O portal de Chaos Ville
Era de manhã na cidade Akatsuchi. Uma cidade de médio porte localizada em um vale ao redor de montanhas e florestas. Muitas pessoas já haviam saído de suas casas para trabalharem ou cuidarem de suas vidas. Em uma das ruas da cidade, na Avenida Aurora, havia uma casa simples e de tamanho comum. Dela, pela porta da frente, saiu um garoto de camisa preta de mangas curtas com uma laranja de mangas curtas por baixo e também com uma calça jeans. Era Haru Kyoro. Haru vivia em sua casa sozinho desde os 12 anos de idade, que foi quando seus pais foram mortos em um acidente. Haru estudava em uma escola normal, e não era lá um dos mais populares ou normais do pedaço: Vivia apanhando de todos. Meninos e meninas. Haru tinha olhos azuis e cabelos marrons bagunçados e usava algumas pulseiras em seu braço direito. Haru saiu de sua casa animado para ir a escola enquanto ouvia musicas em seu fone de ouvido. Enquanto andava pelas ruas da cidade, Haru acabou vendo de longe, no outro lado da rua, um colega seu de sala. Daisuke Ayasaki. Haru se apressou em alcançar Daisuke e correu até ao amigo. Haru se aproximou o bastante e desligou o seu aparelho de som para falar com Ayasaki.
- Ei, Ayasaki! – Exclamou Haru se aproximando de Ayasaki.
- Ah, Haru?! – Falou Ayasaki se virando para Haru após notar a presença do amigo.
- Ei, como está? – Perguntou Haru se mostrando feliz.
- Bem, eu acho... – Ayasaki Hesitou. – O que o traz aqui?
- Eu só quis vir acompanhá-lo para a escola! – Respondeu Haru esboçando um sorriso. - Que tal?
- Hmm... Tem certeza de que só esta comigo para não ser pego sozinho pelos valentões da escola e levar um surra? – Perguntou Ayasaki em um tom debochador.
- Mas é claro que não! – Afirmou Haru bravo.
- Há, há! – Riu Ayasaki. – Fique calmo! Eu estava brincando! – Haru se acalmou e Ayasaki sorriu. – Sim, podemos ir juntos!
- Certo! – Afirmou Haru que andou junto com Ayasaki em direção a escola. Ayasaki era um bom sujeito. Tinha cabelos azuis claros e um pouco longos e olhos azuis escuros. Ele usava uma jaqueta preta com pelo artificial ao redor da agola do casaco. Por baixo usava jaqueta verde uma camisa roxa clara, uma calça normal e um cachecol vermelho.
Enquanto andavam calmamente pelas ruas da cidade, perto dali, os dois passaram em frente a uma casa de madeira mal cuidada. A casa estava caindo aos pedaços e estava praticamente abandonada. Quando a rua em frente a casa ficou realmente deserta, um sujeito misterioso saiu pela janela da frente da casa. Algumas partes da janela se despencaram e caíram na rua de cimento. O sujeito pulou na calçada e correu como um raio até o outro lado da rua. Ao chegar ao outro lado, ele escalou um prédio pelas escadas coladas em sua parede e se posicionou no topo dele. O sujeito se ajoelhou com a perna esquerda sobre o prédio e só ficou observando o leve movimento na cidade.
- Nada mal! – Exclamou o sujeito que atendia por Muramasa Hyogo. Muramasa era um rapaz desocupado. Tinha olhos azuis e cabelos e cabelos castanhos escuros. Vestia sempre uma roupa flexível preta com botões amarelos e contornos da mesma cor. Usava também botas de couro pretas e luvas pretas. Também usava um casaco preto com pelo artificial nas bordas do casaco. Muramasa vivia sem rumo. Após este ter a mãe morta aos 12 anos de idade, Muramasa se tornou um nômade. O tempo se passou e ele encontrou um lugar para ficar. Sim, a cidade Akatsuchi. Muramasa decidiu ficar lá devido ao ato de ter encontrado uma garota da mesma idade que ele (19 anos) que atualmente é a sua namorada. Yoshino Kawawa. Sim, este é o nome da garota. Yoshino fugiu de casa quando era ainda uma adolescente, e desde então, prestou serviços para grupos de Gângsteres como uma simples stalker e ladra. Yoshino era cruel e arrogante. Dificilmente conversava com alguém sem pisotear a pessoa. Um par perfeito para Muramasa, que falava sempre o que lhe vinha na cabeça. É claro que muitas vezes Yoshino batia em Muramasa por ele chamar a atenção de muitas garotas devido a sua personalidade de causar raiva e paixão em muitas garotas. – Realmente, a cidade hoje está calma! – Exclamou Muramasa dando uma ultima olhada no pedaço da cidade em que conseguia ver e depois se levantando. –É assim que eu gosto! – Muramasa sorriu e pulou do prédio em direção a rua. Sua sorte é que ele pulou propositalmente em cima de um caminhão de areia, e isso amorteceu a sua queda. Muramasa desceu da caçamba do caminhão e se pôs andar pelas ruas calmas e silenciosas da cidade.
Em uma rua longe do centro da cidade, aos arredores dela, de uma casa normal de agradável aparência, saiu um garoto de camisa preta e cabelo preto meio que um pouco emo. Ele usava jeans, um bracelete preto no pulso direito, um par de óculos e tinha olhos verdes.
- Até mais mãe! – Gritou o garoto para dentro de casa fechando o portão. Ele se virou, olhou para a cerca de madeira que dividia a floresta da cidade e suspirou. – Vamos lá Kageyama! Hoje é sexta-feira, e você consegue sobreviver a mais um dia de aula! – O garoto se chamava Kageyama. Ele era uma pessoa calma e tranqüila que adorava jogar vídeo games e ler histórias em quadrinhos. Kageyama morava com os pais e sempre lhes passava uma boa imagem de educado e simpático. Porém, mesmo assim, Kageyama não se importava com ninguém. Tirava notas baixas na escola e não tinha amigos porque ninguém o respeitava. Kageyama ajeitou sua mochila no ombro e andou pela rua de sua casa até a escola onde estudava. Mais para frente, Kageyama notou um acidente na rua em que ele sempre pegava para ir à escola. Dois carros haviam batido e havia um amontoado de pessoas ao redor. No chão, tinha um corpo de um homem caído com a testa e o tórax sangrando, e em um dos carros batidos, havia um outro corpo de um outro homem atravessado pela janela do carro. – Hunf! Idiotas! – Exclamou Kageyama ignorando as vitimas e não ligando para nada. Kageyama olhou para a esquerda e viu um beco descuro e gelado que servia como um caminho alternativo agora que teria que mudar a sua rota de caminhada para a escola. Kageyama entrou no beco sem o menor medo e continuou andando. Quando chegou ao meio do beco, onde já estava mais claro, Kageyama foi abordado por duas ladras que pularam de dentro de latões de lixo e o cercaram. – Que? – Indagou-se Kageyama.
- Ora, ora, ora! Encontramos um idiota perdido! – Exclamou a garota a sua frente. Era Yoshino Kawawa. Yoshino se aproximou e deu uma joelhada na barriga de Kageyama que caiu no chão de dor com a mão na barriga. – He, He! Verme inútil! – Falou Cruelmente Yoshino. Yoshino tinha longos cabelos ruivos cacheados que desciam até a sua cintura. Sua pele era clara, o que fazia com que a cicatriz abaixo do seu olho direito se destacasse bem. Yoshino tinha olhos cor de mel e usava roupas apertadas: Um mini-shorts preto com um cinto de tecido leve e um sutiã de couro que revelava uma parte de seus grandes seios. Yoshino usava uma jaqueta acabada que só tinha as mangas e um gorro com pelo artificial ao redor das bordas do gorro.
- Yoshino, esse ai é apenas um estudante! Não deve ter muitas coisas de valor! – Exclamou a garota que bloqueava a passagem atrás de Kageyama. Ela era a única e melhor amiga de Yoshino: Minami Aika. Aika era uma pessoa sem sentimentos. Não mostrava reação sentimental nenhuma, por isso cumpria bem as ordens recebidas. Aika tinha cabelos azuis curtos, olhos azuis e usava um tapa-olho preto em seu olho direito. Usa um vestido preto longo e leve e um par de meião preto com sapatilhas pretas. Aika trabalhava junto com Yoshino no ramo do “roubo”.
- Pode até ser, mas primeiro vamos ver o que ele carrega! – Falou Yoshino colocando a mão esquerda na cintura e fazendo uma cara de insatisfeita.
- Desgraçada... – Exclamou Kageyama do chão, gemendo de dor.
- Cale a boca desgraçado! – Exclamou Yoshino desferindo um chute rasteiro no rosto de Kageyama. – Sabem com quem está falando Imbecil? – Yoshino se estressou e começou a pisotear as costas de Kageyama que nem conseguiu se levantar e se defender. Yoshino passou um bom tempo pisoteando Kageyama, e então quando este não mostrava mais resistência, Yoshino parou. – Vasculhe a mochila dele! – Ordenou Yoshino.
-Certo! – Aika pegou a mochila de Kageyama e começou a vasculhar as coisas dentro dela até que decidiu despejar tudo no chão. E foi o que fez. Aika despejou as coisas de Yoshino no chão, mas nada de valor foi encontrado. – Não há nada com ele! – Falou Aika soltando a mochila e levantando a cabeça para Yoshino.
- Tsc! – Fez Yoshino. – Vamos embora! – As duas ladras largaram Kageyama no beco e saíram correndo. Depois de um tempo, Kageyama se levantou com dificuldades, reuniu suas coisas na mochila e limpou o sangue do nariz. Kageyama andou todo dolorido para fora do beco e sua visão foi pouco ofuscada pela luz do Sol.
- E eu pensando que essas coisas só acontecem em segundas-feiras. – Reclamou Kageyama se apoiando em uma lata de lixo. – Mas que droga!
Em uma cafeteria na cidade, a porta se abriu, e dela saiu um garoto de cabelos pretos, olhos castanhos e vestindo uma jaqueta preta sob uma camisa branca e uma calça preta. O garoto usava luvas de ginástica pretas, e em mão direita ele carregava uma garrafa de refrigerante. O garoto era Kasai Kensuke. Pouco se sabe sobre a vida de Kensuke. Ele apenas vive com o avo em uma casa simples (não, não é a cafeteria) e que carrega consigo um isqueiro que ganhou de presente de seu avo. Kensuke carrega aquele isqueiro como se ele fosse o anel do Smeagle. Kensuke abriu a tampa da garrafa com a sua mão esquerda e depois deu gole no refrigerante que desconhecido que continha dentro da garrafa. Kensuke parou de beber e caminhou tranquilamente pela rua da cidade.
Em uma outra rua da cidade, Haru e Daisuke passaram em frente a um prédio de onde dele saiu um homem já adulto. Este era Shiro. Neto de um grande ex-lutador de artes marciais. Seu Avo, que o ensinou Muay Thai, Muay Boran, Karate e Jiu Jitsu, já estava morto. Shiro morava sozinho após conseguir dinheiro o suficiente para nunca mais trabalhar. Ele usava uma vestimenta branca (como um quimono aperfeiçoado) com alguns desenhos e formas diferentes de cores variadas. Shiro tinha cabelos brancos e olhos azuis e é uma pessoa extremamente calma. Teve sorte em lucrar rápido em seus tempos de gerente de uma empresa de negócios de Marketings devido ao fato de ter um QI extremamente elevado. Shiro saiu calmo e com um pouco de sono de sua casa. Ele estava andando pela rua quando notou ter pisado em alguma coisa. Mas era apenas impressão dele. Shiro voltou a andar mas neste instante, se ver, trombou com Kensuke.
- Ah! – Exclamou Kensuke quase deixando a garrafa de refrigerante cair no chão.
- Desculpe-me! – Desculpou-se Shiro.
- Sem problemas! – Falou Kensuke sorrindo e continuando a andar seu caminho. Kensuke fez o mesmo.
No centro da cidade, em um prédio de luxo, no 15° andar, um vulto escuro e sinistro invadiu a o quarto pela janela aberta através de ter executado um perfeito parkur e permaneceu dentro dele por um tempo. Após alguns minutos, o vulto saiu pela janela da mesma maneira que entrou e se posicionou no terraço do prédio. O vulto, que era um garoto, se sentou no chão de pedrinhas brancas do terraço e logo começou a vasculhar a carteira que tinha na mão. Certamente, ele a havia roubado de alguém que morava dentro do apartamento em que ele acabará de assaltar. O garoto examinou a carteira e dentro dele, ele encontrou alguns Ryos, e os despejou no chão. Ele voltou a vasculhar até que encontrou um papel branco, meio rasgado, mas com números anotados nele.
- 3, 6, 3, 28, 97 e 12! – Falou o garoto lentamente conferindo os números. – Sim, é este aqui! – O garoto se levantou e jogou a carteira no terraço do prédio como se ela fosse uma simples pedra. Depois, ele pegou as notas de dinheiro que havia colocado no chão e falou: - É disso que eu gosto! – Ele era Kaneko Hikori, um garoto de 13 anos que nasceu e viveu roubando. Ele cresceu nas ruas e aprendeu técnicas de assassinato e roubo. Kaneko trabalhava como um assassino para muitos mafiosos e gangues ricas. Ele era um matador que fazia as coisas por dinheiro. Dinheiro. Kaneko usava uma vestimenta preta meio marrom, como um quimono personalizado, de um tecido flexível, leve e um pouco inflável. Ele também usava um cachecol vermelho longo, que cobria sua boca e parava abaixo do seu nariz. Kaneko tinha cabelos brancos espetados e olhos marrons. Kaneko guardou o dinheiro dentro de sua roupa (entre o corpo e a vestimenta) e depois tirou das costas, presa a uma bainha, uma faca ensangüentada e a limpou na roupa. Kaneko correu pelo terraço do prédio e pulou no telhado do prédio que estava ao lado deste sem a menor dificuldade e então prosseguiu seu caminho de “pulador de prédios”.
Pouco longe da cidade, em uma das montanhas que rodeava a cidade de Akatsuchi, havia um templo de monges exorcistas. Era um templo calmo, onde havia monges andando pelos jardins do templo o tempo todo. Alguns meditando, outros treinando suas habilidades com bastões. Alguns dos monges deste templo usavam túnicas pretas e azuladas com o símbolo de uma cruz prateada. Estes eram carecas. Outros monges, em minoria, usavam um casaco azul escuro com linhas brancas nele. Estes tinham cabelo. Dentro deste templo, em uma cabana, havia uma estatua de um dragão branco (a estatua era cinza. Então o dragão era cinza.) em posição de combate. Em frente ao dragão, havia um garoto meditando. O garoto tinha cabelos laranja espetados e jogados para trás. Seus olhos eram da mesma cor que seus cabelos (apesar de estar de olhos fechados), e em seu corpo magro, havia tatuagens azuis, que mais pareciam marcas significando alguma coisa. O garoto usava uma calça de um tecido grosso um tanto pesada com um cinto de ferro, e também usava sapatos de treinamento. Enquanto meditava, a porta da cabana atrás dele se abriu e um homem que aparentava ter cerca de 40 anos de idade, vestindo um dos casacos azuis escuros de monge bem abotoado, com cabelos marrons espetados e fumando entrou. O monge tinha olhos negros cansados e barba de fim de tarde.
- Ei, Yoroi! – Exclamou o monge. – Já acabou o tempo do castigo! Está liberado! – Nesse instante, o garoto abriu os olhos e em um berro, se despreguiçou todo.
-UOU! FINALMENTE! - Yoroi pulou e ficou em pé. Sim, Yoroi era seu nome. Yoroi Kamikaze. Quando bebe, Yoroi foi abandonado na frente do templo, e Asura, um dos monges lideres o criou como um filho e aprendiz. Yoroi cresceu no templo e viveu lá a vida inteira. Nunca foi nem um pouco responsável. Yoroi sempre teve uma paciência zero para as coisas e era muito rebelde. Porém, era uma boa pessoa. – Já não agüentava mais ficar sentado pensando besteira!
- No que você estava pensando? – Perguntou Asura se aproximando de Yoroi de com uma cara de desconfiado.
- Pornografia! – Respondeu Yoroi na maior cara de pau. Nesse instante, Asura afundou um soco no topo da cabeça de Yoroi. – AII! – Gritou Yoroi.
- Aprendiz idiota! – Exclamou Asura. – Como ousa meditar enquanto pensa em besteiras na frente da estatua do Dragão Branco? Nosso deus protetor!
- Eu sei lá! – Yoroi colocou as mãos na cabeça e se virou para Asura com uma cara de desinteressado. – Não conseguia “refletir” então simplesmente pensei em... – Antes de completar a frase, Asura afundou outro soco na cabeça de Yoroi. – AII CARAMBA!
-Idiota! Tome atitude! Você já tem 16 anos! Não é certo ter uma atitude delinqüente dessa em um templo de monges! Quando você crescer, deve estar maduro o suficiente para herdar o templo se tornando um monge de alto nível e para combater as criaturas das trevas.
- Mas como eu posso combatê-las se em todos esses anos você não me ensinou nenhuma habilidade útil? – Perguntou Yoroi se sentando no chão ainda com as mãos na cabeça.
- Ainda não esta ma hora de você aprender a usá-las! – Falou Asura tirando o cigarro da boca, apagando a bituca queimada com os próprios dedos e o jogando chão e se sentando em frente à Yoroi. – Muito bem... Diga-me Yoroi, o que são Akumas? – Asura ficou mais sério.
- “Akumas”... – Repetiu Yoroi tirando as mãos da cabeça e cruzando os braços para fazer força para se lembrar de algo. – Bem... Akumas estão em toda a parte em nosso mundo! São criaturas das trevas que vieram de uma dimensão paralela chamada Chaos Ville! Os Akumas são demônios forte fisicamente, porém são burros e pouco pensam sobre o que fazer! Eles estão em nosso mundo escondidos entre as sombras, e se alimentam de nós seres humanos! – Yoroi apertou os olhos. – E acho que também comem animais..!
- Só isso?- Perguntou Asura.
- É... Acho que sim... Explique você então! – Yoroi virou o rosto para o lado para ignorar Asura.
- Sempre esquece não é? – Perguntou Asura. – Os Akumas evoluem. Conforme eles se alimentam da carne humana ou animal, eles vão adquirindo outras habilidades como a fala humana, e podem até copiar a nossa imagem! – Asura levantou o seu dedo indicador esquerdo apontando para o teto em um gesto para chamar a atenção de Yoroi. – Sabe por que reforçamos todas as entradas do nosso templo todos os dias com água benta e orações?
- Não! – Respondeu Yoroi rapidamente.
- É porque os Akumas se fortalecem a noite! E colocamos barreiras protetoras ao redor do nosso templo todas as noites para que os Akumas não penetrem nele.
- Ta... Já saquei! – Yoroi fez uma expressão facial de quem não estava nem ai para o que Asura dizia.
- Venha, saia daqui! – Asura se levantou e convidou Yoroi para se retirar da cabana. – Vamos para o almoço!
- Agora sim! – Exclamou Yoroi se levantando e seguindo Asura para fora da cabana.
Já eram duas e trinta e um da tarde. As aulas na escola onde Haru e Ayasaki já haviam acabado. Ambos estavam se dirigindo para fora do colégio quando foram abortados por um grupo de moleques da mesma escola.
- Ei, aonde pensam que vão “Playboys”? – Perguntou um garoto gordo, de camisa verde e boné que aparentava ser o líder daquele grupo de outros quatro garotos.
- Isso não interessa para você seu Gordão! – Respondeu Haru querendo que os valentões fossem embora logo.
- Pensa que tem autorização para falar desse jeito comigo “Playboy”? – Perguntou o gordinho novamente.
- Bem... Ah... O que você quer? – Perguntou Haru meio que sem jeito.
- Esse aparelho de som seu é bem legal! Eu o quero! – Falou o gordo apontando para o aparelho de som portátil que Haru carregava.
- Sem chance! – Respondeu Haru. – Isso é meu e me pertence!
- É mesmo? – O gordo sorriu e um garoto loiro ao seu lado direito, usando óculos escuros desferiu um soco na cara de Haru que caiu no chão. Para a sorte dos valentões, não havia ninguém por perto. – Eu acho que você não entendeu direito... Eu QUERO! – Repetiu o gordo com fúria.
- Vão embora! – Exclamou Ayasaki sério.
- E você também cai fora! – Falou o gordo. Então, o loiro ao seu lado direito se aproximou de Ayasaki e desferiu um soco em Ayasaki. Porém, Ayasaki foi mais rápido e bloqueou o soco do garoto.
- Que? – Indagou-se o garoto loiro.
- Você é forte! – Falou o gordo com um sorriso maléfico em seu rosto. Porém, a expressão do gordo sumiu quando misteriosamente, os olhos de Ayasaki brilharam vermelhos e Haru que estava no chão e de costas nem percebeu o porquê do espanto do gordo e de seus companheiros. – Eu hein... Sai de perto de MIM! – O grupo de marginais saiu correndo largou os dois ali mesmo na entrada da escola. Outros estudantes começaram a surgir no pátio.
- Você está bem? – Perguntou Ayasaki estendendo a mão direita para Haru.
-O que foi isso? - Perguntou Haru surpreso olhando para a cara de Ayasaki. – Eles simplesmente...
- Eu sei! Realmente foi estranho! – Ayasaki disfarçou a ajudou Haru a se levantar.
Mais tarde, no prédio onde Shiro morava, o mesmo entrou nele e subiu as escadas até o 3° andar. Ao chegar lá, Shiro, parou em frente à porta do seu apartamento tirou do bolso algumas chaves em um grande e redondo chaveiro. Ele examinou uma por uma para ver qual iria abrir a porta até que selecionou uma chave cinzenta. Shiro abriu a porta do seu apartamento e antes de entrar, olhou para um apartamento vizinho ao seu. A porta deste apartamento estava um pouco acabada e a placa com o numero “22” na porta estava torta. Shiro então voltou seu olhar para o seu quarto e entrou fechando a porta. Alguns minutos depois, curiosamente, Yoshino e Aika subiram as escadas e se posicionaram em frente à porta do apartamento 22 ao lado do que Shiro estava. Aika tirou de dentro do seu vestido uma chave cinza e abriu a porta do seu quarto. Yoshino entrou primeiro e Aika em seguida fechando a porta. Ao entrar, Yoshino se jogou no sofá do apartamento e Aika se sentou calmamente em uma poltrona meio que rasgada. Além do mais, o apartamento estava mal acabado. As paredes estavam arranhadas e sujas, e havia poeira em grande parte dos móveis do lugar.
- Que saco! – Reclamou Yoshino. – Não conseguimos nada hoje!
- Olhe pelo lado bom, não fomos pegas! – Falou Aika.
- Nós nunca seremos pegas Aika! Lembre-se disso! – Exclamou Yoshino se virando para cima e sentando no sofá. Então, um leve ruído veio de uma janela no apartamento que ficava de frente para a rua da cidade. A janela se abriu e Muramasa entrou pela janela e a fechou em seguida. – Mura! – Exclamou Yoshino surpresa.
- Sentiu saudades? – Perguntou Muramasa se aproximando de Yoshino que se levantou e lhe deu um longo beijo na boca. Muramasa parou o beijo, segurou Yoshino pela cintura e perguntou: – E então? Conseguiu algo hoje?
- Hunf! Nada! – Yoshino se separou de Muramasa. – Nós só atacamos um garoto incompetente que não tinha nada de valor com ele! – Yoshino fez uma cara de desprezo.
- Isso é mau! – Falou Muramasa. – Desse jeito vocês ficaram sem dinheiro! – Muramasa sorriu e sentou no sofá.
- Cale a boca idiota! – Ordenou Yoshino. – Você ao menos nos deveria ajudar em algo ao invés de sair andando pela cidade como um vagabundo.
- Não me ofenda desse jeito! – Muramasa sorriu e fechou os olhos.
- Yoshino está certa! – Concordou Aika. – Você bem que poderia colaborar conosco.
- Está bem! – Falou Muramasa se levantando do sofá e passando os dedos nos olhos. – Do que precisa Yoshino? – Muramasa esperou uma resposta e depois olhou para Yoshino que estava olhando pela janela do apartamento pela qual Muramasa havia entrado. – Yoshino? – Repetiu Muramasa.
- Estranho... – Falou silenciosamente Yoshino ainda olhando pela janela.
- O que foi Yoshino? – Perguntou Aika. – O que você esta vendo?
- De repente... Surgiram nuvens cinzentas e carregadas. E hoje estava ensolarado. – Respondeu Yoshino sem tirar os olhos da janela.
- Isso é normal! – Falou Muramasa. – Quase sempre acontece!
- Não é bem assim! – Falou Yoshino. – Se você reparar, as nuvens estão se movendo para o centro da cidade. Muramasa se aproximou da janela e ficou ao lado de Yoshino olhando para o céu. Realmente, nuvens cinzentas e carregadas estavam surgindo e se acumulando no centro da cidade como se algo as tivesse atraindo. Curiosamente, elas estavam formando um formato circular. Como uma espécie de ritual.
Em seu apartamento, Shiro estava sentado em sua poltrona de couro assistindo a um programa de luta livre. O apartamento de Shiro era bem sofisticado, com quadros bonitos, uma ótima pintura de parede, tapetes de veludo, mesas de vidro ou madeira, um lustre de cristal e outras coisas. Shiro acabou se lembrando de seu avo, o qual o ensinou a lutar e já venceu vários torneios e campeonatos. Shiro então olhou para os quadros com imagens dele e de seu avo juntos sobre a lareira de seu apartamento e levantou o seu copo com uísque em um gesto de saudação para os quadros.
- Devo tudo isso a você vovô! – Falou Shiro logo depois bebendo um gole do seu copo. Porém, Shiro notou que logo o seu apartamento inteiro ficou escuro misteriosamente, e Shiro virou a sua cabeça para a janela atrás de si. Shiro se espantou ao ver nuvens cinzas cobrindo o céu inteiro. – Uma tempestade? Aqui? Mas o cara da previsão do tempo falou que só teríamos chuva daqui a dois meses! – Disse Shiro estranhando a situação. Shiro se levantou de sua poltrona e ficou de frente para a janela atrás de si. Shiro observava curiosamente as nuvens se formando no centro da cidade.
Haru e Ayasaki andavam juntos por uma das ruas da cidade, conversando livremente e sem preocupação.
- Obrigado por me salvar naquela hora! – Agradeceu Haru.
- Bem... Não há de quer! – Respondeu Ayasaki. – Mas você deveria parar de se meter em brigas... E deveria também parar de apanhar e aprender a se defender sozinho! – Falou Ayasaki cruzando os braços, mas sorrindo.
- Eu não me meto em brigas! – Exclamou Haru. – Elas simplesmente... – Haru hesitou em continuar. – Vem até mim!
- Tudo bem! É por isso que somos amigos!
- A propósito... Porque aqueles caras correram de você? – A pergunta de Haru fez Ayasaki parar de andar e ficar parado na calçada. Haru parou ao lado do amigo e olhou para ele esperando uma resposta.
- Bem, digamos que... EU SOU MUITO INCRÍVEL! – Ayasaki levantou o rosto, colocou as mãos na cintura e começou a rir loucamente, se achando o cara mais incrível do mundo.
- Eu não acho bem assim... – Falou Haru sem graça.
O animo de Ayasaki logo foi interrompido quando o céu escureceu e este viu nuvens cinza se formando no centro da cidade. Haru viu a expressão de espanto do amigo e olhou para o céu também. Haru ficou surpreso ao ver o céu inteiro nublado daquele jeito.
- Mas... Como tão rápido? – Perguntou Ayasaki para si mesmo com os olhos arregalados.
- Essas nuvens... Isso é um mau sinal! – Falou Haru um pouco assustado e tremendo.
- Relaxe! Não vai cair uma tempestade de raios justo hoje! – Comentou Ayasaki logo vendo que as outras pessoas na rua pararam também para ver o fenômeno. Os carros também pararam. – Pelo menos... Eu acho! – Logo após a fala de Ayasaki, sons de trovões começaram a ecoar pelo céu. Haru começou a se assustar e se escondeu logo atrás de Ayasaki como se o mesmo fosse um escudo humano.
- Eu acho que vão dar uma tempestade! – Falou Haru encolhido atrás de Ayasaki.
-Deus! Esse seu medo de trovões me irrita! – Comentou Ayasaki fazendo uma expressão de saco cheio.
A cidade inteira parou suas atividades para ver as misteriosas nuvens cinza no céu. Muitas pessoas ficaram olhando para o céu, deslumbradas, surpresas ou assustadas com as nuvens. Muitos se perguntavam o que era aquilo, e outros nem sabiam o que dizer. Logo, o céu inteiro ficou escuro, coberto pelas nuvens cinzentas. No centro mais central da cidade, em uma rua que tinha ligação com outras quatro ruas, sobre ela, Um pequeno buraco surgiu nas nuvens, mostrando uma mancha negra no céu como um portal místico ou coisa do tipo. O buraco foi se expandindo, e muitas pessoas se colocaram em uma área abaixo dele para observar o que tinha dentro. Logo, após o buraco ficar de um tamanho suficientemente grande, ele começou a brilhar verde, e rapidamente, um relâmpago verde desceu com tudo até o centro da Rua Erva (Nome da rua central da cidade) e atingiu o meio da rua. O trovão não causou destruição, somente a sua luz ofuscou a visão de varias pessoas que estavam ali. Milésimos após o trovão descer a terra, um feixe de luz verde, brilhante e largo, como o que as naves espaciais produzem, surgiu e ficou iluminando o mesmo ponto em que o trovão havia atingido. A luz verde do feixe luminoso ofuscou a luz de todos os outros elementos naquela cidade. Sejam eles carros, casas, postes, tudo. O brilho verde era tão forte que as pessoas ao redor do feixe de luz verde tiveram que se afastar do local lentamente enquanto cobriam seus olhos para não serem segadas.
Asura estava regando as plantas da estufa do templo monge. Na estufa, era proibido fumar, então, Asura estava sem um cigarro lá. O que para ele era difícil já que se acostumou a fumar em quase todo lugar que ia. Logo, enquanto regava, um monge entrou pela porta da estufa correndo e sem fôlego. Ele ficou a alguns metros de distancia de Asura que percebeu sua chegada e então avisou:
- Senhor Asura! Parece que temos um grande problema!
- O que foi? – Perguntou Asura calmamente sem se virar enquanto continuava a regar as plantas em vasos a sua frente.
- O portal de Chaos Ville foi aberto! Ele está aberto! E surgiu bem no meio da cidade! – Asura deixou o regador cair no chão e se virou rapidamente para o monge.
- Como? – Perguntou Asura assustado.
- O portal de Chaos Ville está aberto! E você já sabe o que pode acontecer! – O monge começou a suar.
- Eu entendo! – Asura se acalmou, mas logo se precipitou. – Reúna um grupo de quatro monges Nível 2 para mim! Eu os quero armados com as armas sagradas e quero também um jipe! Carregue-o com três Barrios de água benta! Rápido!
-S-Sim senhor! – Gaguejou o monge se retirando as pressas. Asura seguiu o monge e quando saiu da estufa viu de longe, Akatsuchi coberta por uma nuvem cinzenta enorme. A cidade inteira estava escura, apenas iluminada pela luz verde que o feixe esverdeado luminoso produzia. Asura arregalou os olhos, mas logo fez uma expressão séria e brava.
- O que é aquilo? – Asura se virou e viu Yoroi pendurado em uma das arvores do templo. Yoroi se soltou do galho da arvore na qual estava pendurado de ponta cabeça e andou até o lado de Asura.
- Lembra quando eu te disse sobre o “Portal de Chaos Ville”? – Perguntou Asura sem tirar os olhos sérios do feixe de luz.
- Sim! Disso eu lembro! – Respondeu Yoroi também olhando espantado para o feixe de luz verde no centro da cidade.
- Lá está ele!
- Legal! – Yoroi arregalou bem os olhos e fez uma expressão surpresa.
- Quando o Portal de Chaos Ville surge, as criaturas das trevas aparecem em grande numero no nosso mundo! É como uma porta aberta para elas! A força policial de Akatsuchi não irá conseguir parar os Akumas! Estou indo para a cidade acabar com eles e fechar o portal! – Falou Asura se virando para Yagura.
- Legal! – Yoroi sorriu surpreso. - Me deixe ir com você! – Yoroi fechou os punhos confiante e se virou para Asura.
- Sem essa! – Falou Asura com uma cara de quem não aprovou nem um pouco o comentário de Yoroi. – É muito perigoso! E você nem tem experiência em lutar contra Akumas!
- Mas eu posso ser de grande ajuda! Deixe-me ir só desta vez! – Insistiu Yoroi.
- NÃO! – Asura se estressou. – Fique aqui no templo onde é seguro! – Yoroi mostrou uma expressão triste e se desanimou.
- Comandante Asura! Estamos prontos! – Asura se virou para o seu lado esquerdo e viu um monge de Nível 2 vindo em sua direção com uma AK-47 branca, com uma cruz gravada em sua lateral, pendurada ao redor de seu corpo e carregando uma SPAS-12 branca, também com uma cruz branca gravada em sua lateral.
- Certo! Estamos partindo agora! – Asura tirou um cigarro do bolso de seu casaco e o acendeu com um isqueiro. Depois desabotoou seu casaco e de dentro dele tirou dois revolveres modelo USP, brancos e com uma cruz gravada em sua lateral. Asura os recarregou e se virou para Yoroi. – Se vier conosco, só estará nos atrapalhando! – Asura deu as costas a Yoroi e correu acompanhado do outro monge até o portão.
A polícia chegou até o local onde o feixe de luz verde estava atingindo e cercou toda a área. Os carros bloquearam o acesso das pessoas até o feixe de luz e logo os policiais colocaram grades de ferro bloqueando a passagem de todos. Depois, cercaram a área com uma fita isolante amarela tendo escrita nela “Se Afaste”. Os policiais se posicionaram atrás de seus carros com suas armas postas e carregadas, apontadas para o feixe de luz. Eles pareciam esperar algum sinal ou reação de algo. E por isso ficaram em silencio, atentos ao feixe de luz verde. Kensuke chegou correndo ao local onde o feixe de luz estava e atravessou a multidão debruçada nas grades de ferro para ver melhor de perto o que era aquele feixe de luz luminoso e verde.
- Nossa! – Suspirou Kensuke se debruçando nas grades após atravessar a multidão e olhando para aquela anormalidade. – Que isso?
Kaneko também estava no meio da multidão, e assim como Kensuke, também queria ver melhor o que acontecia. Então Kaneko passou despercebido pelas pessoas e subiu um poste que estava enrolado pelas faixas de segurança da polícia. Kensuke não atravessou a área restrita, somente subiu até o topo do poste e ficou equilibrado, agachado em cima dele olhando atentamente a luz verde. Logo em seguida, Yoshino, Aika e Muramasa chegaram ao local da anormalidade. Shiro chegou logo depois de carro. Shiro estacionou seu carro de qualquer jeito em qualquer lugar, desceu de seu carro e se misturou na multidão. Haru e Ayasaki chegaram lá também.
- Nossa! Como brilha! – Exclamou Haru surpreso.
- Engraçado... – Ayasaki hesitou em continuar.
- O que foi? – Perguntou Haru se virando para Ayasaki.
- Sinto que... Essa luz... Eu já a vi antes... Mas... Eu não sei onde! – Ayasaki olhava hipnotizado para a luz verde, sem demonstrar expressão facial nenhuma.
-Ei cara você está bem? – Perguntou Haru à Ayasaki.
Kaneko observava com cautela a luz. Hora olhava para ela, olha olhava para os policiais, para assim ver o a atitude que eles iriam tomar.
- Eu sei! São incompetentes! – Kaneko se virou e olhou para baixo. Ele viu Kageyama parado, de braços cruzados apoiado no mesmo poste em que Kaneko estava. Kageyama observava seriamente e atentamente a luz verde.
- O que acha que é? – Perguntou Kaneko a Kageyama sem ao menos olhar para o amigo.
- Alguma invasão do outro mundo talvez! – Respondeu Kageyama também sem olhar para o amigo.
- É a coisa mais provável!
- VEJEM! TEM ALGUEM SAINDO DE LÁ! – Após ouvirem o grito de um cidadão, todos ao redor olharam mais atentamente para o feixe de luz verde, e viram duas pessoas saindo de dentro dele. Os sujeitos estavam com as suas imagens apagadas devido à forte luz verde, mas logo que saíram de dentro, suas imagens puderam ser pouca esclarecidas: Havia duas pessoas. Um sujeito alto, aparentando medir cerca de 1, 85 e outro baixinho, aparentando ter 66 centímetros. Ambos usavam uma túnica marrom, que cobria o corpo inteiro. Estavam com os gorros das túnicas sobre as suas cabeças escondendo as suas identidades.
- PARADOS! – Gritou um policial falando por um megafone. – VOCÊS ESTÃO SENDO IDENTIFICADOS COMO INVASORES! IDENTIFIQUEM-SE! – Os dois sujeitos pararam de andar por um instante, mas logo voltaram a andar. – PAREM SE NÃO ATIRAMOS! – Os dois sujeitos obedeceram na maior tranqüilidade e pararam em frente ao feixe de luz. Logo, uma fumaça escura e preta saiu do meio da multidão e atravessou a barragem do grupo de policiais. Os policiais nem a notarão passando por eles, e só quando ela se colocou em sua frente é que eles se espantaram. A fumaça começou a se locomover para frente, e enquanto se locomovia, formava aos poucos a imagem de uma pessoa. Depois de um tempo, a fumaça de transformou em uma pessoa vestindo uma túnica com capuz marrom também escondendo a sua identidade. – PARADO! – Ordenou o policial assustado. Mas o sujeito ignorou a ordem e se dirigiu aos outros dois em frente ao feixe de luz. – FOGO! – Nesse instante, todos os policiais começaram a atirar no sujeito “desobediente”. As balas iam até ele, mas por alguma razão não o atingiam. Ao invés disso, elas eram refletidas e jogadas contra o chão. – CESSAR FOGO! – Ordenou o policial vendo que sua tentativa de ataque foi inútil. O sujeito misterioso se aproximou dos outros dois em frente ao feixe de luz e parou em frente a eles.
- E então? Os encontrou? – Perguntou o sujeito alto ao lado do pequeno. Este tinha uma voz de nobre e falava com clareza.
- Não! – Respondeu o outro em frente aos outros dois com uma voz séria e perigosa.
- Como?
- Eu sei, é estranho! Em todo esse tempo, eu não os achei em lugar nenhum deste mundo medíocre!
- Foram 10 anos! – Afirmou o pequeno falando com uma voz de criança robótica.
- Sabe que mestre não vai gostar nada do resultado não é? – Perguntou o primeiro sujeito.
- Sim! Eu sei! – Respondeu o outro.
- Certo... Vamos então! – Falou o primeiro sujeito se virando para voltar ao feixe de luz.
- Espere! – Falou o sujeito em frente aos outros dois.
- O que foi? – Perguntou o primeiro se virando novamente.
- Eu posso senti-los... Estão aqui! – O sujeito recém-chegado colocou a mão direita na cabeça como um gesto para pensar ou raciocinar.
- Como assim estão aqui? – Perguntou o baixinho.
- Eu posso sentir a presença deles! Estão aqui! – O recém-chegado tirou a mão da cabeça e se virou para os policiais. – Devemos esperá-los!
- Já que diz! – Falou o primeiro sujeito. – Vou confiar em sua intuição já que você é o único sensitivo aqui!
Os policiais estavam discutindo entre si para entenderem o que os três sujeitos misteriosos estavam falando entre si até que um jipe de guerra buzinou atrás deles. Os policiais se viraram e viram do outro lado da multidão um grupo de monges em cima de um jipe.
- Liberem a entrada para eles! – Ordenou o capitão. Dois policiais se dirigiram as grades de ferro e abriram um espaço para o jipe passar. Os cidadãos locais também fizeram o mesmo. Após o jipe entrar na área restrita e se posicionar ao lado de um carro policial os dois policiais fecharam as grades de ferro novamente. – Fico feliz que tenham chegado! – Afirmou o capitão andando em direção aos monges. – Estávamos a sua espera exorcistas!
- Capitão! – Falou Asura descendo da garupa do jipe com suas pistolas presas a um cinturão de couro branco ao redor de seu casaco. Asura se dirigiu ao capitão da policia e cumprimentou o mesmo. - Qual a situação?
- Até agora somente este feixe de luz misterioso surgiu e de dentro dele outros dois homens misteriosos! Um terceiro apareceu depois e nós tentamos atingi-lo com nossas balas, mas foi inútil!
- Certo... – Asura olhou atentamente para o feixe de luz. – Mantenha seus homens longe desta área e todos os outros civis!
- Ah? – Indagou o capitão não entendendo a ordem de Asura.
- Nós vamos fazer uma matança! – Falou Asura sério.
- É ISSO AI!
- Que? – Asura se virou e viu Yoroi saindo de dentro da camionete com uma lança dourada? – Como foi que você...
- Eu vim ajudar! – Afirmou Yoroi se posicionando a frente de Asura.
- IDIOTA! Eu fali para não vir! – Asura rosnou para Yoroi.
- Se você me deixar trancado naquele templo chato a minha vida inteira, eu nunca irei aprender a lutar e nunca irei poder enfrentar essas coisas! – Yoroi se colocou em posição de combate e olhou fixamente para os três sujeitos misteriosos. – EI, VOCÊS! – Gritou Yoroi.
- Ele esta falando com a gente? – Perguntou o primeiro sujeito misterioso para o sujeito “recém-chegado misterioso”.
- Creio que sim! – Respondeu o sujeito baixinho.
-É BOM SUMIREM DAQUI SE NÃO EU MESMO IREI MANDÁ-LOS PARA O OUTRO MUNDO! – Gritou Yoroi.
- I-IDIOTA! – Gaguejou Asura. - Você não pode enfrentá-los!
- Não custa tentar! – Nesse instante, Yoroi saiu correndo em direção aos três homens com sua lança apontada para os mesmos.
- Eu disse que eles viriam! – Falou o sujeito recém-chegado.
- Está querendo dizer que este garoto é... – O primeiro sujeito mal terminou de falar e Yoroi chegou até eles para perfurá-los com a lança dourada, mas acabou atravessando os três.
- QUE? – Indagou-se Yoroi tentando frear. Porém já era tarde, Yoroi estava tão perto do feixe de luz verde que acabou perdendo o equilíbrio e foi sugado para dentro dele. Yoroi sumiu em um piscar de olhos.
- Um já foi! – Falou o sujeito recém-chegado ignorando o ataque amador de Yoroi.
- YOROI! – Gritou Asura.
- Isso sim foi interessante! – Falou Kageyama esboçando um sorriso. Kaneko olhou para o amigo somente com os olhos, sem mexer a cabeça e depois voltou sua visão para o feixe de luz.
- Mas que garoto idiota! – Exclamou Yoshino.
- Totalmente! – Concordou Aika.
- Ei, o que vocês acham que tem dentro daquela luz? – Perguntou Muramasa para as duas.
- Eu sei lá! – Respondeu Yoshino ignorando a pergunta de Muramasa.
- Legal... Eu vou lá! – Afirmou Muramasa sorrindo bravamente.
- QUE? – Yoshino se virou para o mesmo e fez uma cara de quem não entendeu nada.
- É uma boa idéia vocês não acham? Podemos encontrar algo de diferente do outro lado dessa coisa! – Exclamou Muramasa.
- Mas... Você é sempre cauteloso Muramasa! É estranho alguém como você querer entrar naquele vortex sem ao menos ter noção do que ele é! – Falou Aika.
- Eu sei, mas... Isso é apenas uma maneira a mais de acabar com o tédio! – Muramasa avançou um pouco no meio da multidão e se virou para Yoshino lhe estendendo a mão. – E então? Vamos?
- Tsc! – Yoshino deu um tapa na mão de Muramasa a despachando. – Eu não vou lá idiota! - Yoshino virou o rosto para ignorar Muramasa.
- Você é quem sabe! Até mais então! – Muramasa se virou e correu entre a multidão até chegar às grades de ferro. Muramasa pulou sobre as grades e depois atravessou a frota de policiais. Os policiais tentavam pará-lo, mas Muramasa era mais rápido e conseguia desviar de todos, até que saiu do alcance da polícia e passou ao lado de Asura e do capitão da policia.
- ESPERE! – Gritou Asura estendendo o braço para Muramasa que corria até o feixe de luz verde.
Muramasa correu e quando chegou bem perto do feixe de luz, os três sujeitos em frente a ele, recuaram e sumiram como Yoroi. Muramasa correu e em um salto, foi sugado para dentro do feixe e sumiu como os outros.
- MURAMASA! – Gritou Yoshino. – Droga! Aquele idiota incompetente! – Yoshino fechou os punhos de raiva.
- Pretende ir lá salvá-lo? – Perguntou Aika à Yoshino.
- Mas é claro que não! Ele quis ir então ele que se ferre lá! – Respondeu Yoshino brava.
Ayasaki se ajoelhou no chão, e colocou as mãos sobre o rosto como se algo estivesse atacando seus olhos ou os ofuscando. Haru se virou para o amigo e agachou perto dele para ver o que Ayasaki tinha. Ayasaki tremia e falava de estar sentindo uma sensação estranha.
- Ei, Ayasaki, você está bem? – Perguntou Haru preocupado.
- Eu não sei... Eu sinto como... Se alguém estivesse falando em minha mente comigo! – Respondeu Ayasaki falando lentamente.
- Como?
- Alguma coisa... Está me puxando para dentro daquele troço!
- O que? Como assim?Eu não estou entendendo? – Haru se levantou e ficou olhando para o amigo.
- Sinto muito Haru! Mas eu tenho que ir! – Ayasaki se levantou em um piscar de olhos e correu pela multidão até a grade de ferro onde pulou por cima dela, atravessou a polícia como Muramasa fez, e depois sumiu dentro do vortex. As pessoas começaram a gritar dizendo que todos estavam loucos. E os policias fizeram praticamente o mesmo.
-Ayasaki! NÃÃÃÃO! – Gritou Haru.
-WTF? – Gritou Kageyama ao ver uma terceira pessoa sumindo no vortex.
- As pessoas estão ficando loucas! – Falou Kaneko para si mesmo. Kageyama ouviu o que o amigo disse e comentou:
- Sim, estão! – Falou Kageyama tremendo e surpreso.
Logo, o lugar inteiro começou a tremer misteriosamente, e o feixe de luz começou a emitir uma luz mais forte. Então, uma voz grossa e demoníaca surgiu do nada sem ninguém saber a quem ela pertencia.
- Três de vocês foram espertos e entraram no vortex por conta própria! – As pessoas começaram a se afastar do local e olharam de um lado para o outro desconfiadas e assustadas. – Só faltam sete! – Então, sete braços enormes feito de fumaça negra saíram de dentro do vortex. As pessoas se assustaram e começaram a se afastar mais da área. Outros, apenas ficaram em seu lugar.
- FOGO! – Ordenou Asura. Os policiais e os exorcistas começaram a atirar nos braços que ao longo que eram atingidos pelas balas, evaporavam, mas logo se reconstruíam. Os braços ignoraram o ataque dos policias e dos exorcistas e avançaram na multidão. Um deles se misturou com o povo e foi até Haru e então o agarrou.
- AH? – Indagou Haru. – QUE ISSO? – Haru tentava se soltar, mas a mão negra não o soltava.
Outros dois braços foram em direção a Kageyama e a Kaneko que estavam quietos sem hesitar ao verem os braços de fumaça. O primeiro foi avançar em Kaneko, mas este previu os movimentos dele e deu um mortal no ar. O braço não conseguiu pegar Kaneko na hora, mas mesmo assim não parou e avançou e conseguiu capturá-lo antes de Kaneko encostar-se ao chão.
- KANEKO! – Exclamou Kageyama olhando para o amigo capturado. Kageyama se distraiu e nem viu um outro braço vindo em sua direção. Este o agarrou e o capturou. – Droga! – Exclamou Kageyama tentando se soltar. Mas as suas tentativas de fuga e liberdade foram inúteis.
Outros dois braços se misturaram a multidão e agarraram Yoshino e Aika. Yoshino tentou se soltar chutando o braço e socando ele. Mas não conseguiu. Aika tentou se soltar também, mas depois que viu que não tinha jeito, ficou quieta e parou de se mexer. Shiro correu com a multidão para fora do local, e quando estava alcançando seu carro, foi agarrado por trás por um dos braços. Kensuke tentou fugir também, mas acabou sendo agarrado por um dos braços. Depois, sem hesitar, os braços puxaram os capturados para dentro do feixe de luz que ao chegarem a ele, sumiram como os outros. Asura não gostou nada da coisa, e se virou para um exorcista companheiro seu, recarregou as suas pistolas e disse:
- Shino, agora é com você!Fique em meu lugar! Eu vou resgatar Yoroi e se der os outros!
- Está ciente disse senhor? – Perguntou Shino.
- Sim! Eu irei voltar não se preocupe!
- Está certo... – Shino ficou quieto. – Boa sorte senhor!
- Obrigado! – Asura se virou e correu até o vortex com determinação. Os braços de fumaça negra saíram de dentro do vortex novamente, e em seguida deles, a mesma voz misteriosa e sinistra de antes:
- Não se aproxime exorcista! – Os braços voaram em direção a Asura para rebatê-lo ou segurá-lo. Asura viu o perigo e começou a atirar sem parar nos múltiplos braços de fumaça. Um por um, os braços eram destruídos pelas balas sagradas de Asura, e quando este chegou bem perto do vortex, ele pulou para dentro do vortex e sumiu. Segundos após Asura desaparecer dentro do vortex, o feixe de luz verde desapareceu na velocidade da luz de um raio. As nuvens sumiram também, e o dia voltou a ficar claro.
Yoroi, Muramasa, Ayasaki, Haru, Kaneko, Kageyama, Yoshino, Aika, Shiro, e Kensuke surgiram em uma luz verde em uma floresta. Os dez caíram de cara no chão.
- Ai, mas que droga! – Reclamou Yoshino.
- Isso não foi legal! Espero que eu ainda esteja em um sonho! – Falou Kageyama tirando limpando os óculos.
- Ei... Que lugar é esse? – Comentou Haru. Todos ouviram a pergunta de Haru e se levantaram. Ao abrirem seus olhos, todos se depararam dentro de um bosque. As arvores eram finas e longas, aparentando serem pinheiros. As folhas eram de um verde claro, e a cor do tronco das arvores era de um marrom bem suave. A grama ao redor de todos era de um verde claro também, porém, suave aos olhos. Olhando para longe, através das arvores, era possível ver uma montanha bem larga, mas não tão grande.
- É só uma floresta normal! – Falou Yoroi. – Agora onde estão aqueles infelizes?
- Cale a boca seu idiota! – Todos se viraram para a esquerda e viram Asura saindo do meio das arvores.
- AH? Asura? – Perguntou Yoroi fazendo uma careta de quem iria levar uma bronca.
- Quem é você? – Perguntou Shiro.
- Sou Asura Bluefang! Um monge exorcista!
-Exorcista... – Repetiu Shiro.
-Não querendo ser ignorante, mas... Onde estamos? – Perguntou Kageyama. – Este lugar se parece muito com a floresta GreenGround! A que fica perto da nossa cidade!
- É ai que você se engana! – Falou Asura se virando para a montanha longe de todos. – Bem-vindos a Chaos Ville!
Continua...
Espero que gostem do primeiro capítulo!^^
Última edição por Lavi-kun em 13/11/2011, 08:46, editado 2 vez(es)