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    O Teatro e a Vida.

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    Mensagem por FeerFuurlan 2/12/2011, 21:17

    O Teatro e a Vida.


    Título: O teatro e a vida.
    Autor: Fernanda Furlan.
    Rate ou classificação etária: Livre.
    Disclaimer: Todos os Persons pertencem à mim.
    Gênero: Romance/Teatro. Pode conter violência, nada confirmado.

    Prólogo


    - Filha, minha preciosa. Deixamos-te hoje com o Senhor e a Senhora Gomez. Saibas que te amamos muito, mesmo no céu ou no inferno, estaremos a te olhar. Estava viagem pode levar nossa vida, por isso, estamos deixando-te aqui. Espero que entenda-nos. Nós queríamos ver-te crescer, dar-te os primeiros passos, o primeiro namorado, a primeira rosa recebida, o primeiro sorriso, mas... Precisamos fazer isto. Por favor, entenda-nos, pois agora tua nova família é esta.
    Com amor,
    Senhor e Senhora Tavares.


    É isso. Espero que gostem, e talz. Eu ia postar uma outra, mas eu quero terminá-la primeiro, então vai essa mesmo. ~
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    Mensagem por FeerFuurlan 3/12/2011, 00:01

    Capítulo I
    2009, 19 de Abril.

    Acordo. Olho o relógio. Volto a Dormir.

    Acordo novamente. Lembro que hoje eu iria começar o meu blog, que tanto esperei para criar. Levanto-me, com calma, e me sento na cadeira do computador, ligando o monitor. Ele já estava com tudo pronto. Eu iria criar agora meu primeiro post.

    Mais um dia de espera. Quando esse teatro reabrirá? Quero voltar a atuar. Essa escola poderia encontrar logo um novo professor para a melhor aula do dia.
    Perdão, Leitor! Acabei por não me apresentar. Sou Clarice Tavares, mais conhecida como ‘Drama Queen’ nos palcos, ou somente ‘Lice’.
    Moro em uma grande cidade nos Estados Unidos. Quando acabar o colegial, irei cursar Teatro, e por aqui há várias oportunidades.
    A Campainha está tocando. Tenho que ir, até mais.
    Drama Queen xxx


    A campainha toca novamente. Saio correndo, ainda calçando minhas pantufas e um sobretudo branco.
    Abro a porta. É meu melhor amigo, Leon, e sua namorada, Pietra. Abri mais a porta e fiquei ao lado dela, deixando os dois entrarem. Eles se sentaram no sofá maior.
    - Onde está meu café? – Leon perguntava, com um pequeno sorriso.
    - Bom dia também. – Eu dizia, trazendo duas xícaras e o café. – Sirvam-se. – Por fim, joguei-me no menor sofá.
    - Percebo pelo teu jeito e tuas vestes que estavas dormindo, certo? – Ele perguntava, dando alguns goles no café, fazendo um barulho irritante.
    - Já disse que odeio esse barulho? – Disse, jogando uma almofada ao seu lado. – Sim, estava dormindo. - Eu, além do sobretudo e das pantufas, vestia um simples pijama rosa e branco.
    Minha cidade era distanciada das outras. Era grande, mas não havia tanto movimento nas ruas. Porém, somos um bocado felizes. Brigas, só em peças. Ela é formada por estrangeiros, parecendo um encontro de países.
    Leon se mudou para cá com uns dois anos, ele morava em Portugal. Seus pais e os meus eram vizinhos há muito tempo. Eles migraram junto.
    Meu melhor amigo tinha o mesmo objetivo que eu: Cursar Teatro. Já sua namorada é uma patricinha metida e rica. Ela veio da França, com o objetivo de se formar em Arquitetura.
    Eu era diferente. Nasci em Portugal, mas quando tinha uns dois meses, meus pais se mudaram para cá para fugir de uma máfia que os perseguiam.
    Logo ao me mudar, meus pais me deixaram com Leon e sua família, e foram a uma viagem de negócios, onde foram cruelmente Torturados e Assassinados.
    Desde então, os pais de Leon cuidaram de mim como uma filha, até meus 15 anos, completos esse ano.
    Em minha família, quando uma moça faz seus 15 anos, ela se ‘transforma’ em borboleta, ou seja, ela se torna uma mulher. Uma mulher liberal, afinal, as borboletas significam a liberdade. As moças são obrigadas a deixar suas casas para irem morar sozinhas. Claro, os pais devem pagar tudo, até seus 21 anos. A Casa tem de ficar no máximo a 500 metros de distância da casa dos pais.
    Não sabia o porquê da visita de Leon uma hora dessas, em um pleno Domingo.
    - A escola já decidiu. As inscrições do teatro começam amanhã.
    Meus olhos brilharam. Saltei do sofá, em direção ao seu colo, dando várias mordidas em seu queixo e orelhas, por fim abraçando-o.
    Pietra me atacou no chão e o abraçou, dando vários beijinhos em sua bochecha. Ele me encarou sério, eu fiz o mesmo, mas logo caímos na gargalhada. A coitada não entendeu nada, e soltou seu namorado, cruzando os braços e as pernas, olhando para o outro lado.
    - Vamos indo já. – Leon disse, se levantando. Pietra se levantou também, arrumando sua saia. – Lembre-se, Lice: Os alunos que já eram do teatro precisam somente assinar o papel das aulas para se inscreverem novamente.
    - Certo! – disse, dirigindo-os a saída. – Até amanhã, bobão. – Ao vê-los indo embora, tranquei a porta, e me encostei-me a ela, deslizando para o chão. – Gente louca, aparece em pleno domingo, tão cedo.
    Levantei-me, retirando o sobretudo, colocando-o na maçaneta da porta. Subi lentamente as escadas, chegando ao meu quarto. Sentei-me na cadeira novamente, e voltei ao meu blog.

    Voltei, para a alegria de muitos. Era Leon, meu melhor amigo, e sua namorada, Pietra.
    Conheço-o desde pequenininha, sua família sempre me tratou como um parente real, e ele sempre me chamavam de Imouto.
    Já vou indo Blog, Victor vai passar aqui em casa. Nós vamos ao parque hoje.
    Drama Queen xxx


    Desliguei meu computador, e fui me vestir. Coloquei uma blusa branca com um colete preto, uma calça jeans e meu tênis all-star. Deixei meu cabelo totalmente preso em um coque, e desci as escadas correndo, pegando meu celular e um pouco de dinheiro, colocando em uma pequena bolsa. Saí de casa, trancando a porta. Comecei a caminhar lentamente, indo para a praça principal.
    O Caminho não era tão longo, mas devo admitir que era bem cansativo. Chego à praça, e me sento no banco combinado. O banco dos sorrisos. Ele ainda não havia chegado.


    Eu achei que ficou muito curto, mas estou ainda continuando. Espero que o próximo capítulo seja maior. ^^
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    Mensagem por mariana 18/2/2012, 18:40

    bem legal
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    Mensagem por FeerFuurlan 14/6/2012, 22:57

    Capítulo II
    2010, 19 de Abril.


    O Caminho não era tão longo, mas devo admitir que era bem cansativo. Chego à praça, e me sento no banco combinado. O banco dos sorrisos. Ele ainda não havia chegado. Esperei mais cinco minutos.
    Sinto um toque em meus ombros. Não me mecho, esperando reações. Sinto as mãos, que estavam em meus ombros, cobrirem meus olhos, e uma suave voz sussurrar em meu ouvido.
    - Demorei, minha Queen? – era Victor.
    - Não. Cheguei faz um tempo, mas tudo bem.
    - Perdão, eu estava ajudando minha irmã com seu quarto. Poderia perdoar este belo rapaz que te ama?
    - Me Ama? Ah, como és belo. – eu dizia em um tom irônico, retirando suas mãos de meus olhos. – Conte outra, ok?
    - Porque nunca acredita em mim? – ele perguntou, se sentando ao meu lado. – Eu sou muito chato?
    - Porque você é um pegador. – eu dizia, me levantando. – Oh, pobre rapaz, estás querendo que eu acredite que me ama do fundo de teu coração, querendo que eu acredite em todas tuas sujas palavras de amor, querendo que eu sinta uma grande paixão por ti, para depois destruir meu coração, assim como fez com as outras. – eu dizia, em um tom melodramático, interpretando.
    - Fale baixo! – ele dizia, me puxando para o banco, fazendo-me sentar ao teu lado. – Assim vão achar que eu realmente sou um mulherengo.
    - Mas, você é um! – senti sua mão tapar minha boca. Mordi-a. O garoto recuou de imediato.
    - Porque faz isso comigo? Eu te amo tanto... – ele dizia num tom triste.
    - Caro Victor... Acho que você esqueceu-se do passado, não? – dei um leve sorriso, e voltei a falar. – Lembra-se da 7ª Série? Eu amava-te tanto, que a cada menina que você ficava, uma lágrima escorria de meus olhos. Imagina o quanto eu chorei por ti. Leon vivia me aconselhando e já chegou a dizer que se te encontrava na rua, enxeria-te de socos, só para você aprender que não deve me fazer sofrer. – eu dizia tão normalmente, nem parecia eu falando. – Mas agora, depois que eu te apaguei da minha vida, tudo melhorou.
    - Lice... Eu sempre te amei. Lembra que eu vivia te irritando? Eu te amo, eu ficava com as outras só para te esquecer, mas eu nunca consegui... Eu te amo, Clarice. Você não entende?
    Senti algo em meu coração. Parecia que era uma flecha.
    - Não, não entendo. Você ficava com outras, enquanto eu chorava, me cortava, gritava. Você não merece o meu amor. Você matou tudo o que eu sentia por ti. Agora, eu quero ver-te sofrer.
    Senti as lágrimas virem, abaixei minha cabeça e me levantei. Senti algo me impedir de andar. Victor estava segurando meu braço.
    Ele me puxou novamente, agora para seu colo, e encostou teus lábios nos meus. Senti minhas bochechas coradas, balancei minhas pernas tentando me soltar, mas acabei por desistir.
    Victor parou e me encarou, mas logo soltou uma risada pequena.
    - Você fica tão linda quando cora.
    - Calado! – eu disse, me soltando dele e indo para casa, sem olhar para trás.
    Ao chegar, retirei meus tênis e peguei meu celular, indo para o quarto. Já estava anoitecendo, demorei um pouco para me livrar dos bêbados no meio do caminho, e da senhora que havia pedido minha ajuda.
    Joguei-me na cama, e percebi que eu tinha uma nova mensagem no celular.
    “Estão se entendendo? Pode explicar o que é isso? Você que tanto sofreu por ele, agora o beija? Estou indo aí agora.” – Leon.
    Desci correndo as escadas, abrindo a porta.
    - NÃO toque esse inferno. – eu disse, impedindo Leon de tocar a campainha. Ele segurou meus dois pulsos com uma mão, me levantando um pouco do chão, me encarou e tocou a campainha lentamente. – O que você quer? Torturar-me com essa barulheira? – perguntei séria. – Coloque-me no chão!
    - Eu não te coloco no chão até você me explicar o que eu vi. – ele perguntou, entrando e fechando a porta.
    - Se você me soltar, eu explico tudo direitinho! – ele me colocou sentada no sofá menor, e se sentou ao meu lado, me encarando. – Certo... Ele me atacou! Chamou-me para o parque para ir conversar, e então... Beijou-me! Não queria aquilo, não mesmo!
    - Mas você o deixou, não foi?
    - Deixei... Porque não conseguiria sair de lá! Ele disse... Que também me amava... E que me ama... – olhei para baixo. Minha franja cobria meus olhos.
    - Clarice... Não quero te ver assim. – ele me abraçou forte, acariciando meu cabelo. – Você sabe, ele não vale nada.
    - Mas... Porque ele me disse tudo isso, só agora?
    - Talvez seja porque ele não tem mais ninguém para ‘pegar’, e decidiu de iludir. E você caiu na dele rapidinho. – Leon me soltou. Enxugou minhas lágrimas que iriam cair, e se levantou. – Vamos, alegre-se. – Me puxou, fazendo-me levantar, e começou a pular.
    Pulei junto com ele, não parávamos de rir. Ele me abraçou de novo, e por fim, disse:
    - Amanhã é o nosso dia. Vamos voltar a interpretar, vamos voltar a sermos felizes. Por isso, não deixe um idiota fazer você chorar. Se quiser, eu mesmo quebro a cara dele.
    - Não precisa, eu sei me virar, nii-san. – disse, dirigindo-o até a porta. – Até amanhã. – Disse, fechando-a.
    Subi para meu quarto, ligando meu computador. Fui direto ao meu blog.

    Não sei se choro, ou se fico feliz. Victor... Ele me fez esperar 5 minutos, me fez ficar brava, triste, chateada, irritada, me fez chorar e ainda teve a coragem de me beijar! Vê se pode! E ainda por cima, quando chego em casa, Leon me irrita com a campainha, me faz lembrar do que aconteceu, grita comigo, me faz pular e dançar!
    Bom, vou já me deitar. Desejem-me sorte amanhã, vou voltar a interpretar e a atuar.
    Drama Queen xxx


    Desliguei tudo que era necessário e fui para meu banho. Ao acabar, enxuguei-me e vesti meus pijamas azuis. Saí um pouco para a varanda.
    Olho para o céu. As estrelas brilhavam como os olhos de Victor ao me ver. Ah, Victor... Voltou a aparecer e acabou por me deixar mal.
    Sinto algo mexer em meus cabelos, logo sinto alguém me abraçar por trás.
    - Seu cheiro é tão encantador. – Era Victor. Ele sussurrava em meu ouvido.
    - Saia daqui! – eu disse, me soltando, afastando-me.
    - Por que não me aceitas?
    - Já te disse. Agora, suma. – Peguei um copo de vidro que ficava na Varanda, e ameacei jogá-lo.
    - Você não faria isso, Queen. Boa noite, até amanhã. – Ele dizia, sumindo.
    Fiquei um bocado brava, mas logo voltei ao normal, entrando para meu quarto, e indo dormir.

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    Mensagem por Laiila 14/6/2012, 23:11

    continua, sua linda.
    Sem falhas, sem correçoes, simplesmente perfeito (é, eu sou perfeccionista --')
    Só uma pergunta,você é portuguesa ?
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    Mensagem por FeerFuurlan 18/6/2012, 22:53

    Capítulo III
    2010, 20 de Abril.

    Hoje é meu dia de brilhar.

    Acordo lentamente com o barulho extremamente irritante do despertador. O pego na mão, e sem mais nem menos, ataco-o no chão, quebrando-o por completo. Sento-me na cama, bagunçando mais meus cabelos castanhos. Olho para a varanda, o sol ainda não havia saído. Levanto-me, tomando cuidado para não pisar em nenhuma peça do despertador, vou até meu guarda roupa, pegando meu uniforme. Entro no banheiro, e tomo meu banho. Ao sair do cômodo, estava já pronta. A calça jeans preta, a blusa branca do uniforme, o all-star avermelhado, o cabelo solto, ainda molhado e o lápis de olho. Desço para tomar meu café-da-manhã. Estava ansiosa para voltar a pisar nos palcos novamente.
    Estou prestes a sair de casa. Pego uns livros e dois cadernos e jogo em minha mochila, que é mais uma bolsa. Saí, trancando a porta e jogando a chave em um dos bolsos interiores daquela sacola pesada. Não demorou muito para chegar à casa de Leon, afinal, eu sempre ia para a escola com ele e com Pietra, que costumava ter sua casa ao lado da dele.
    Toquei a campainha. Seu pai, Luís Gomez atendeu.
    - Como você cresceu de uns meses para cá, guria! – ele disse, erguendo seus braços.
    - Ah velhote, nem tanto. – Coloquei aquele tijolo, se assim posso chamar, no chão e fui abraça-lo. – Estava com saudades.
    - Eu também senti saudades. E Amélia deve estar sentindo falta dos doces que vocês faziam juntas.
    - Eu posso vir algum dia desses, e voltar a fazê-los! – respondi em um tom brincalhão, logo vi Leon descer as escadas. – Vou indo, velhote. Até algum dia. – o abracei, logo voltei a colocar aquela bolsa pesada em meu ombro direito.
    Meu melhor amigo veio ao meu encontro. Ele me abraçou, retribui seu abraço, sorrindo. Saímos da casa dele, em busca de Pietra.
    Andamos pouco até chegarmos a casa dela. Ela já estava nos esperando.
    - Porque demoraram? – A garota perguntava, arrumando seus cabelos ruivos.
    - Querida, não somos ninjas para chegarmos na hora a que você diz ‘Venham até mim’. – Respondi, continuando a andar.
    Leon soltou uma pequena gargalhada, mas logo ficou sério novamente, andando de mãos dadas com Pietra, enquanto eu esta há alguns passos na frente.
    No meio do caminho, sinto uma sensação estranha. De repente, vejo Victor ao meu lado, amarrando uma corrente em meu pulso.
    - Propriedade minha, Hime-sama! – ele dizia, sorrindo. Tentei tirar a corrente, mas não consegui. Olhei para trás, o casal estava me ignorando totalmente.
    - O que você fez? – perguntei, tentando retirar aquela pulseira feita de aço.
    - Eu? Coloquei uma coleira em você. És somente minha agora.
    - Chega de bobeira, seu palhaço. Sabes que eu não sou de ninguém, agora, por favor, retire isso de mim, antes que eu faça você se arrepender de ter me encontrado.
    - Acordou de mau humor, foi? Ok, te solto, mas só por hoje. – Victor me soltou.
    - Agora, some da minha frente. – por fim, disse, enxergando o bar que sempre passamos para ir à escola.
    O bar não estava cheio. Os bêbados presentes estavam todos virados, e o dono estava perdido. Ele falava “cuidado!” “olhe onde joga as garrafas” “saia do meio da rua!”.
    Um bêbado veio ao meu encontro. Bem ‘chapado’, ele ficou na minha frente, me agarrando pela cintura. Victor somente o encarou.
    - Hey, hey. O que está fazendo por aqui, hein gracinha? – o bafo insuportável daquele homem me fazia ficar com nojo.
    Virei à cara e não respondi. Ele me pressionou mais ainda.
    - Me solta, bêbado irritante.
    - Não te solto, vadia.
    - Você me chamou do quê?- perguntei. A raiva foi crescendo, como aquele bastardo pode me xingar de vadia? Quem ele pensa que é?
    - Chamei de vadia. Se quiser, posso te chamar de puta também, querida.
    Não pensei duas vezes. Aquele homem estava me machucando. Então, por que não machucá-lo? Chutei suas partes baixas. O bêbado caiu no chão, se contorcendo.
    - Ah, vadia! Eu ainda te pego, me espere!
    Olhei para Victor, depois para aquele que estava no chão. Ergui minha cabeça e saí andando, como se nada tivesse acontecido. Victor veio logo atrás, me acompanhando.
    - Por que não fez nada? – perguntei, com os olhos em fúria.
    - Porque eu sei que você sabe muito bem se defender.
    Não respondi. Já havia avistado a escola. Não era tão longe de minha casa.
    O tempo foi passando, até chegarmos aos imensos portões daquele colégio. Eles se abriram, já era 6h e 30mins.
    Leon e Pietra nos alcançaram. Agarrei o braço de meu nii-san e entrei com ele no prédio II, para irmos nos escrever, deixando sua namorada e Victor para trás.
    Minha escola é dividida em cinco prédios. O primeiro é para ginástica, o segundo é cultura, e os outros três são aulas normais, dividas por séries.
    Ao chegar à sala de Teatro, um grande papel estava colado na parede. Ele dizia:

    “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina de feche e a peça termine sem aplausos” - Charles Chaplin



    O Nosso teatro tinha uma sala, um palco e um camarim. A Sala é igual a salas escolares, a única diferença é que não têm mesas nem cadeiras, somente as do professor. Leon se sentou na cadeira, e eu na mesa. Ficamos a espera do professor novo. Horas se passaram, e nada. Eu fui à escola justamente para me reinscrever no teatro.
    De repente, a maçaneta da porta vira. Era ele. Estava com uma prancheta na mão, talvez aquilo seja o papel de inscrições.
    - Bom dia, alunos. – sorriu, colocando suas coisas no chão. Ele aparentava ter uns 34 anos, com roupas sociais e um cabelo negro grande preso em um rabo-de-cavalo.
    - Mal dia. – respondi me levantando da mesa. – Vamos, onde tenho que assinar para voltar as minhas aulas?
    - Calma mocinha! – Ele retrucou, colocando a prancheta em cima da mesa com uma caneta. – É aqui. Vocês estavam esperando esse tempo todo?
    - O que você acha? – Peguei a caneta e comecei assinando, depois passei para Leon. Ele assinou também. – Agora, vou ter que ficar para a aula, os portões já se fecharam. Vamos, Grigori. - Grigori era o nome de Leon no teatro. Vinha da família Grigori, uma família de anjos.
    Peguei minha mala e saí da sala junto com Leon. Estava chovendo. Saímos correndo no meio de poças de lama e água, escorregamos nos pisos lisos esbranquiçados daquele colégio. Estávamos com capas de chuva, por isso não molhamos nossa roupa ao tomar aquele banho de chuva, muito menos nos escorregões. Já era 9hs. Deveríamos correr para entrar na aula da professora Marie.
    Chegamos à porta do prédio quando o sinal bateu. Tiramos aquelas proteções contra chuva e fomos para a sala de aula. A professora ainda não havia chegado. Ao entrar, várias pessoas ficaram olhando para nós.
    - Estão olhando o que? Perderam algo? – Perguntei irritada, indo para meu lugar.
    Há 34 alunos na minha sala. Cerca de 14 meninas. Tenho somente uma amiga naquela espelunca, a Vanessa. Ela fazia teatro comigo. As outras, nem falo tanto, mas conto como ‘colegas’.
    - Posso saber onde você estava Queen ? – Victor sussurrou em meu ouvido. Ele se senta atrás de mim.
    - Não te interessa.
    - Porque não me interessa? Se eu perguntei, me interessa!
    - Mas não vai ficar sabendo onde eu estava. – coloquei meu estojo e um caderno em cima da mesa.
    - Ei, não precisa ser grossa assim! - Ele sussurrou, mordendo de leve minha orelha.
    - P-Pare. – Fiquei um pouco corada, virei-me e dei-lhe uma ‘cadernada’ em sua cabeça.
    A professora chegou. Me virei rápido, e a encarei. Ela sorriu um pouco ao ver que estávamos todos nos lugares corretos. A aula se passou rápido. Era a hora do intervalo. Desci com Vanessa as escadas daquele edifício, chegando ao grande pátio. Ficamos conversando por um bom tempo, até ouvir o irritante sinal. Sim, qualquer barulho estava me irritando hoje. Fomos para a sala de novo, onde tivemos mais quatro aulas. Claro, Victor ficou a me irritar nessas malditas aulas, que se passaram tão devagar.
    Era a hora de voltar para os palcos. Peguei a mão de Leon na hora da saída e fui arrastando ele para o primeiro prédio, levando-o para aquela sala que estávamos no começo das aulas.
    - Está pronta? – ele me perguntou, se sentando na parede lateral. Sentei-me ao seu lado, e o abracei. – eu estou.
    - Estou também. – respondi, com um grande sorriso no rosto.
    Ficamos esperando os outros chegarem, junto com o professor.





    Arigatou, Laiila. xD
    Sou só descendente... Mas bem que eu podia ser de Portugal hein... hehe. -q

    Bom, só pra deixar claro, essa minha fic está já no XIII capítulo, e eu vou postar de pouco a pouco aqui.
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    Mensagem por Haseo 18/6/2012, 22:55

    Não é bem meu estilo de história, mas mesmo assim, me puxou bastante interesse. Continue postando. :3
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    Mensagem por Laiila 19/6/2012, 14:08

    Hurum, mas parece, o estilo de lá.
    Não me pergunte por que, só me passa a sensação xD
    Como sempre, impecavél.
    Continue :3
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    O Teatro e a Vida. Empty Re: O Teatro e a Vida.

    Mensagem por FeerFuurlan 24/6/2012, 15:12

    Capítulo IV
    2010, 20 de Abril.

    Ficamos esperando os outros chegarem, junto com o professor.
    Ao ver a maçaneta rodar, fiquei de pé. Passaram-se 15 minutos desde que chegamos. Era Victor, Vanessa, e mais alguns novatos.
    - Queen! Ficou a minha espera? – Victor dizia, me agarrando pela cintura, puxando-me para si.
    - Calado, Monstro. – respondi, tentando me soltar.
    - Por que não pode me amar, hein? – soltou-me, indo para o outro lado da sala. Estava com uma fisionomia triste.
    Não respondi, apenas sentei na mesa do professor. Vanessa veio até mim, ficando na minha frente. Ela me perguntou várias coisas sobre Victor, respondi tudo, depois virei à cara, fixando meu olhar na janela.
    - Boa tarde turma! – a porta se abre. Reconheci aquela voz, era a mesma de hoje de manhã. Era o professor. – Desculpe-me pelo atraso.
    - Bom dia. – respondi, mantendo meu olhar na paisagem de fora.
    - Porque a senhorita não se senta no chão como os outros? – ele perguntou, tocando em meu ombro.
    - Porque eu sou a Queen. Ou você não sabia? – respondi, encarando-o com um olhar mortal. Ele virou a cara, e ficou na minha frente, de costas para mim.
    Ele tinha uma cara de chato, uma voz irritante e um cabelo que me irritava. Eu não havia gostado dele, e nem irei gostar.
    - Só para saber, ela sempre se senta à mesa? – o professor perguntou, apontando para mim. Leon respondeu que sim. – Certo. Meu nome é Joe, sou o novo professor de teatro, e quero saber o nome de vocês.
    - Perdão, Joe. – disse, tocando no ombro dele. – Nós nunca revelamos nossos nomes, temos nomes artísticos.
    - Eu quero saber o nome de vocês primeiro, e depois o artístico então, certo? – ele voltou a olhar os outros, apontando cada um.

    “Leon – Grigori.” “Victor – Gilbert” “Vanessa – Mary” “Clarice – Drama Queen”


    - Vocês são os únicos veteranos? – ele perguntou.
    - Somos. Éramos em 30, mas 26 desistiram. – Leon respondeu, se levantando e me puxando, fazendo-me sentar no chão, ao seu lado e o de Vanessa.
    - Então, quero que vocês vão para o palco, enquanto eu ensino as técnicas do teatro para os outros.
    Levantamo-nos e fomos para o palco. Não tinham mudado nada. O cheiro estranho ao entrar naquele lugar, as cortinas azuis, e as cadeiras também. A bandeira de nosso país, junto com a da nossa escola. A Cabine de som. Tudo estava como antes.
    Fui até o palco, enquanto Leon e Vanessa conversavam sentados. Victor me puxou, agora me abraçando. Não conseguia mexer meus braços, eu tentava me soltar dele, mas não conseguia. Ele mordeu minha orelha, sussurrando.
    - Queen eu te amo tanto... Por que não podes me amar?
    - Porque ela é minha irmã, e não vou deixar nenhum pervertido encostar nenhum dedo nela. – Leon respondeu, aparecendo. Ele me puxou, me abraçando.
    Victor olhou feio para ele, mas depois virou as costas e foi se sentar. Soltei-me de Leon e me sentei também, só que no palco. Mal demorou para o professor chegar.
    Ele veio somente para avisar que amanhã iriamos começar a atuar. Peguei minhas coisas e fui embora, sem olhar para trás. Senti uma mão tocar em meu ombro. Era Leon. Ele me puxou, fazendo-me ficar ao seu lado. Ainda não havia passado dos portões da escola.
    - Calma mocinha! Onde pensa que vais com tanta pressa?
    - Para a casa. Tenho que descansar.
    - O que o Victor está tendo contigo? Estão Namorando?
    - Não! – respondi de imediato, corando. – ele que fica agarrando-me, chamando-me de Queen.
    - Não seria uma má ideia tê-lo como cunhado... – Leon me ignorou totalmente, depois soltou um sorriso, me abraçando.
    Cruzei os braços e continuei a andar, logo vendo a casa de meu Nii-san.
    - Adiós, Grigori! – disse com um sorriso, indo em direção a minha casa. Ele acenou para mim antes de entrar.
    Continuei meu caminho, chegando à porta da minha casa. Fico procurando minha chave na bolsa.
    - Queres isto? – Uma voz dizia atrás de mim, me abraçando.
    - Victor. – Respondi me virando, olhando para ele com um olhar mortal. – Devolve a chave.
    - Não irás me convidar para entrar?
    - Se você me devolver à chave, posso até convidar. – disse, com um sorriso. Ele caiu direitinho, dando-me a chave. – No dia que chover rosas, que eu for a estrela e que eu não escute nenhuma uivada. – respondi, entrando em casa e fechando a porta com força.
    Coloquei minha bolsa e minha chave na mesinha que havia, e me joguei no sofá. A raiva que eu estava de Victor era inexplicável, era capaz de eu pular da minha varanda de tanta raiva que eu estava. Por que ele teve que aparecer justo agora? Por que ele não pode me entender? Sou tão complicada assim?
    Não importava mais. Levantei-me e fui ao meu quarto, pegando meu pijama e me dirigindo ao banheiro. Troquei-me e voltei ao meu aconchego, me deitando na cama e caindo em um sono profundo.

    “Você só tem a mim. Venha para mim. Eu te Amo. Não deixe ninguém estragar nosso amor. Pense no futuro. Não olhe para trás. Siga minha voz, Queen.

    Acordei desesperada. Acalmei-me, era só um sonho. Olho para o lado e vejo um fio de cabelos negros. O que era aquilo? Senti braços me agarrarem, logo percebi que era Victor. Retirei o edredom decima dele. O mesmo me puxou para baixo, fazendo nossos olhares se encontrarem.
    - Não posso esperar tanto para aceitar entrar em sua casa. – Olhei para a varanda, a janela estava aberta.
    - PORQUE VOCÊ INVADIU MINHA CASA? – Gritei, tentando me soltar.
    - Acalme-se. Você é mais calma dormindo.
    - ME SOLTE!
    - Não irei soltar-te. – Ele respondeu, aproximando mais seu rosto do meu.
    Ao sentir que ele iria me beijar, virei minha face, fazendo-o beijar minha bochecha.
    - É assim? – Victor agarrou minhas mãos, subindo em cima de mim. – Você não pode negar que sente algo por mim, não é?
    - Eu... EU NÃO TE AMO! – respondi, virando minha face novamente. Com uma mão ele conseguiu segurar meus pulsos, e com a outra segurou meu rosto, aproximando tua face da minha.
    Fechei meus olhos com força, e senti seus lábios tocarem nos meus. Não me deixei levar, e tentava soltar meus pulsos, arranhando sua mão. Ele me soltou, colocando suas duas mãos apoiadas no colchão.
    Envolvi meus braços em seu pescoço e fixei meu olhar no dele. Nossos lábios haviam se separado. Abri um pequeno sorriso, aproximando meu rosto ao dele, e por fim, chutei suas partes baixas, soltando-o.
    Não consegui segurar o riso em meio de suas reclamações. Ele queria gritar, mas sabia que só iria piorar as coisas.
    - Ai, Alice! Isso dói!
    - Você me chamou do quê?
    - Alice. Alice Tavares. Lembra-se desse nome?
    - Não ouse me chamar de Alice de novo, ou faço você gritar de dor. – me levantei, trancando a janela da varanda, junto com a cortina.
    - Eu sei de toda a sua história. Meus pais eram amigos dos seus.
    - E porque você sabe da minha vida? – Me sentei na cama, cruzando as pernas. Victor se sentou ao meu lado.
    - Já não te disse? Eu te amo. – ele riu. – Do jeito que meus pais a descrevem, você é igualzinha à Alice.
    Olhei para baixo, deixando minha franja cobrir meus olhos. Não era legal ouvir tudo o que falavam de minha mãe, sem eu ao menos conhecê-la. O único que eu sabia era a aparência dela, por causa de uma foto que eles tiraram comigo ainda recém-nascida. Os pais de Leon nunca comentaram de meus pais para mim, só quando eu insistia. E foram poucas vezes. Senti uma lágrima rolar por um de meus olhos. Por que ele disse logo o nome da minha mãe?
    As mãos de Victor levantaram meu rosto calmamente, ele me fez olhar diretamente em seus olhos.
    - Olha... Eu não sabia que você era tão sentimental por causa de seus pais, perdão... - interrompi-o.
    - Tudo bem. Já passou. “Não olhe para trás”. – respondi, limpando a lágrima que havia escorrido.
    - Então, você pode esquecer o nosso passado também, e voltar a me amar, não é? – Mas que safado! Aproveitou de meu momento sentimentalista!
    - Claro que não, seu pervo. Eu não irei esquecer o que você fez.
    - Ah, por favor! Só por hoje então! Eu sei que dentro de você existe uma Clarice saltitante.
    - Não vou me entregar a você. – respondi, voltando a me deitar. – Estou com sono, amanhã tem aula. Por que não vai para casa?
    - Porque eu disse que iria dormir fora hoje. Você não vai me negar um abrigo, vai? – Victor voltou a se deitar ao meu lado. Virei-me para a varanda, e ele me abraçou.
    - Certo. – disse, corando um pouco. Senti sua respiração em meu pescoço, dando-me leves arrepios. Fechei meus olhos e dormi, torcendo para que amanhã eu acorde sem ele ali.
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    Mensagem por Laiila 6/7/2012, 17:35

    *--*
    lindo, lindo!
    Os safadinhos vão dormi juntinhos .No meu mundo isso se chama fazer bebe xD

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