Capa:
Sinopse: Essa fic conta a história de três amigas, fãs de Naruto, que acabam parando dentro do anime/mangá e vivendo ao lado dos personagens que elas tanto admiram e amam. Muitas confusões, emoções, intrigas e descobertas vão rechear essa história que envolve comédia, aventura, ação e romance. Preparem-se para serem Narutados!
Autoras: Fuyu Yuuki, Ghabi Yuha e Nola
Classificação: Livre
Categoria: Naruto
Personagens: Todos do elenco oficial de Naruto, incluindo Kyaroru (personagem de Yuuki), Naori (personagem de Nola), Yuha (personagem de Ghabi Yuha) e Hitsu (um personagem baseado fisicamente no Hitsugaya Toushirou do anime/mangá Bleach).
Gêneros: Comédia, Amizade, Aventura, Ação, Romance
Avisos: Heterossexualidade, Violência
Disclaimer: “Naruto” não pertence a nenhuma das autoras, e sim a Masashi Kishimoto.
- Spoiler:
Sinopse: Essa fic conta a história de três amigas, fãs de Naruto, que acabam parando dentro do anime/mangá e vivendo ao lado dos personagens que elas tanto admiram e amam. Muitas confusões, emoções, intrigas e descobertas vão rechear essa história que envolve comédia, aventura, ação e romance. Preparem-se para serem Narutados!
Autoras: Fuyu Yuuki, Ghabi Yuha e Nola
Classificação: Livre
Categoria: Naruto
Personagens: Todos do elenco oficial de Naruto, incluindo Kyaroru (personagem de Yuuki), Naori (personagem de Nola), Yuha (personagem de Ghabi Yuha) e Hitsu (um personagem baseado fisicamente no Hitsugaya Toushirou do anime/mangá Bleach).
Gêneros: Comédia, Amizade, Aventura, Ação, Romance
Avisos: Heterossexualidade, Violência
Disclaimer: “Naruto” não pertence a nenhuma das autoras, e sim a Masashi Kishimoto.
Capítulo 1 – Sonho ninja? De um quarto à Konoha
- Spoiler:
- Aquela data era um típico dia de sábado, já no fim de tarde. Era um sábado muito bom, em que três amigas iriam se encontrar para assistir um de seus animes favoritos: Naruto. Seus nomes eram Kyaroru, Naori e Yuha. Naquele sábado, elas foram se reunir na casa de Kyaroru, sendo que Naori foi a responsável pela comida e Yuha pelos DVDs do anime.
-To indo dormir na casa da Kyaroru!!! – falou Naori ao sair de casa com sua mochila do Sasuke cheia de salgadinhos, refrigerantes, etc.
Naori tinha longos cabelos castanhos lisos presos em duas tranças laterais jogadas para frente, olhos verde-escuros e uma pele clara. Vestia uma blusa de manga curta roxa por cima de uma de manga comprida estilo arrastão, calça legging preta até a panturrilha (barriga da perna) e um tênis azul-marinho, que escondia suas meias. Era uma garota sonhadora, romântica, alegre, sentimental que sempre tenta fazer o melhor para todos, mesmo que tenha que sacrificar a própria felicidade. Seu personagem favorito no anime era o famoso e desejado Uchiha Sasuke, o mesmo que tira suspiros de garotas tanto dentro quanto fora do anime por causa de seu estilo misterioso, quieto e indiferente.
-Ok, mas cuidado, hein! – exclamou sua mãe preocupada.
Ela viu no jornal local que iria chover justo quando as três iriam se reunir. Como mãe, era normal ela ficar preocupada, afinal, o número de acidentes durante chuvas estava começando a ficar muito alto.
-Eu sempre tomo! – exclamou Naori antes de fechar a porta e ir embora.
Naori saiu rapidamente para chegar logo à casa de Kyaroru e se divertir. Quando garota chegou à casa da amiga, bateu na porta enquanto gritava:
-Kyaroru abre aqui! Vai começar uma tempestade e eu não to a fim de ficar aqui fora!
As nuvens que cobriam o céu azul por trás eram bem escuras; quase parecia noite. Já se podiam ouvir os trovões e relâmpagos fazendo um barulho altíssimo e emitindo uma luz ofuscante. Ao ouvir os gritos da amiga, Kyaroru foi abrir a porta, dizendo:
-Entre, minha mãe saiu. Foi viajar e mandou uma babá... – suas últimas palavras foram de irritação.
Kyaroru tinha lisos e curtos cabelos castanho-avermelhados, olhos cor de mel e pele bege um pouco corada. Vestia uma jaqueta azul de zíper – aberto naquele dia – que batia em sua cintura, com detalhes em lilás, uma calça levemente folgada azul-escura e tênis da mesma cor. Era uma garota bipolar; às vezes feliz, calma e compreensiva, outrora triste, raivosa e violenta. Ambas as personalidades de Kyaroru eram irônicas e sarcásticas. Apesar de ser a mais nova, ela aparentava ter a mesma idade de seus amigos.
-Uma babá não! Pelo amor de Kami-sama, você já não é mais um bebê! – Naori ia dizendo revoltada enquanto entrava na casa de Kyaroru.
-Mas... – Kyaroru começou a sorrir ao completar sua fala – a babá ligou agora pouco dizendo que não vai poder vir, então... – ela fez Naori completar a frase.
-Podemos assistir animes até tarde! - disse Naori feliz da vida, após colocar sua mochila em cima do sofá.
-Só falta a Yuha chegar com os episódios passados para DVD em japonês com legenda. – Kyaroru disse.
A anfitriã mal acabou de dizer aquelas palavras e a campainha tocou, seguida por gritos:
-Kyaroru! Abre! Está começando a chover! – era Yuha quem gritava.
Kyaroru saiu correndo e abriu para ajudar sua amiga a sair da chuva que começara.
-Cara, só agora de tarde eu consegui passar pra DVD os episódios. – comentou Yuha ofegante ao entrar na casa de Kyaroru.
Yuha não gostava de se atrasar; tinha pavor. Era o tipo de pessoa perfeita para um pouco de azar perseguir repentinamente. Havia saído de casa correndo para não chegar muito atrasada, pena que foi em vão, pois se atrasara do mesmo jeito.
Ela tinha cabelos castanhos de tom chocolate com os fios superiores naturalmente alaranjados, de comprimento médio, soltos e levemente volumosos, olhos castanhos e uma pele bege natural. Vestia uma sapatilha cinza-chumbo, um short verde-escuro até o meio das coxas, uma bata verde-claro por baixo de uma jaqueta preta que ia até abaixo dos seios. Era uma garota estressada, protetora, otimista, extremamente sentimental e tímida quando está com desconhecidos. Ela tinha a mesma idade de Naori.
-Entra aí. A Naori já chegou. – disse Kyaroru.
Em pouco tempo, Kyaroru trancou a casa e as garotas foram para seu quarto e assistir os DVDs em seu computador, cada uma levando sua mochila.
-Encontrem um lugar bom e confortável – falou Kyaroru, fazendo as outras duas se sentarem.
Naori escolheu uma poltrona e Yuha uma cadeira esférica com o assento vermelho.
-Eu trouxe uns salgadinhos. – dizia Naori enquanto tirava tudo de sua mochila, incluindo uma pelúcia do Sasuke.
-Você tem uma pelúcia do Sasuke? – perguntou Yuha ao pegar sua mochila azul-marinha e tirar de lá uma pelúcia do Kakashi.
Yuha tinha Kakashi como favorito de todo o anime, admirando sua atitude de se atrasar para tudo, sem se estressar ou ficar com peso na consciência.
-Vocês duas também tem pelúcias deles! Eu tenho uma do Naruto. – falou Kyaroru.
Kyaroru, por sua vez, preferia o protagonista loiro, sorridente, otimista e determinado: Naruto. Logo, ela pega em seu guarda-roupa a pelúcia do protagonista e se sentou em seu pufe com o desenho do Itachi.
-Ok. Vamos começar logo a sessão Naruto. Mas antes, seu quarto está tão abafado Kyaroru. – disse Naori se abanando.
Realmente, estava muito abafado lá dentro, pois não havia circulação de ar alguma, já que Kyaroru fechara tudo anteriormente.
-Abre a janela que o temporal está indo pro outro lado – Kyaroru disse ligando o computador, e então Naori foi abrir a janela.
-Toma esse DVD, é o da 1º temporada. Depois vamos para a segunda. – falou Yuha, que deu o DVD para Kyaroru colocar.
A garota de cabelos castanho-avermelhados inseriu o DVD no computador e não demorou muito para que o menu aparecesse na tela.
-Pronto, aqui está. Primeiro episódio. – Kyaroru clicando no episódio em seu computador.
Quando apareceu o Naruto correndo no começo do episódio, um raio entrou pela janela do quarto de Kyaroru, inesperadamente atingindo seu computador e pausando o anime. As três ficaram surpresas e não entenderam como nem por que aquilo aconteceu.
-Eu hein! O que deu no meu PC? – Kyaroru foi andando até seu computador para ver o que aconteceu.
-Sua louca! Não chega perto! – exclamou Yuha segurando o braço de Kyaroru, com medo de algo ruim acontecer.
-Só vou verificar. – explicou Kyaroru, fazendo Yuha soltá-la.
A garota foi andando até lá, quando, de repente, tropeça no tapete e só de chegar perto do monitor do computador, ela apagou. Em outras palavras, desmaiou. Yuha e Naori, já assustadas, viram o corpo dela entrando no monitor e seguraram no pé dela para puxá-la de volta. Porém, elas foram levadas junto.
Um tempo depois, Kyaroru acordou meio tonta, sonolenta e com a mão na cabeça para tentar voltar ao seu estado normal. Quando estava voltando a si, olhou em volta e se assustou.
-O-onde é que eu to? Q-que quarto é esse que parece de mangá?! – se perguntou.
Ela ficou sentada, ainda com a mão na cabeça e outra no chão para apoiar seu corpo, em cima da pelúcia do Naruto. Seu susto ficou ainda maior ao ver Naori e Yuha desmaiadas ao seu lado, porém, com um pequeno e importante detalhe.
-Por que vocês são mangás?! – Kyaroru se desesperava, com isso, ela se levantou e foi se olhar no espelho – Por que eu virei mangá?! – Kyaroru ainda estava com a mesma roupa de antes, mas os seus tênis se tornaram sapatos ninjas, e o mesmo ocorreu com Naori, mas as sapatilhas de Yuha continuaram a ser sapatilhas, só que mais rústicas.
Com todos aqueles gritos, não tinha como dormir. Naori e Yuha acordaram, do mesmo jeito que Kyaroru, um pouco tontas e sonolentas. Aos poucos, se sentaram para ver a razão de tanta gritaria.
-Kyaroru, para de gritar, você me acordou. – falou Naori abraçada na pelúcia do Sasuke, sonolenta.
Naori esfregou um dos olhos e bocejou, ainda segurando a pelúcia do Sasuke.
-Como que eu ainda estou com a minha pelúcia? – perguntou-se Yuha, vendo a pelúcia de Kakashi em seus braços.
-A pergunta agora é: onde nós estamos?! – questionou Kyaroru desesperada, segurando a pelúcia do Naruto.
-Que merda é essa, você ta estressada logo de manhã já Kyaroru! – disse Naori esfregando os olhos e se levantando.
-Olhe para você mesma. – falou Kyaroru irritada.
Naori foi até o espelho e gritou muito alto ao ver seu reflexo. De repente, ouviu-se um latido. Era Bisteca, a cachorrinha chihuahua de Kyaroru.
-O que ela ta fazendo aqui?! – perguntaram Naori e Kyaroru surpresas.
-Ela entrou no quarto um pouco depois de seu corpo começar a entrar no computador Kyaroru, e a Naori não viu. – explicou Yuha calmamente.
-Mas... ONDE É QUE NÓS ESTAMOS?! – exclamou Kyaroru.
Ouviram-se passos do lado de fora, seguidos de alguém dizendo:
-Kyaroru-chan, está tudo bem? – era um garoto com uma voz familiar.
-Essa voz não me é estranha... – Naori sussurrou pensativa para Kyaroru e Yuha, tentando se lembrar de quem era aquela voz.
-Kyaroru-chan? Você está aí? – perguntava o garoto.
-Hai! – Kyaroru gritou sem saber o que fazer.
-Não vai para o teste de graduação? – perguntou ele.
-Teste de graduação? Quem é você? Onde eu estou? – Kyaroru perguntou confusa como se fosse pirar ali mesmo.
-Kyaroru-chan, abre! Deixe eu entrar! Ou vai fazer que nem os outros na vila que me olham daquele jeito estranho? - disse o garoto.
-Espera aí! Só um minuto! – exclamou Kyaroru, indo olhar a janela pra ver que lugar era aquele, cheio de construções um tanto rústicas cercando o local e, ao fundo, um monumento de pedra onde havia três rostos esculpidos.
Ela ficou chocada. Naori foi também e ficou do mesmo jeito.
-Você tem que confirmar isso. – falou Naori.
-Então se esconda com as pelúcias. – sussurrou Kyaroru colocando a pelúcia de Naruto nas mãos da amiga.
As meninas se esconderam junto com as três pelúcias de baixo da cama.
-Já estou indo abrir! Seja lá quem você for! – respondeu Kyaroru.
Ao abrir a porta ela ficou paralisada, observando a imagem daquele garoto bem ali, na sua frente.
-Como assim, seja lá quem for? Sou eu, Naruto. – ele disse.
Aquilo fez Kyaroru desmaiar e cair, batendo a cabeça no canto da mesa perto da porta daquele apartamento.
-Kyaroru-chan! – exclamou Naruto.
O garoto a pegou no colo e saiu correndo.
-Como ele aguenta o peso dela com apenas 12 anos de idade? – questionou Naori, enquanto saía do esconderijo com Yuha, deixando as pelúcias ali.
-Talvez seja pelo fato de vocês terem 11 ou 12 anos agora. – respondeu Yuha.
-E você? Quantos anos você tem?
-Pelo que parece... Entre os 20 e 25. – Yuha disse se olhando no espelho.
-Por que meus olhos estão tudo brancos?!
-Talvez você seja uma Hyuuga.
-Que legal!
Bisteca latiu, acordando as garotas.
-Não deveríamos ir atrás da Kyaroru? – sugeriu Naori.
-É, tínhamos que ir atrás deles... Ah é! A Kyaroru!
E assim, elas saíram pela janela, correndo extremamente rápido. Ao perceber sua velocidade, Yuha parou drasticamente e pensou:
“MAS QUE DIABOS?! DESDE QUANDO EU SOU TÃO RÁPIDA ASSIM?!”
Em seguida, ela viu Naori passando na sua frente e começou a segui-la.
-Yuha! Você sabe onde fica o hospital?! – perguntou Naori.
-Não! – respondeu Yuha.
-Então vamos ter que chutar o caminho... – antes de poder completar a frase, Naori esbarrou em alguém e caiu, e a pessoa também caiu.
-Doeu... Ah, me desculpe! – falou Naori; ela viu quem era e logo quase começou a babar – Sasuke-kun.
-Oi Naori. – cumprimentou Sasuke mal-humorado.
A garota logo voltou à realidade, se lembrando de que deveria ir atrás de sua amiga Kyaroru.
-Ah é! A Kyaroru! – exclamou Naori ao parar de babar.
Ela avistou o Naruto conversando com a Yuha que estava com a Bisteca em seu colo logo à frente. Vendo que Kiba chegou ali perto, Naori foi até lá, deixando Sasuke impressionado por ela não pular no pescoço dele.
-Deixo ela em suas mãos, já que você é uma jounin. – disse Naruto entregando Kyaroru para Yuha, que não sabia o que fazer.
-Ei! O que está acontecendo?! – perguntou Kiba, que acabara de chegar ali com Akamaru.
-Sua prima desmaiou. – Naruto disse a Kiba.
-Ela é sua prima?! – questionou Yuha surpresa.
-É. Ela é do clã Inuzuka também e é minha prima. – respondeu o garoto de cabelos castanhos.
-Então, Kiba, acompanhe a jounin até o hospital. – falou Naruto.
E assim o fizeram: Kiba foi ao hospital com Yuha, que carregava Kyaroru. Naori os seguiu, sem que percebessem, até que chegaram ao hospital. Ao entrarem na recepção, Kyaroru foi acordando confusa. Quando voltou a si, olhou a sua volta e começou a exclamar desesperada:
-Onde eu estou? Quem é você? – ela viu a imagem de seu primo perto de si, que a estava segurando, pois Yuha fora embora – Ahn? KIBA?! CARAMBA, EU NÃO ME LEMBRO DE NADA!
-Calma, sou eu, seu primo. Você está no hospital de Konoha. – dizia Kiba para acalmar a prima.
Naquela hora, ouviu-se o latido da cadela de Kyaroru.
-Bisteca? – Kyaroru olhou para a chihuahua.
-Vamos, o teste de graduação vai ser daqui a pouco. Cadê sua amiga Naori? – perguntou Kiba.
-Você me conhece? – perguntou Naori ao entrar.
-Claro. – o tom de voz do Kiba era como se ele quisesse dizer “Não é óbvio?” – Vamos logo se não vamos nos atrasar. – Kiba pegou Akamaru, Kyaroru se levantou e pegou bisteca e os três foram correndo para a academia.
Capítulo 2 - O teste de um passado desconhecido
- Spoiler:
Quando chegaram, os três ficaram esperando seus nomes serem chamados para fazerem o teste de graduação para gennin; as duas garotas ficaram juntas e Kiba foi falar com seus amigos. Mas havia um problema: como as garotas iriam fazer o teste sendo que nem sabiam como executar todos aqueles jutsus que os personagens faziam? Elas sabiam a teoria, mas não a prática.
–Naori, eu não sei o que está acontecendo! Todo mundo aqui conhece a gente como se nós fossemos desse mundo! E desde quando eu sou prima do Kiba?! – falava Kyaroru, fazendo carinho em Bisteca que estava em seus ombros.
–Eu não faço a mínima idéia do que esteja acontecendo, mas acho que tem alguma coisa a ver com aquele raio no seu computador. – disse Naori.
Escutou-se o nome “Uchiha Sasuke” sendo chamado para fazer o teste. Primeiramente, Naori babou por aquele garoto que era apaixonada, depois recupera a consciência quando Sasuke entra na sala para fazer o teste.
–Naori, eu to com medo disso, até quando vamos ficar presas aqui em Konoha? – perguntou Kyaroru em desespero.
–Se eu soubesse, eu te diria, mas eu estou preocupada em como que nós vamos fazer esse teste sem saber o que fazer?
Naori, então, resolveu fechar os olhos e começou a meditar na tentativa de buscar alguma resposta para aquela saia-justa. De repente, vieram algumas memórias que não pareciam ser dela, mas que mostravam como aquelas pessoas em mangá a conheciam e como se executavam os jutsus.
–Kyaroru, eu acho que sei como fazer o teste! Leve seus pensamentos até o fundo do seu interior, bem lá no fundo, como se estivesse meditando. – falou Naori.
–Como assim? Isso é sério? – perguntou Kyaroru intrigada.
–É. – respondeu Naori certa do que estava falando – Pode parecer loucura, mas pense no porque de estarmos aqui.
–Ha! Ta bom! Eu meditar? Devo estar louca!
Kyaroru, em sua "crise de loucura", começou a fazer o que Naori lhe disse, concentrando-se o máximo que podia. Com ela acabou acontecendo a mesma coisa que aconteceu com sua amiga.
–Então? – perguntou Naori ansiosa por uma resposta de Kyaroru.
–Naori, você é um gênio! – elogiou Kyaroru.
–INUZUKA KYARORU! – gritou Iruka da sala de teste.
Com um frio na barriga, o estômago embrulhando em si e um nervosismo tão grande que era impossível de se medir, Kyaroru foi até a sala de teste. Enquanto isso, Naori foi se sentar em uma mesa qualquer e começou a olhar pela janela.
–Você está sentada onde eu costumo a ficar sentado. – comentou Sasuke arrogantemente, com os olhos para cima, daquele jeitinho que o leitor já deve saber como ele sempre faz no anime.
Mesmo achando o Sasuke fofo, Naori ficou triste com o jeito que ele a tratou, como se fosse obrigação dela sair dali. Então, ela resolveu dar o troco na mesma moeda.
–E daí? – falou Naori fria e arrogantemente para Sasuke.
Embora Naori tivesse alcançado o objetivo de responder à altura, ela chorava por dentro por ter feito aquilo com seu amado. Foi sem querer, querendo.
–Eu quero me sentar aí. – ele falou ainda olhando pra cima.
–Se quiser sentar aqui, venha me tirar. – Naori disse com um olhar desafiador para Sasuke.
Como resposta àquele olhar, Sasuke fez questão de sentar ao lado dela, fazendo sua famosa pose de sério, com as mãos na frente do rosto, e fuzilando Naori com olhos, observando-a de lado.
–Esse seu olhar me incomoda. – Naori disse olhando para ele – Você poderia parar de me olhar desse jeito?
–Não. – respondeu Sasuke rapidamente.
–Então, eu vou sair daqui e uma daquelas garotas histéricas vai vir e ficar te agarrando. – falou Naori em tom de raiva.
Em um ato de desespero para se salvar de alguma garota histérica, Sasuke puxou Naori pela mão quando ela estava se levantando, fazendo com que ela caísse sentada em seu colo e deixando seus rostos em uma distância de poucos centímetros. Aquilo provocou as fãs histéricas de Sasuke, incluindo Sakura e Ino, obviamente.
–Naori! – gritaram Sakura e Ino com um olhar ameaçador.
Naori se levantou dali, rapidamente e saiu correndo.
–HYUUGA NAORI! – chamou o Iruka para o teste.
Naori foi pensando “To salva, por enquanto”. Viu Kyaroru passando ao seu lado e mostrando a bandana sorrindo. Chegando à sala de teste tinha lá 2 chunnins: Mizuki e Iruka.
–É só fazer 2 ou 3 bunshins. Comece – instruiu Iruka.
Com base nas ‘falsas’ lembranças, Naori começou a fazer o bunshin, concentrando chakra e então exclamou:
–Bunshin no jutsu!
Três clones perfeitos foram formados.
–Você foi muito bem. – comentou Mizuki.
“Esse cara... Eu deveria avisá-los do que o Mizuki-sensei está prestes a fazer com o Naruto? Não, acho que alteraria a história.” – pensou Naori.
–Muito bem Naori! Você passou! – exclamou Iruka feliz.
Ele entregou a bandana para a garota, que só conseguia sorrir. Quando Naori estava voltando para o lugar onde aguardava seu nome ser chamado, viu Naruto passando ao lado dela nervoso, indo para o teste. Logo ela que entrou na sala, viu Kyaroru sentada na mesa na frente de onde Sasuke estava sentado e as meninas tentando abraçá-lo. Sua amiga Inuzuka estava dormindo profundamente.
–Kyaroru? Kyaroru? Como ela consegue dormir com todo o barulho dessas garotas? – comentou Naori surpresa.
–Naruto-kun... – Kyaroru falava dormindo.
–Kyaroru, acorda. – disse Naori, balançando Kyaroru.
–PI é 3,1415926535897932384626433832795... – dizia Kyaroru, ainda dormindo
–Caramba! Ela decorou o valor de PI! – exclamou Naori surpresa – Kyaroru! – gritou a garota para acordar a amiga, também chutando-a, por via das dúvidas.
Kyaroru acordou na hora, voando para o outro lado da sala por causa da força do chute de Naori.
–Ops... – sussurrou Naori para si mesma – Acho que não conheço minha força direito.
–PUTA QUE PARIU! PRA QUE ME CHUTAR DESSE JEITO?! – gritou Kyaroru voltando correndo para cima de Naori.
Todos ali olharam a cena, espantados, até mesmo as meninas que caíam em cima do Sasuke, embora elas tenham voltado a mimá-lo – ou atormentá-lo – rapidamente.
–É só uma pequena vingança por agora pouco. – falou Naori com um sorrisinho no rosto.
–Você é muito vingativa! Credo! Precisava me mandar para o outro lado da sala?!
–Er... Eu só queria acordar você, não mandá-la para o outro lado da sala. – disse Naori envergonhada, com a mão atrás da cabeça.
Kyaroru ficou com uma expressão de que aquilo tinha doído, mas seu sono era tão grande que a fez bocejar. Pouco tempo depois, todos foram para o lado de fora e viram o Naruto excluído, sentado no balanço, triste por não ter passado no teste.
–Olha lá; é ele. Fiquei sabendo que foi o único que não passou, melhor assim, não quero monstros perto do meu filho. - uma mulher cochichou para a mãe de Kiba.
–Eu não acho que ele seja um monstro. Ele já brincou com o Kiba e é vizinho da Kyaroru. – comentou a mãe de Kiba.
–Ei! Naori! Cadê você?! – exclamou Kyaroru enquanto procurava sua amiga.
Por causa de toda aquela multidão do lado de fora, por incrível que pareça, Kyaroru acabou se perdendo de Naori.
–To aqui! – gritou a Hyuuga levantando as mãos para que Kyaroru pudesse vê-la, mas foi em vão, pois a Inuzuka não estava conseguindo enxergar direito.
–Que droga! Não consigo ver! – exclamou Kyaroru irritada - Espera... Que cheiro é esse?
Por ser do clã Inuzuka, Kyaroru tinha um olfato tão bom quanto de um cão, podendo achar as pessoas apenas sabendo o cheiro delas. Ela foi seguindo o cheiro e achou Naori.
–Naori, você passou muito perfume. Posso sentir ele do outro lado! Mas e agora? Vamos procurar a Yuha? – comentou Kyaroru.
–Vamos. E... Se não conseguirmos voltar para casa, o que faremos? – perguntou Naori.
–Morar aqui?
–Morar perto do Sasuke. – os olhos de Naori brilharam com suas palavras.
–Morar perto do Naruto. – os olhos de Kyaroru tiveram a mesma reação.
Seria um sonho morar perto daquelas que elas tanto amavam. Felizmente, não parecia que morar perto de Naruto e Sasuke e estar em Konoha era apenas um sonho; aquilo tinha que ser real.
–Vai pra casa agora? – questionou Naori.
–É. Não tenho outra coisa pra fazer, eu vou lá ver se no armário tem algo pra comer. – respondeu Kyaroru.
O fato de aquilo não ser um sonho e sim a realidade fez com que as meninas se esquecessem de ir procurar a Yuha, que ainda não tinha aparecido.
–Faz quanto tempo que você não come nada? – perguntou Naori.
–Faz acho que desde o almoço de ontem. – respondeu Kyaroru pensativa.
–Como você ainda não desmaiou?
–Sei lá. Mas aí vem o Neji para falar com você. Ei, por que ele quer falar com você? – disse Kyaroru.
–Pelo o que minha memória diz, ele é... – Naori pensou um pouco e veio um fato à sua mente que a deixou surpresa – Oni-san.
–O quê?! – perguntou Kyaroru, também surpresa.
–É; ele é meu oni-san.
–Eu tenho o Kiba como primo, você o Neji como irmão... E a Yuha, hein?
–Naori, vamos pra casa? – disse Neji ao se aproximar de sua irmã.
–Agora não; depois eu vou. – respondeu Naori.
–Naori, o Hiashi vai ficar nervoso se você não for. – comentou Neji.
O garoto foi atrás da irmã e começou a empurrá-la pelas costas na direção de sua casa, fazendo com que ela cedesse.
“Ele como irmão não é bom.” – pensou Naori.
–NEJI! Vem aqui! – exclamou Tenten aparecendo de repente e correndo na direção dos dois irmãos.
–Naori, volte pra casa e avise ao Hiashi que eu vou depois, ok? – disse Neji, que logo saiu correndo com Tenten.
–Ok. – disse Naori sem ter outra opção se não aceitar o que seu irmão falou.
Após andar um pouco, a garota avistou Yuha andando com a mão na cabeça, com uma expressão de surpresa total, de quem não acreditava no que estava acontecendo. Ela se aproximou de sua amiga e perguntou:
–O que houve Yuha?
–Eu... Sou... Uma... – Yuha ia falando chocada.
–Fala logo guria! – exclamou Naori.
–Eu sou uma jounin e depois de amanhã eu vou ter uma equipe de gennins para treinar sendo que eu só me lembro de algumas coisas dessa memória louca minha que é como se dissesse que eu já morava nesse mundo. – disse Yuha rapidamente, meio assustada, atropelando as palavras.
–Que legal! – exclamou Naori feliz.
–E agora? O que eu faço? Vocês decidiram alguma coisa sobre ficar aqui ou arranjar um jeito de ir pra casa? – perguntou Yuha.
–Está parecendo que nós já vivíamos aqui de algum jeito. Espero não mudar nada na história do Naruto original... Agora eu tenho que ir, preciso falar com o Hiashi, que pelo que parece é meu tio. – explicou Naori.
–Então quer dizer que o Neji é...
–É.
–Que loucura! A Kyaroru já sabe? – perguntou Yuha, surpresa.
–Já. Ela já sabe de várias coisas. – respondeu Naori.
–Que ótimo! – exclamou Yuha, que logo viu um pássaro no céu - Vixi, algo me diz que estão me chamando para uma reunião com o Hokage.
–Por quê?
–Porque aquela é a águia do Hokage. – respondeu Yuha apontando para o pássaro.
–Ah! Vai nessa então. – disse Naori.
Antes mesmo de ela terminar a frase, Yuha saiu correndo, deixando Naori falando sozinha. Assim, Naori decide seguir em frente e fingir que não foi deixada de lado por outra pessoa, pela segunda vez naquele dia. Quase chegando ao seu destino, a garota se encontrou com Hiashi e Hinata, que também estavam indo para o mesmo lugar que ela.
–Oi tio. – cumprimentou Naori ao se aproximar dos dois.
–Olá. Passou no teste? – disse Hiashi friamente.
–Passei. – respondeu Naori – Ah, o Neji teve que resolver algo com a Tenten. – ela já explicou a ausência de seu irmão ates que seu tio perguntasse.
–Tudo bem. – falou Hiashi, pausando e depois completou - Você já esta sabendo sobre o festival?
–Que festival? – perguntou Naori.
–O festival de máscaras de Konoha que vai ser daqui a duas semanas. – respondeu o Hyuuga.
–Não. Mas... Com o que tem que ir? – questionou ela.
–Um kimono e uma máscara que tampe todo o rosto, mostrando apenas os olhos. – explicou ele.
–Ah. Legal. Então... Eu vou pra casa e depois eu vou passear por aí. – disse Naori.
–Tudo bem. Eu vou tentar treinar a Hinata. – falou o Hyuuga, ainda friamente.
Aquelas últimas palavras dele não surpreenderam Naori; ele sempre fora bem frio com a filha. Ela até pensou em reagir para defender a prima, mas Hinata faria isso sozinha dali algum tempo; então, resolveu seguir e frente e ir para casa. Chegando lá, ela deixou sua bandana e foi dar um passeio por Konoha.
Enquanto isso, Yuha foi à sala de reuniões para saber qual era o recado do Hokage. Ao entrar lá, viu todos os jounnins reunidos, prontos para ouvir o Terceiro Hokage, aquele por quem Yuha sempre teve uma grande admiração. Ela se aproximou de uma almofada, chamada de zabuton, e se ajoelhou lá, aguardando a fala do Hokage. Ao olhar para sua lateral direita, viu Kakashi ali, fazendo-a se arrepiar, morder os lábios inferiores, soar frio e seu coração disparar como nunca. Ela ficou tão nervosa ao vê-lo ao vivo e em cores que, se bobeasse, nem prestaria atenção ao que o Hokage iria dizer. A moça decidiu se virar para frente e manter o foco em algo que não a deixaria a beira de sua insanidade. O Terceiro viu a luta que Yuha fazia para não se distrair mais com Kakashi e logo sorriu no canto dos lábios; ele sabia que ela gostava do jounin de cabelos brancos. Ao ver que todos estavam presentes, começou a explicar o motivo da reunião:
–Eu chamei vocês jounins aqui porque quero comunicá-los que, depois que decidirmos as novas equipes de gennins, vocês vão fazer uma visita na casa de seus novos alunos para ver o ambiente onde moram, para já terem uma idéia de como eles serão.
–Isto é, se eu não reprovar meus alunos de novo. – sussurrou Kakashi para si mesmo.
–Hoje decidimos as equipes. Depois de amanhã vamos avisar os alunos sobre suas equipes e quem será o professor que os treinará. É aí onde vocês entrarão.
“Não consigo imaginar! Eu?! Treinando gennins?! Ah, ta bom!” – pensou Yuha, ignorando o resto da explicação do Terceiro – “Imagine só! Não tenho talento algum para ser professora! Sou a pior escolha para isso! Nem tinha paciência para explicar quanto era dois mais dois para minha priminha, quem dirá treinar gennins! Ha! Vai ser uma comédia!”
–Bom, é isso. Estão dispensados. – terminou o Terceiro, mesmo tendo percebido a distração de Yuha.
A ‘nova’ jounin saiu andando atormentada com a idéia de treinar três pré-adolescentes. Por ser muito estressada, provavelmente ela não iria ter a mínima paciência para explicar algo mais de uma vez, mas tentaria fazer isso, já que ela também era perfeccionista. Como diria Shikamaru, Yuha tinha uma personalidade um tanto que problemática. Logo ela começou a pensar em uma solução para aquela saia justa que havia se metido.
“Isso não está acontecendo! Acho melhor eu conversar com o Terceiro e...” – seus pensamentos foram interrompidos ao ouvir seu nome ser chamado:
–Yuha! – era um homem que vinha com uma mulher atrás da ‘nova’ jounnin.
–Asuma? Kurenai? – perguntou Yuha surpresa.
–Também vai ter que treinar uma equipe de gennins, não é? – perguntou Asuma.
–É. E o pior é que eu nem sei como fazer isso! – disse Yuha dando uma risadinha nervosa e com uma expressão de desespero.
–Tudo bem estar nervosa. Eu estou com o pressentimento de que a minha equipe vai dar trabalho. – comentou Asuma.
–Treinar uma equipe já dá trabalho; cuidar deles durante uma missão é mais trabalhoso ainda. – completou Kurenai.
–Pois é. Bom, a gente se fala! Tenho que ir comprar umas coisas. – falou Asuma.
–Eu também. – completou Kurenai.
–A gente se vê! – despediu-se Yuha, dando um tchau com a mão direita, como ela estava acostumada a fazer.
–Ok. – os dois falaram simultaneamente.
Yuha foi à direção oposta dos dois, ainda pensativa nos últimos acontecimentos. Ela estava perdida no que pensava, mas não pôde deixar de notar vários chunnins correndo para todos os lados, inclusive Iruka, que quase esbarrou nela.
–Ah, me desculpa! Yuha-chan! – disse Iruka.
Embora ela tenha estranhado, de certa forma, o fato de ele saber seu nome e chamá-la com tanta intimidade, perguntou naturalmente:
–Oi Iruka. O que está acontecendo?
–O Naruto roubou o pergaminho sagrado! – falou Iruka e saiu correndo rapidamente sem se despedir.
“Puts, então já começou a história.” – pensou Yuha.
Yuha começou a andar por Konoha enquanto a história do anime estava acontecendo independente do que ela fizesse, tentando colocar a cabeça no lugar e decidir o que iria fazer. De repente, ela encontrou Kyaroru andando tranquilamente na rua com bisteca no ombro.
–O que você está fazendo aqui? Já está escurecendo e você tem apenas 11 anos! – alertou Yuha.
–Ouvi do Naruto. – comentou Kyaroru, ignorando o alerta da amiga – Parece que ele já roubou o pergaminho sagrado, não é?
“Ignoraram meu comentário...” – pensou Yuha.
Naquela hora, Naori estava se aproximando, ouvindo o comentário de Kyaroru.
–Ele já roubou? – perguntou a Hyuuga.
–Já. – responderam as outras duas simultaneamente.
–E agora? – perguntou Naori.
–Eu vou pra casa; dia cheio amanhã. – disse Yuha, sumindo dali.
–Ela sempre fala isso. Eu também vou pra casa, vou dormir – falou Naori.
–Eu também. – completou Kyaroru, saindo dali.
Cada uma foi para sua respectiva casa descansar para o dia seguinte, que prometia muitas outras surpresas. Naori chegou à sua casa, tomou um banho e já caiu na cama, enquanto Kyaroru comeu um ramen, alimentou bisteca, tomou banho e foi dormir e Yuha tomou um banho, um copo de leite frio e se deitou. Todas precisavam de uma boa noite de sono para encarar os próximos desafios que viriam pela frente.
Capítulo 3 - Lembranças: o passado da garota Inuzuka
- Spoiler:
Sem perceberem, o dia seguinte chegara rapidamente. Já tinha amanhecido; Kyaroru já estava acordada e dando banho na Bisteca, Yuha andava pelas ruas de Konoha para organizar sua mente, enquanto Naori permanecia na cama, dormindo.
–Naori, acorda! – dizia Neji enquanto a balançava na tentativa de acordá-la.
Nada acontecia; a garota continuava em um sono profundo. Provavelmente ela estava sonhando com o Sasuke.
–NAORI! ACORDA! – Neji gritou perto do ouvido de Naori.
Com aquele grito repentino, a garota acordou assustada e levantou os braços violentamente. Qual foi o resultado disso? O Neji foi atingido e caiu no chão por causa da força de sua irmã.
–O que foi?! Quem morreu?! – perguntou Naori assustada ao ficar sentada na cama.
Vendo que não havia ninguém na sua frente, ela olhou para o lado e viu Neji estendido no chão.
–Como foi parar aí no chão? – ela perguntou.
–Ai! – respondeu Neji – Ninguém morreu e você me socou, por isso estou aqui. Tem idéia de quanto seu soco dói?! – Neji acariciando o lugar que Naori atingira.
–Então por que me acordou se não tinha nada de importante acontecendo? – perguntou Naori incrédula – Ah, eu vou voltar a dormir! – ela se virou na cama e se preparou para voltar a dormir.
–Naori.
–Fale. – disse ela com uma voz sonolenta.
–Já está muito tarde. Que horas você vai acordar, hein?
–Quando der na telha. – agora ela dizia com uma voz de morta.
–Não me faça obrigar você a levantar. – alertou Neji.
–Ok. Já to acordando. – concordou Naori, começando a se levantar.
Era mais fácil concordar com o Neji do que discutir com ele; seria uma perda de tempo, saliva e paciência.
–Vai tomar café da manhã. Tenho que encontrar a Tenten. – comentou seu irmão.
–Uh! Sua namorada? – comentou Naori em tom de voz eu parecia caçoar do irmão.
–Claro que não. Nós vamos treinar. – respondeu Neji fazendo aquela cara dele de “por Kami-sama”, revirando os olhos.
–Ok. Vai logo, se não você se atrasa.
–Até mais.
Nisso, Neji saiu para se encontrar com a Tenten, ou, como a Naori pensava: a namorada de seu irmão, sua cunhadinha. Ao levantar-se da cama, a Hyuuga quase caiu ao tropeçar num buraco, que era onde Neji estava depois de ser atingido por ela. Obviamente, ela ficou assustada com aquilo e surpresa pela tamanha força que tinha. Porém, logo garota vestiu sua roupa, incluindo a bandana, que fazia o papel de tiara no meio de seus lisos cabelos castanhos presos em duas tranças laterais. Ao ficar pronta, decidiu ver Kyaroru para conversarem, como de costume.
–Kyaroru, se tinha que ver a cara dele de “por Kami-sama”! – comentou Naori entre seus risos.
–Eu imagino. – falou Kyaroru, rindo tanto quanto sua amiga.
A Inuzuka estava arrumando sua cama naquela hora, pois se esquecera de fazer isso antes de banhar a Bisteca. Logo terminou de arrumá-la. De repente, a campainha tocou, e Kyaroru foi atender, pensando que poderia ser Yuha. Ao abrir a porta, viu a figura de um rapaz de cabelos loiros vestido de ANBU com uma máscara.
–Já faz um tempo, hein? – disse o ANBU tirando a máscara – Maninha.
–Oni-san! – exclamou Kyaroru com um sorriso de orelha a orelha, e logo o abraçou carinhosamente.
–Soube que virou gennin. – ele disse sorrindo e passando a mãos nos cabelos castanho-avermelhados da irmã.
–É. Eu fui melhor do que eu achava. – respondeu Kyaroru.
–Sabia que antes de o pai sumir por uns tempos, ele disse pra eu entregar uma coisa pra você quando você se tornasse gennin?
–O que, Philip-Ni-san?
–Bom... Ele pediu para eu lhe dar essa espada. – o loiro tirou o objeto de suas costas com a bainha – E eu vou lhe treinar quando eu puder. – e sorriu ao finalizar sua fala.
Kyaroru pegou a espada – que tinha detalhes em azul e prata ao longo do material negro – com todo o cuidado e carinho que tinha guardado em si e mais um pouco. O fato de que aquilo veio de seu pai a tornava a garota mais feliz do mundo. Ela olhou com os olhos brilhando e com um grande sorriso no rosto para o objeto e logo se lembrou da imagem do pai, fazendo aquele belo e cintilante sorriso sumir e seus olhos alegres ficarem tristes e abatidos.
–Então... Você tem recebido notícias do pai? – ela perguntou, aumentando gradativamente a tristeza em seus olhos a cada palavra que soltou daquela frase.
Philip abaixou a cabeça e respirou fundo, afinal, seria difícil para Kyaroru ouvir as palavras que iriam sair da boca de seu irmão. Por mais que não quisesse magoá-la, Philip tinha que responder a pergunta de sua caçula.
–Já faz um tempo que eu não tenho nenhuma noticia dele. – respondeu Philip.
A primeira reação de Kyaroru foi abaixar a cabeça. Sem conseguir conter suas lágrimas, a garota pulou pela janela e saiu correndo sem rumo, deixando que seus pés a guiasse para algum lugar, qualquer lugar que poderia fazer sua tristeza sumir.
–Kyaroru... – comentou Naori.
A Hyuuga deu um passo à diante para seguir a amiga, mas foi impedida por Philip, que falou:
–Tudo bem. A Kyaroru precisa de um tempo sozinha; ela vai ficar bem.
Com isso, Philip pulou pela janela e chamou seu cão, Scot. O loiro montou no animal, que era enorme, e saiu rapidamente dali. Embora a imagem de sua irmã triste não saísse de sua cabeça, ele deveria deletá-la, afinal, tinha que cumprir mais uma missão designada a ele.
Depois de tanto correr desesperadamente, na tentativa de afastar a tristeza, Kyaroru parou quando chegou a um pequeno campinho. Ao ver uma cerejeira por perto, ela decidiu se sentar de baixo da árvore e se acalmar. Fechou os olhos para relaxar, e acabou se lembrando de alguns fatos de seu passado em Konoha:
Kyaroru estava em seu quarto, sentada perto de sua janela e observando a vista que tinha de Konoha, pensando em como seriam as aulas na academia ninja. Ela iria ter sua primeira aula naquele dia, aproximando-a de seu sonho de ser uma grande e habilidosa espadachim. Seu irmão foi se aproximando dela, e disse:
–Kyaroru, venha cá. Eu quero lhe dar uma coisa.
Kyaroru se virou e se aproximou de seu irmão, que estava com Scot na cabeça e segurando uma cesta com as duas mãos. Curiosa, ela perguntou:
–O que foi oni-san?
Philip abriu um sorriso e olhou para a cesta, fazendo com que Kyaroru ficasse mais curiosa ainda. Para acabar logo com o suspense, ele voltou a olhar para a irmã, e disse enquanto estendia a cesta para que Kyaroru a pegasse:
–Esse é um presente para você. – Kyaroru pegou a cesta, agora ansiosa para saber o que era – Você não pode ficar sem um a partir de hoje, já que uma Inuzuka.
A menina tirou cuidadosamente o pano que cobria a cesta e abriu um sorriso de orelha a orelha, que se destacava em seu rosto. Lá dentro estava um chihuahua de pele bege, que latiu docemente, colocando a língua para fora e abanando o rabinho, mostrando que estava feliz.
–Que fofinho! – comentou Kyaroru ao ver o animal.
–Você quer dizer fofinha. – disse Philip, rindo - É uma fêmea, e o nome dela é Bisteca. Agora você vai cuidar dela. – e logo sorriu.
A menina pousou a cesta em sua cama e tirou Bisteca de lá cuidadosamente, abraçando-a com todo o carinho possível. Além de Kyaroru e Philip, Scot também estava feliz, não parando de abanar o rabo.
–Philip! O seu professor está lhe chamando pra uma missão Rank B! – gritou o pai dos irmãos, entrando no quarto de Kyaroru.
Seu pai era um homem de estatura alta, um pouco forte, loiro e de olhos azuis, como Philip. Pode-se dizer que o garoto herdou a aparência do pai, retirando a barba estilo fim de tarde que este tinha: curta e escura.
–Eu já vou. – respondeu Philip para o pai, e logo se virou para a irmã – Quando eu voltar, treino com você, ok? – ele sorriu, dando um cafuné na cabeça de Kyaroru.
A reação da garota foi soltar um gemido e desviar a cabeça da mão do irmão, pois ela não gostava que mexessem em seu cabelo; nunca gostou. Ela deu uma curta risada para Philip, que colocou Scot em cima de seus cabelos loiros e saiu rapidamente, pulando pela janela, enquanto Kyaroru o observava com Bisteca no colo.
–Daqui a algum tempo vai ser você indo para missões. – comentou seu pai, aproximando-se dela e pousando a mão em seu ombro – Tomara que ele lhe treine bem.
–Huh. Mas ele só vai me treinar uma vez na vida. – comentou Kyaroru, acariciando Bisteca.
–Não. Eu tenho uns planos para vocês. – respondeu seu pai vagamente, tirando a mão do ombro da filha e se virando para sair do quarto dela.
–Como assim? – perguntou a menina, virando-se e parando de acariciar a cadelinha, que começou a ficar inquieta, querendo mais carícias.
–Outro dia, quando vocês estiverem maiores, eu vou explicar. Agora vai, eu não quero que você se atrase pra o primeiro dia na Academia. – ele respondeu sorrindo e virando-se para a filha, já na porta do quarto.
Após uma sessão de contorcionismo nos braços de Kyaroru, Bisteca parou e começou a latir finamente, fazendo com que a menina voltasse a acariciá-la.
–P-por que você não pode ir junto? – perguntou Kyaroru um pouco decepcionada.
Seu pai apenas respirou fundo e respondeu, tentando ser o mais calmo e tranqüilo possível:
–Eu tenho muita coisa para fazer. Não vai dar para ir hoje.
–Tudo bem então. – concordou Kyaroru, ainda decepcionada, mas tentou esconder isso do pai, para que ele não se preocupasse com ela.
A menina já foi colocando Bisteca na cesta e pegando uma pequena mochila para ir à Academia, quando seu pai disse que era para ela levar sua nova amiga. Sorrindo, a menina pegou a cadelinha e a colocou em cima de seu ombro direito. Pelo caminho, Kyaroru percebeu que carregar Bisteca ali não era uma boa idéia, então a segurou no colo cuidadosamente, com a cabeça do animal virada para a frente, e seguiu seu caminho.
Os dias foram passando e aquela rotina não mudava: seu pai estava sempre ocupado, seu irmão coberto de missões até a alma e sua tarde sempre programada para treinar um pouco com Bisteca. No final daquela semana, Kyaroru foi surpreendida quando uma menina se aproximou para falar com ela, enquanto dava ração para Bisteca.
–Olá... Tudo bem, Kyaroru? – perguntou uma menina de cabelos castanhos médios, com duas tranças laterais amigavelmente.
–Como sabe meu nome? – perguntou Kyaroru virando-se para a menina e se deparando com dois românticos e puros olhos perolados.
–Ah, eu perguntei ao Kiba, seu primo. Eu sou Hyuuga Naori, mas pode me chamar só de Naori. – dizia Naori sorrindo.
–Olá Naori. Essa aqui é a Bisteca. – disse Kyaroru.
A cadelinha latiu e abanou o rabinho para Naori.
–Que fofa. – comentou a Hyuuga aproximando uma de suas mãos para acariciar o animalzinho.
Bisteca fez o mesmo de antes e se aproximou da mão de Naori sem hesitar; ela tinha o pressentimento de que podia confiar naquela doce Hyuuga, como se já fosse uma conhecida de muitos e muitos anos. De repente, a cadelinha lambeu a mão da menina, que riu junto de Kyaroru.
–Acho que ela gostou de você. – comentou Kyaroru sorrindo.
–É. – concordou Naori, também sorrindo – Posso pegá-la no colo?
–Mas é claro!
Kyaroru pegou Bisteca e logo entregou à Naori. Ela sentiu o mesmo que sua cadelinha sobre Naori, tendo, também, o pressentimento de que uma grande amizade iria nascer dali. Com a Hyuuga não foi diferente. Após algum tempo acariciando Bisteca e fazendo cócegas nela, Naori arriscou-se em dizer, já que, de algum modo, sabia que podia confiar em Kyaroru:
–Kyaroru... Bem... O-o que você acha do Sasuke?
–Do Sasuke? – respondeu Kyaroru pensativa – Hum... Bonitinho, mas muito concorrido, sabe? E, além disso, ele não faz o meu tipo.
–Hum... E quem faz o seu tipo, hein? – perguntou Naori curiosa.
–Só conto se você prometer não contar a ninguém. É segredo.
–Você tem a minha palavra. – respondeu Naori com a mão direita no peito, enquanto segurava Bisteca com a esquerda.
Kyaroru se aproximou do ouvido de Naori e contou-lhe seu segredo com muito cuidado para que ninguém ouvisse. Sem que elas percebessem, Bisteca aproximou seu ouvido à boca de Kyaroru para saber o que estava acontecendo.
–Não acredito! – exclamou Naori baixinho, surpresa.
Surpreendentemente, Bisteca latiu para a dona e parecia surpresa também. Aquilo fez as duas meninas rirem, sendo aquela uma das primeiras boas risadas que elas teriam juntas.
No final daquele dia, Kyaroru estava voltando para casa com Bisteca no colo; nada de anormal. Porém, ela sentiu uma sensação estranha ao chegar no portão de sua casa, que ficava no bairro do clã Inuzuka. Ela passou pelo portão de nível baixo, abriu a porta que dava para o vestíbulo, onde deixou seus sapatos. Andou um pouco pelo corredor e entrou na sala de visitas, primeira porta à esquerda. Ao entrar lá, viu seu irmão sentado à mesa com Scot a seu lado, sendo acariciado.
–Oni-san? – perguntou Kyaroru ao vê-lo ali, um tanto triste.
–Ah, Kyaroru. Oi. – disse Philip.
–O-o que aconteceu? – perguntou a menina, com medo de que a resposta fosse algo ruim – C-cadê o papai?
Era bem provável que sairia algo nada bom da boca de Philip, já que ele estava um tanto apreensivo, triste, melancólico e sério. Ele respirou fundo para manter a calma e respondeu:
–Bem, papai teve que sumir por um tempo, maninha, e ele me pediu para cuidar de você. Mas... – respirou fundo novamente – Você sabe que não fico e nem posso ficar muito tempo em casa, não é?
–Sei. – respondeu a irmã – Você sempre tem muitas missões.
–E tenho outra notícia para lhe dar.
–Qual?
–Eu sei que você sabe se virar sozinha, mesmo sendo apenas uma criança, então nós vamos nos mudar. – disse Philip seriamente.
–Mudar? Pra onde?
–Encontrei um apartamento não muito longe da Academia. É confortável e tem espaço suficiente para que você e a Bisteca se sintam confortáveis enquanto eu estiver fora. – explicava ele – Mas quando eu estiver aqui na vila, ficaremos aqui, ok?
–Ah, e-está bem, Philip-ni-san. – concordou Kyaroru, surpresa e um pouco triste com a novidade.
Por ser uma novidade, é óbvio que Kyaroru estaria surpresa, e sua tristeza a atacou naquela momento porque seu pai sumira, sem data para voltar, e ela se mudaria do lugar onde nasceu, fez amigos, teve a Bisteca e treinava sua luta com a espada. Seria difícil deixar aquilo para trás, embora suas lembranças não fossem de vários anos.
No sábado, Philip foi acertar a documentação e o pagamento do apartamento com seu proprietário. O local já tinha os móveis necessários, simples, mas bons o suficiente para Kyaroru e Bisteca, que não precisavam – e nem queriam – algo muito sofisticado ou caro. Mal a menina sabia que a pessoa que ela gostava seria sua vizinha, morando no apartamento acima do dela.
Era quarta-feira da semana seguinte, e Kyaroru ficava o tempo todo com Naori, e Bisteca, obviamente. Foi incrível como ambas se tornaram boas amigas em tão pouco tempo. Mais fácil do que saber atingir um alvo com uma shuriken depois de saber usar muito bem uma kunai. Durante o intervalo, as duas estavam falando de assuntos diversos, até que Iruka chegou perto delas e disse:
–Inuzuka Kyaroru. Recado pra você.
Kyaroru deixou Bisteca no colo de Naori e seguiu o professor para ver o que era. Chegando à porta, ela viu Philip com Scot na cabeça, encarando-a normalmente
–Kyaroru, eu vou pra uma missão. Você sabe como fazer ramen não é? – perguntou o irmão mais velho quando Iruka se distanciou deles.
–Sei. – respondeu a menina.
–Então, eu preparei um estoque de ramen pra você no armário da cozinha, ok?
–Ok.
–Até mais, maninha. – despediu-se Philip, saindo dali rapidamente.
Kyaroru logo voltou para perto de sua amiga e de Bisteca, sorrindo levemente.
–Quem era aquele? – Naori perguntou, dando Bisteca para a amiga.
–Meu Oni-san. – respondeu Kyaroru pegando sua cadelinha no colo e sentando-se.
–Ah... Ele é gennin?
–Com 12 anos ele já é um chunnin e um bom espadachim. – ela respondeu enquanto acariciava Bisteca.
–Ei, você mora no apartamento no andar de baixo do meu não é? – perguntou Naruto, aproximando-se delas de repente.
–Sim. – respondeu Kyaroru.
A menina Inuzuka corou e ficou vermelha como uma pimenta, se é que não estava pior. Aquilo fez Naori rir baixinho, pois achara engraçado e fofo. Envergonhada, Kyaroru abaixou a cabeça para olhar Bisteca e logo se acalmou, voltando ao seu normal.
–Vamos pra casa juntos hoje então? – perguntou Naruto.
–O-ok. – respondeu Kyaroru envergonhada e ainda olhando para Bisteca, evitando que ela corasse de novo.
Todos esses acontecimentos do passado de Kyaroru como uma Inuzuka vieram à sua mente como rápidos e emocionantes flashbacks, como se fosse o trailer de um filme que contasse sua história ali.
–Ei, no que está pensando? – perguntou Naruto ao se aproximar de Kyaroru de repente.
–Hã? Naruto? – perguntou Kyaroru, surpresa ao vê-lo ali.
Naruto logo se sentou ao lado de Kyaroru e retornou a perguntar, olhando para ela:
–No que estava pensando?
–Eu... Estava pensando no passado que eu tive aqui. – respondeu Kyaroru, repassando as imagens de flashback em sua mente.
–Hã? Como assim? – perguntou o loiro, estranhando o comentário da Inuzuka.
“‘Passado que eu tive aqui?’ Como assim?” – ele pensou.
–N-nada. Você não entenderia. – disse a menina, querendo cortar a conversa ali mesmo.
–Em que parte do seu passado você estava pensando? – perguntou o garoto, insistindo em uma continuação para aquela conversa.
–Bem... No dia que eu ganhei a Bisteca, quando meu pai sumiu e conheci a Naori, e... – Kyaroru corou levemente antes de completar a frase – Falei com você pela primeira vez.
Como resposta, Naruto sorriu levemente à amiga, que continuou levemente corada, se controlando para não piorar.
Enquanto isso, Naori estava caminhando tranquilamente, admirando a paisagem de Konoha, que não era mais em uma mera tela de computador ou televisão, e sim ao vivo. De repente, ela viu Sasuke sentado em frente à uma lagoa, viajando em seus pensamentos. Sem que ele percebesse, ela subiu em uma árvore ali perto para observá-lo atentamente. Traduzindo: ela queria admirá-lo ali até não agüentar mais – se é que seria possível Naori se enjoar de olhar Sasuke.
–Ele é tão lindo... – comentava Naori baixinho para si mesma, babando pelo garoto.
Para ajudar Naori a babar ainda mais, naquela hora, o Sol saiu de trás de uma nuvem. Seus raios fortes e radiantes bateram na água e pararam no rosto de Sasuke, formando uma imagem que mais parecia um quadro, uma obra de arte para Naori. Vidrada com aquela cena, inconscientemente, a garota inclinou-se aos poucos para frente, até que caiu e saiu rolando, batendo em Sasuke. Resultado? Os dois pararam na água.
–Naori! O que aconteceu?! – perguntou Sasuke todo nervosinho ao colocar a cabeça na superfície, nadando a famosa “bicicletinha”.
–Socorro! Não sei nadar! – gritou Naori no pequeno tempo que conseguiu colocar a cabeça para fora d’água.
Ao contrario do que a garota pensava, a lagoa era mais funda do que parecia. Um local ótimo para quem não sabe nadar se afogar. Ela ficou se debatendo na água em vão, tentando ficar com a cabeça acima do nível da lagoa para poder respirar. É nessas horas que seria bom existir um jutsu que fizesse o ninja respirar na água.
–Kami-sama! Aguente aí, Naori! – exclamou Sasuke, mergulhando na direção da garota para salvá-la.
Naori já estava totalmente submergida, fazendo com que Sasuke fosse mais rápido. Com grande agilidade, ele a pegou e levou até a beira da lagoa, já em terra firme. Deixou a garota deitada ao seu lado e logo se sentou, respirando fundo. Em seguida, perguntou:
–Naori, você está bem?
–Sim – ela começou a responder, recuperando o fôlego –, graças a você que me salvou.
Mesmo antes de ter toda sua respiração de volta ao normal, Naori se levantou e abraçou Sasuke com toda sinceridade, carinho e gratidão que tinha dentro de si. Surpreendentemente, Sasuke corou levemente e seu ego subiu às alturas, podendo criar um caminho até Júpiter se fosse algo material e não um sentimento. Quando ele iria responder àquele abraço, surgiu uma voz bem familiar para Naori, interrompendo aquele momento que parecia mais irreal do que qualquer outro:
–O que você está fazendo com a minha irmã?! – era Neji.
O irmão da Hyuuga tinha duas veias saltando na testa de tanto ciúme de sua caçula, e estava se controlando para não pular em cima do Uchiha e socá-lo até a morte.
–Quem é você? – perguntou Sasuke ao olhar Neji de cima a baixo enquanto ele se aproximava dos dois de forma imponente e de punhos apertados.
–Não importa! Naori! Vamos pra casa! – exclamou Neji muito nervoso e ciumento, puxando a irmã pelo braço e sem pedir licença.
Era isso que acontecia quando Neji tinha um de seus freqüentes ataques de ciúme com a irmã: ficava nervoso, estressado e se continha para não sair batendo em todo mundo. Não era fácil tê-lo como irmão, principalmente por ele ser mais velho e mais habilidoso. Ao ser levantada contra a própria vontade e arrastada, Naori se virou e disse sorrindo:
–Até mais, Sasuke.
O garoto respondeu com um aceno e um leve sorriso, o que não seria algo muito comum normalmente. Isso deixou Naori feliz, mas ao ver seu braço laçado à mão de Neji fez com que um sentimento de vingança surgisse em seu peito e pensou:
“Eu me vingo algum dia, Neji.” – e encarava seu irmão firmemente – “Pode esperar.”
Neji começou a arrastar Naori para casa, e, pelo caminho, apontava todos os possíveis defeitos de Sasuke, jurando que iria mantê-lo longe de sua pobre e pura irmã. A garota apenas concordava com a cabeça, pois estava completamente ocupada lembrando-se de seu passado. Lembrou-se de algumas discussões com Kyaroru, sempre questionando se Naruto era melhor que Sasuke, e vice-versa. A amiga Inuzuka sempre alegava que o loiro tinha coração, algo que faltava no menino de orbes negros. Naquela hora, ela concluiu que sua amiga estava errada.
Última edição por Ghabi Yuha em 16/3/2012, 23:52, editado 4 vez(es)