agachou, apanhou um giz no chão e começou a desenhar no chão de madeira. – Os domadores devem ser sempre leais as suas bestas! Assim como elas devem ser ao domador! Porém, uma besta só é leal a um domador, se este tiver os requerimentos necessários para isso! Entre eles, amor, sinceridade, coragem, determinação, ódio, e até... Sangue de assassino! – Suiro olhou para Yoshino e esta sorriu para ele com um sorriso satisfatório. – As bestas são criaturas de outra dimensão! Não existem em Chaos Ville e nem em Skyla! Para invocá-las, é necessário ter ao seu alcance o “Circulo da Mãe Natureza”! Um círculo que os possibilita invocar seres de outro mundo! – Suiro se levantou e então todos virão que ele havia desenhado um circulo com símbolos complexos dentro dele. – Observem!
Suiro se posicionou de frente para o circulo, tirou uma faca de prata de dentro do bolso direito de seu casaco e com ela abriu um corte em sua mão direita. O sangue transbordou pela sua mão e pingou no meio do circulo até deixar uma densa mancha visível. Suiro então estendeu seus dois braços sobre o circulo e os cruzou um sobre o outro. Depois pronunciou com calma e seriedade as seguintes palavras que mais pareciam passagens de um ritual:
-Eu sou aquele que abre o portão entre o mundo das bestas e dos humanos! Passe pelo portão dos mortos e reviva para me servir! Eu o invoco das pirâmides do outro mundo: Arkmenhá!
Uma luz azul brilhante saiu de dentro do chão e iluminou a sala. Os escolhidos surpresos se levantaram de sua cadeira e observaram com animo e curiosidade. A luz foi ficando mais intensa e um ser começou a surgir de dentro do circulo. Ele tinha a aparência de um humano, mas a luz ofuscava a visão de todos. Quando enfim a luz piscou mais forte e segou a todos, ela sumiu suavemente e o ambiente voltou a sua luminosidade normal. Foi então que todos viram a criatura invocada: Era uma múmia. Porém, uma múmia mais personalizada. Ela era alta e robusta, tendo cerca de 2 metros. Seus punhos estavam enfaixados com faixas brancas, grossas e manchados de sangue. Na região dos olhos, havia uma abertura entre as faixas. Possibilitando ver dois olhos cor de rosa brilhante e fosforescente. Algumas faixas saltavam para fora do corpo totalmente enfaixado. Nos braços, nas pernas e na barriga, havia escaravelhos de ouro bem presos e firmes.
- NOSSA! – Suspirou Yoroi. – Que bicho é esse?
- Este é Arkmenhá! Um Ex-faraó que morreu e foi transformado em uma múmia demônio! – Respondeu Suiro.
- E o que exatamente ele faz? – Perguntou Muramasa.
- Tudo o que ordenar! – Respondeu Suiro. – Porém, há uma pequena desvantagem em ser um domador! – Falou Suiro calmamente e lentamente. - Não importa o quanto a sua besta seja forte... Ela some no momento em que o circulo for apagado! – Suiro passou o pé esquerdo por cima de contorno do circulo e o arrastou.
Em seguida, Arkmenhá desapareceu em fumaça.
- Muito maneiro! – Suspirou Haru.
- Não vou muito com a idéia de ser um Domador! – Comentou Yoroi cruzando os braços e fazendo uma cara duvidosa. – Eu não curto muito depender de bestas ou mascotes para lutar!
- Também acho! – Comentou Muramasa.
- Que seja! – Exclamou Suiro colocando uma luva preta sobre a sua mão ferida. – O meu objetivo é treinar aqueles que irão virar um Domador! – Falou Suiro severamente. – Para fazer este teste, todos aqueles que já tem uma classe definida deve ficar sentado! O restante eu peço que se aproxime!
Os escolhidos se levantaram de suas cadeiras e foram até ao redor do circulo que Suiro havia desenhado no chão. Aika era a única que já tinha uma classe formada. Por isso permaneceu sentada tranquilamente em sua cadeira. Porém, Yoroi, Muramasa, Kaneko e Ayasaki permaneceram sentados.
- Vocês ai! – Suiro apontou para os escolhidos sentados ainda. – Porque não vem?
- Eu não quero ser um domador! – Respondeu Yoroi emburrado.
- Eu também não! – Concordou Muramasa.
-Eu não treinei as artes de assassino a minha vida inteira para depender de uma besta! – Falou Kaneko friamente.
Suiro os analisou bem, e logo então decidiu dirigir sua palavra a Ayasaki que estava meio triste sentado em sua cadeira.
- E você? – Perguntou lentamente Suiro para Ayasaki.
-AH? – Ayasaki acordou para o mundo real. – Ah... Eu... Eu... Também não quero ser um... Domador..! – Ayasaki sabia que por ter um demônio dentro de si, jamais iria poder ter uma classe. E sabia que se alguém soubesse da verdade... Coisas ruins poderiam acontecer.
- Certo... – Suiro concordou com palavras lentas e logo voltou o seu olhar para Yoshino, Haru, Kageyama, Kensuke e Shiro ao seu redor. – O que eu quero que vocês façam é o seguinte... – Suiro tirou de dentro de seu casaco o giz que usou para desenhar o circulo no chão e arrumou a borda apagada do desenho. Depois se levantou e voltou seu olhar novamente para os escolhidos ao seu redor. – Vocês devem tentar invocar uma besta! Então devem fazer o mesmo processo que eu fiz para o ritual de invocação! A diferença é que... – Suiro começou a falar mais lentamente: - Para vocês que ainda não tem uma besta fixa, vocês devem mudar a sua frase de invocação?
-Como? – Perguntou Haru.
- Vocês devem falar a primeira parte da frase que usei para convocar a minha besta normalmente! Em seguida, devem mudar o portão dependendo da besta que querem invocar! Só! – Respondeu Suiro.
-Mas e a terceira frase? – Perguntou Shiro.
-Esta é só quando se faz o “contrato”! – Respondeu Suiro. – Agora... - Suiro apanhou levantou a sua adaga de prata e a estendeu para que algum dos escolhidos a apanha-se. – Tentem!
Todos ficaram em silencio e hesitaram, mas logo Haru decidiu ser o primeiro. Haru apanhou com cautela a adaga de prata com sua mão esquerda da mão de Suiro e colocou a lamina sobre a palma da sua mão direita. Haru tremeu por um momento, mas logo passou lentamente a adaga sobre a sua mão e abriu um corte nela.
-GH! – Gritou de dor.
Haru virou a palma da mão direita para baixo e deixou o sangue escorrer. O sangue caiu em seis gotas que se esparramaram e formaram uma poça. Haru rapidamente virou a mão para cima. Todos notaram que o sangue que Suiro havia derramado antes sumiu, e logo pensaram que era por causa da invocação. E então voltaram a prestar atenção em Haru. Haru colocou os seus dois braços estendidos sobre o circulo e cruzou um sobre o outro. Sua expressão ficou séria e Haru fechou os olhos. E então, ele começou a falar:
- Eu sou aquele que abre o portão entre o mundo das bestas e dos humanos! Passe pelo portão dos guerreiros e lute para me servir!
Todos esperaram que algo fosse acontecer, mas tudo ficou quieto e sem ação. Somente o sangue que Haru havia derrubado no círculo desaparece. Haru abriu os olhos e esperou algum sinal. Mas nada. Suiro o fitava seriamente e os outros olhavam disfarçadamente. Somente Yoshino que perdeu a paciência, apanhou a adaga de prata do chão e tomou atitude.
-Você não leva jeito para isso! Veja como se faz! – Falou Yoshino esnobando Haru.
Yoshino passou rapidamente a lamina da adaga na palma da mão direita e deixou dez gotas de sangue pingar dentro do circulo. Depois, largou a faca no chão, e colocou os dois braços estendidos e cruzados sobre o circulo.
-Eu sou aquela que abre o portão entre o mundo das bestas e dos humanos! Passe pelo portão dos morcegos e sacie sua cede para me servir!
O circulo brilhou em uma luz azul bem forte. E a luz se expandiu. Todos ficaram cegos e surpresos ao verem o fenômeno. Todos haviam coberto seus olhos com os braços exceto Suiro (deve ser pelo costume de invocar tantos bichos varias vezes). A luz azul cegou a todos por um momento e logo então sumiu de repente. Foi então que todos abriram os olhos e viram o que havia aparecido: Era um garoto pálido, de uma pele bem branca cinzenta. Ele deveria ter cerca de 1, 45 de altura e 12 anos de idade. Seus caninos afiados estavam para fora de sua boca apesar de ela estar fechada. Seus cabelos eram bem pretos e escuros. Eram longos e espetados e desciam até metade das suas costas. Ele tinha uma franja no olho direito e seu olho esquerdo, exposto, era de um vermelho bem forte. Ele usava uma túnica preta, rasgada e surrada. Seus braços e suas pernas estavam algemados separadamente e ele estava descalço.
-O que é isso? – Perguntou Shiro.
- Então temos uma domadora! – Afirmou Suiro seriamente e lentamente. – E parece que a sua besta é um vampiro! Foi uma boa escolha senhorita Kawawa.
Yoshino olhou de lado para Suiro e sorriu malignamente. Depois voltou seu olhar para o pequeno vampiro a sua frente.
-A luz queima! – Exclamou o jovem vampiro com uma voz rouca e pura. – Quem me invocou? – Perguntou o jovem vampiro olhando com desconfiança para todos a sua volta.
- Fui eu! – Respondeu Yoshino severamente.
O jovem vampiro se virou e deu de cara com uma garota alta, de cabelos ruivos e usando roupas apertadas. Ao vê-la, ele logo se animou.
- Você? – Ele perguntou. – Hm... – Ele fez.
-O que foi? – Perguntou Yoshino. – Eu o invoquei! Sou sua mestra! Deve me obedecer! – Ordenou Yoshino não gostando nem um pouco do olhar malicioso do pequeno vampiro.
- Posso saber quem é você? – Perguntou o pequeno vampiro.
- Sou Yoshino Kawawa! – Respondeu Yoshino com desgosto.
- Você parece uma boa domadora para mim! – Comentou o pequeno vampiro. – E você não é nada má hein?
- O QUE? – Muramasa ouviu de longe o que o vampiro disse e saltou de sua cadeira para cima do pequeno vampiro.
Muramasa correu pela sala, e ao chegar até o circulo, empurrou Haru e Shiro abrindo espaço para si mesmo, se dirigiu ao pequeno vampiro, o agarrou pela gola de sua túnica e o levantou no ar.
-Com quem você pensa que esta falando? – Rosnou Muramasa. – Ela é minha namorada seu safado!
-Ei! Muramasa! Cuidado com ele! Ele é agora o meu servo! – Resmungou Yoshino.
- Você não é meu mestre! Portanto não tem o mínimo direito de tocar em mim ou dirigir a sua palavra a mim sem a permissão da minha mestra! – Falou o pequeno vampiro olhando sonolentamente para Muramasa.
-E você se chama de vampiro? É só uma criança! Eu poderia acabar com você aqui mesmo! – Falou Muramasa encarando o pequeno vampiro.
-Não duvide de minha força! – Falou o pequeno vampiro. – Eu ainda sou um vampiro em treinamento! Porém sou bem forte!
-BASTA! – Gritou Suiro seriamente.
Muramasa congelou e soltou o vampiro que caiu em pé no chão. Muramasa recuou para trás e olhou com o ódio o pequeno ser que se dirigiu até Yoshino.
- Yoshino Kawawa! – Falou o pequeno vampiro. – Eu esperei 60 anos para que alguém me invocasse e me usa-se como arma de combate! E agora eu vejo essa pessoa! Porém, para ser minha mestra, você deve atender aos meus requerimentos!
-Que requerimentos? – Perguntou Yoshino.
-São os requerimentos necessários que um domador deve ter para me invocar!Primeiro: você deve me invocar apenas em períodos de noite! Pois durante a noite, eu me fortaleço e não fico vulnerável aos poderes da luz! Segundo: Jamais carregue com você utensílios religiosos que possam exorcizar direto a alma de vampiros! Entre eles: Estacas de madeira, cruz de ferro, água benta e uma bíblia!
-Posso garantir isso! – Afirmou Yoshino.
-E tem mais! – Completou o pequeno vampiro. – Na minha presença, seus sentimentos devem ser sempre obscuros! Cercados pelo egoísmo e pela brutal vontade de matar! Pois isso irá me fortalecer!
- Agora sim eu estou gostando! – Yoshino sorriu cruelmente.
- E por fim... Você deverá me recompensar com sangue fresco e humano após todas as vezes que me usar para uma causa! – O estomago do pequeno vampiro roncou de fome. – Falando nisso... Estou com sede! Quero sangue!
Yoshino tirou seu mini casaco e depois jogou os seus longos cabelos vermelho para trás do ombro e se agachou.
-Aqui! Pode beber do meu! – Falou Yoshino lhe apontando para o seu pescoço.
-Era o que eu esperava de você! –O pequeno vampiro sorriu se aproximou de Yoshino, e ao abrir a boca, seus dentes cresceram e outros novos afiados surgiram. E então, ele mordeu o pescoço de Yoshino com voracidade. Yoshino quase gritou de dor após a mordida, mas engoliu o grito e ficou séria.
- Tsc! – Muramasa ficou com mais raiva ainda. Sua namorada estava sendo “assediada” ou “usada” por um mero vampiro em treinamento.
O pequeno vampiro bebeu até onde quis e depois parou. Ele largou Yoshino e seus dentes voltaram ao normal. Depois passou a língua entre os lábios e esboçou um sorrido de satisfeito. Yoshino ainda agachada colocou os dedos de sua mão sobre o seu ombro direito para verificar a marca da mordida, porém, se surpreendeu ao perceber que não havia nem um arranhão se quer ali.
- Uma besta invocada não pode ferir seu mestre! – Falou o pequeno vampiro ao perceber que Yoshino ia questionar sobre sua ferida não visível.
- Qual o seu nome? – Perguntou Yoshino se levantando.
-Devibat! – Respondeu o pequeno vampiro.
- A partir de agora você deverá mostrar lealdade para mim! – Ordenou Yoshino se agachando novamente para apanhar seu casaco.
- Certo! - Afirmou Devibat.
-Dispensado! – Falou Yoshino.
Devibat sorriu suavemente e então sumiu em uma explosão de fumaça. Todos ao redor do circulo começaram a tossir, mas depois pararam quando a fumaça flutuante sumiu. Yoshino deu um passo para trás e fez uma pose de vencedora.
-Mas alguém quer tentar? – Perguntou Suiro olhando para os demais ao redor do circulo.
Shiro fez que “não” com a cabeça. Kaneko deu um passo para trás em sinal de desistência e Kageyama decidiu tentar. Este fez o mesmo que todos os outros, porém, pronunciou palavras diferentes. Mas, para a sua decepção, não conseguiu invocar nada que nem Haru. Então, ficou claro que só Yoshino poderia ser uma domadora.
-Bois bem... – Falou Suiro. – Como só temos um domador aqui então... Estão todos dispensados!
Depois do teste, todos saíram pela porta central. Yoshino estava se gabando com Aika que ela era a única que tinha a capacidade de ser uma domadora e que os outros restantes não eram grande coisa. Depois, acrescentou que ela e Aika eram os primeiros escolhidos a adquirirem suas classes. Aika concordou e apoiou à amiga. Porém, Muramasa não estava nem um pouco feliz em Yoshino ter escolhido ser mestra de uma criatura tão “mesquinha” como Devibat.
Após saírem da sala 12, Akane se encontrou com todos e lhes perguntou como foi. Yoshino logo foi respondendo que foi a única domadora escolhida. Akane deu uma suave risada e convidou Aika para participar de uma sessão de treinamento com ela. Aika concordou. Depois avisou que os testes do dia haviam encerrado temporariamente, e que todos tinham o dia de folga para relaxarem e curtirem. E assim, Akane foi com Aika para a ala de treinamento.
Yoshino e Muramasa decidiram passear pelo jardim do forte juntos, e assim terem um momento só deles. Yoroi sem opções quis conhecer melhor o lugar. Haru e Ayasaki pediram se poderiam ir junto e assim os três começaram a passear pelos corredores. Shiro decidiu procurar Asura para lhe fazer algumas perguntas. Kensuke e Kageyama estavam com fome, por isso então foram direto ao refeitório. Kaneko então decidiu ficar um tempo sozinho passeando pelos corredores do forte.
Kaneko subiu para o terceiro andar. Ele andou calmamente por um longo corredor igual aos outros, porém, quando chegou ao final, se deparou com um caminho sem fim. Kaneko estava prestes a dar meia volta, mas então notou que havia uma porta estilo japonesa de madeira vermelha ao seu lado direito. A porta estava um pouco aberta, e como não havia ninguém por perto, Kaneko decidiu entrar. Ao entrar, ele deixou a porta do jeito que estava, e então se deparou com um largo corredor curto e diferente. Este, o chão era de uma madeira escura, e o as paredes também. O lugar estava iluminado pela luz que entrava através da porta pouco aberta. No lado esquerdo do corredor, havia quadros retratando cenas de guerras, pergaminhos em cima de pilares ou pendurados na parede. Armas como lanças, espadas, adagas, capacetes e escudos estavam em suportes na parede ou em cima de mesas ou pilares curtos. Do lado direito, havia outras armas como shurikens, kunays, espadas japonesas, malhas de ferro, cintos de couro, dardos, arcos e flechas e urnas. Kaneko ficou espantado ao ver tantas armas, e então se notou de que aquele era um arsenal de armas. Kaneko andou lentamente pelo lugar, observando as diversas armas locais, e então parou. Ele se deparou com uma coisa totalmente diferente. Uma armadura de combate. Não era uma armadura de proteção boa, mas parecia ser bem eficiente: Havia um conjunto de caneleiras de ferro prateado. Elas estavam presas a suportes de ferro na parede que as deixavam em pé e firmes. Abaixo delas estava uma proteção de ferro que parecia servir para contornar e proteger sapatos e botas. Na parte da frente destas proteções, havia duas laminas grande e curvas. Esses, também em suportes de ferro presos a parede. Também tinha protetores de ferro prateado para os braços. Esses protetores protegiam apenas nas partes superiores do braço. Também pendurados a suportes na parede. Havia também ombreiras de ferro prateado, e abaixo a elas uma proteção para o peitoral em forma de costelas pontudas. Também pendurados por suportes. E por fim, havia um cinto de ferro com rosto de caveira. Este estava suavemente preso a parede. Ambos os acessórios estavam separados. Mas, separados de uma forma que demonstrasse a posição de cada um no corpo de um ser humano. Kaneko ficou deslumbrado ao ver aqueles equipamentos e ficou de frente para a armadura. Tudo era de um metal claro, prateado e limpo. O que mais surpreendeu Kaneko foi que, um pouco abaixo do protetor de braço esquerdo, havia um longo katar grosso, pesado, e afiado. Ele era escuro, e tinha as bordas brancas. No seu meio, havia uma barra para o usuário segurar. Suas bordas tinham pontas afiadas para golpes externos e ele estava muito limpo e brilhante. Kaneko ficou ali, olhando para aquele armamento todo, com a intenção de tocá-lo.
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Do lado de fora do forte, estava um dia perfeito. Os pássaros cantavam e o sol brilhava. No portão de entrada do forte, um guarda usando uma armadura de cavaleiro cinza e um pouco arranhada segurando uma lança fazia uma ronda na frente dos muros. Sem se distanciar do forte, ele andava de uma ponta até a outra do muro, apenas monitorando se não havia ninguém desconhecido por perto. Ao chegar à ponta direita do muro do forte, ele pensou ter ouvido alguma coisa. Ele parou e olhou para o longo caminho de terra seca que levava até o portal vermelho. Depois, olhou para a sua esquerda. Na direção da continuidade do muro do forte. Não havia nada também. Ele olhou para cima, na sua frente. Havia uma arvore de folhas alaranjadas como as outras. Ele a observou bem e não viu nada. Depois se virou para voltar a sua ronda normal. Porém, após se virar, alguma coisa pulou de cima da arvore que estava atrás dele e o derrubou no chão fazendo-o soltar a sua lança. O guarda mal levantou o rosto ou tentou reagir e logo se deu como morto. O seu sangue saia por baixo de seu corpo e uma poça de sangue se formou ao redor do seu corpo estendido no chão.
O ser que estava em cima dele se levantou saindo de cima dele e tirando ao mesmo tempo, suas unhas afiadas que atravessaram as costas e a armadura do guarda em forma de flecha. O sujeito era o cara que estava na prisão antes. Agora, sua calça era uma calça de luta grossa e de couro marrom. Ele mantinha os sapatos de bobo da corte amarelo com uma curta curva na ponta. Mantinha também sua camisa social verde bagunçada com uma gravata mal amarrada e sobre ambos um casaco marrom de argola desabotoado. Seu rosto estava visível: Seus olhos eram de um verde escuro, e seu cabelo também. Seu cabelo era um pouco curto, espetado e jogado para trás. Atrás de sua cabeça, havia uma longa trança fina de seu cabelo que descia até as suas costas. Suas unhas eram pontudas e pintadas de um azul bem escuro. Sua expressão facial era de alguém cansado e entediado, pois seus olhos eram caídos e ele tinha olheiras. Deveria ter cerca de 16 anos de idade. O sujeito levantou a sua mão esquerda com as unhas sujas de sangue e lambeu o sangue nelas. Depois, esboçou um sorriso maligno, mas triste e então falou:
-Hora de matar alguns escolhidos!
Continua...