[Fic] College Kumiai

Prólogo

Já fazia um tempo que o mundo mudara. As nações independentes que conhecemos deram lugar a alianças poderosas, onde não existiam mais países, e sim apenas três impérios. Isso foi decidido com uma enorme e sangrenta guerra, onde muitos morreram tentando defender a nação que tanto amam. E no fim, foi gerado um pacto que prometeu salvar as pessoas no mundo, onde não existiria mais xenofobia, fome, ou violência. Guerras não seriam mais necessárias, já que as grandes potências estavam em paz. O mundo finalmente estava em paz...

Dominando o nordeste do planeta está o Império Rubro, comandado pelo líder Sebastian Godebert, cuja força é comparada a de um Deus. Nasceu na antiga Alemanha, e com seu poder imensurável, dominou seu país e começou o seu império. Embora tenha imposto uma ditadura, as pessoas o viam como o herói, que mostrava a verdadeira força da sua nação. Um homem tido como inatingível e invencível, até para os mais poderosos guerreiros.

Já o Oeste do planete, foi conquistado pelo Império Albastru, onde o líder, Razvan Diavol, saiu da antiga Romênia e começou sua conquista pelos EUA, e então passou para o resto do continente. Ficou conhecido como o demônio azul, graças a seu sobrenome, a cor de seu império e, claro, a sua força e sede de sangue quase imparável.

E por fim, no centro e em algumas partes do leste, está o Império Dourado. Este foi conquistado de forma diferente, onde as nações decidiram se juntar e formar um Império que competisse com os outros dois, sem ser necessário derramar sangue inocente. O líder, Marcos Verlosser, é tido como o verdadeiro herói do mundo. O japão foi o único país que mostrou resistência a Rubro e Albastru, se juntando assim ao Dourado, fazendo ter uma pequena inveja desses, pois era o país mais avançado em tecnologia para armamentos.

Juntos, os três líderes se tornaram os Antatchaburu, os mais fortes guerreiros da época. Ninguém tinha coragem suficiente para enfrentá-los, muito menos força para isso.

Mas como todo Império, há aqueles que vão contra... Os Rebeldes. Eles são um quarto grupo, formado por anarquistas escondido nas sombras, onde planejam o dia de derrubar os Impérios e fazer os países terem independência mais uma vez. Ninguém conhece o seu verdadeiro líder, apenas a sua Alcunha, que é Espérer (esperança, em francês). E então, para combatê-los, o governo mundial usa crianças com habilidades especiais, que levam uma vida normal até seus 16 anos. A partir daí, seus poderes se manifestam e eles são convocados há servir seu governo. E, para que ninguém suspeite, quem faz o papel de chamá-los, treiná-los, e escondê-los da sociedade são os Colégios.
Aparentemente normais, escondem dentro de sua direção agentes do comando, que, liderados pelos diretores, vigiam aqueles que julgam terem poderes. E assim acontece uma luta silenciosa, que nenhum cidadão suspeita, entre o governo e os rebeldes, que, a cada dia, pode decidir o futuro mundial!

O que vale mais? A paz forçada ou a violência do livre-arbítrio?

Laiila escreveu:É que a casa tá cheia , então eu li rapidinho xD
Por isso eu disse aparentemente xD Eu vou ler com calma durante a semana xD

Taiyou escreveu:Se quiser pode falar os erros, eu até agradeço xD

Eu acho que uso muitas vírgulas, é meio um vicio x_x

Cuidado, post chato:

Capítulo 1

O dia amanhecera nublado. As poucas luzes que adentravam pelos feixes da velha janela de madeira já não eram suficientes para acordá-lo. O sono dominava seu corpo por completo, fazendo-o sorrir enquanto sonhava. Deitado nas finas fronhas de seda, que cobriam o macio travesseiro de plumas, o rapaz ia, aos poucos, abrindo os olhos sozinho. Talvez o seu relógio biológico o tivesse feito acordar, ou então era o barulho dos outros alunos correndo para não perderem a aula. Sentou-se na cama e esfregou seus olhos, tentando se acostumar com a escuridão do local. Ele virou para seu lado esquerdo, e viu que seu amigo ainda não tinha acordado. Pôs os pés no chão, e sentiu o frio assoalho por todo seu corpo. E então, com uma distancia considerável, deu um tapa no rosto do menino ruivo.

- Acorda... Tá na hora. Vamos nos atrasar mais uma vez. - O menino agredido levantou assutado, sentindo uma certa raiva dentro de seu corpo.

- Você podia me acordar mais calmamente das próximas vezes... Não ia custar nada, Shiroh. - O ruivo deu uma leve bocejada e se levantou rapidamente.

- Talvez eu faça isso... Mas prefiro desse jeito, se não você nunca iria levantar. - Deu um leve sorriso, gostando da forma que brincava com seu amigo. - Mas agora é sério, vai ser o 28 atraso no mesmo mês, vamos nos apressar, Nolan. - Nolan era um rapaz que morava na antiga Irlanda do Norte, mas devido ao domino do Império Rubro, sua família o mandou para o Japão, onde vivia em um colégio interno. Fez amizade com Shiroh rapidamente, pois os dois achavam Sebastian Godebert um falso herói.

Nolan trocou de roupa correndo, sem nem se preocupar com a higiene. Usava uma camisa branca manga longa quase sempre, era a sua preferida. Sua calça jeans já estava velha, mas dava um ar estiloso ao rapaz. Seu cabelo espetado e suas sardas no rosto eram seu charme. Foi até a porta, e, antes de sair, proferiu:

- Cara... Nós só não nos atrasamos um único dia no mês, que foi quando faltamos. Precisamos melhorar isso - Seu tom no final da frase foi irônico, dando uma grande risada quando fechou a porta.

Shiroh não se importava em se atrasar. Ele preferia chegar um pouco depois, mas com uma boa aparência. Por isso, foi até o banheiro e tomou seu banho matinal. Vestiu uma camisa social branca, coberta por uma jaqueta preta. Suas calças jeans também já estavam velhas, mas completavam sua aparência. Seus cabelos negros eram extremamente lisos, então daria muito trabalho arrumá-los. Por esse motivo, usava uma franja que quase lhe tampava a testa inteira. Mas até que fazia um certo sucesso entre as garotas.
Em seus pés, um simples tênis rasteiro. Pegou sua mochila e seguiu direto para a sala do diretor, já que estava acostumado a fazer isso todas as manhãs.

Ao chegar na sala, foi a mesma cerimônia de sempre. O diretor lhe deu um sermão, e o mandou para a aula com o mesmo "ultimo aviso" de sempre: Se ele se atrasasse de novo, repetiria. Mas isso era algo impossível, devido a sua inteligência fora do comum.

Na sala, era sempre a mesma rotina de sempre: Sentar e não falar com ninguém. Nolan era como o palhaço da turma, sempre contando piadas e fazendo todos rirem. As garotas observavam Shiroh a todo momento, querendo de alguma forma descobrir o porquê de tanto mistério.

Coincidentemente, aquele dia era o aniversário de 16 anos de Shiroh e Nolan. Os seus colegas de classe achavam o máximo os dois terem nascido no mesmo dia, e serem tão diferentes na personalidade. Ambos eram populares, mas de formas diferentes. Um desejava aquilo, para cobrir a atenção que perdeu dos pais na infância. O outro não estava nem aí para atenção, já que nunca possuiu. Desde que ele se lembrava por gente, morava naquele colégio. Um dos maiores colégios internos do Japão, Kumiai, cujo nome significava União. Talvez eles queriam mostrar para as pessoas que todos ali eram extremamente unidos, o que não era nem um pouco verdade.


O sinal do meio-dia toca, e era hora do intervalo. Este era o único momento em que Nolan não tinha a atenção de todos, e se sentava junto com Shiroh. O ruivo respeitava a opção de seu amigo, que preferia ficar sozinho. Shiroh era um cara que não entendia porquê as pessoas eram tão felizes. Ele não queria aceitar que todos estavam conformados com a situação do mundo, onde eles eram dominados como ratos. Mas ao mesmo tempo entendia que, sem aquilo, talvez estivessem mergulhados no caos. Afinal, não existiam mais crimes fortes. Todos os bandidos tinham medo dos grandes líderes, e acabaram por encerrar suas atividades.

Ao final das aulas, todos podiam aproveitar as áreas de lazer que a escola possuia, mas os dois preferiram voltar para o dormitório. Ambos soavam frio e mal conseguiam andar.

- Será que aquele bolinho estava estragado? - A voz de Nolan mostrava uma certa dor ao falar.

- Deve ser, porq... - Os dois garotos desmaiaram em suas camas, e o silêncio tomou conta do local.

Em seguida, gritos de dor podiam ser ouvidos por todo o quarto, mas ninguém fora dele escutava. O rapaz dos cabelos negros estava ardendo em febre, e estava nu, com seu corpo completamente soado. Já o ruivo sentia enormes dores musculares, impossíveis de aguentar. Era como se seu corpo franzino e baixinho estivesse evoluindo tudo de uma só vez. Os dois ficaram ali, sofrendo durante duas noites seguidas, sem poder ir a aula.

No terceiro dia, Shiroh acordou assustado. Suas roupas, jogadas no chão, estavam com partes queimadas, e seu corpo completamente nu. Tampou as partes intimas com o lençol e correu para o banheiro. No espelho, olhou fixamente para seus olhos, e tomou um susto. Eles estavam vermelhos como o fogo, e passavam um ar assustador. Sua temperatura ainda estava alta, mas ele já não sentia os efeitos colaterais da febre. Na verdade, seu corpo estava mais ágil do que antes. Testou sua agilidade dando socos no ar, e viu que estava mais rápido do que antes. Porém, em um desses socos, uma bola de fogo alaranjado foi produzida e lançada contra a parede, e o garoto caiu para atrás assustado.

"Eu ainda devo estar com febre... Só posso estar delirando! Eu vi mesmo isso?!" Se levantou novamente e tentou disparar mais uma vez o fogo, mas sem sucesso. Aliviado, ele dá um suspiro e, quando libera o ar, faz fogo sair dos poros de suas mãos. Dessa vez não se assustou, e sim achou incrível o que ele podia fazer. Ele precisava contar ao seu amigo. Abriu a porta do banheiro e andou até o quarto. E disse enquanto virava para olhar seu amigo:

- Você não vai acreditar no que e... - Parou de repente e se assustou. Seus olhos não podiam acreditar naquilo que viam.

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Enquanto isso, o diretor, um homem alto, forte, com um cavanhaque branco, olhava para a professora que estava ao seu lado. Eles sorriram, e juntos pensavam a mesma coisa. Finalmente o dia tinha chego.

Finalmente o dia tinha chego.

Capítulo 2

Ao ver seu amigo naquele estado, Shiroh não teve reação. Parecia que outra pessoa tinha invadido o quarto, tirado Nolan de lá e vestido as roupas dele, com alguns rasgos. O jovem ruivo não possuía mais seu corpo franzino. Agora, ele estava alto, forte, com seu corpo completamente definido. Sua camisa, rasgada devido ao brusco aumento de tamanho, mostrava um abdômen extremamente trincado e resistente. O novo homem forte deu um enorme sorriso.

- Dá pra acreditar nisso?! Aquelas dores insuportáveis valeram apena, afinal! - Disse, seguido de uma enorme gargalhada. - Cara, como isso aconteceu?! E, mais importante, POR QUE VOCÊ ESTÁ PELADO NA MINHA FRENTE?! HAHAHAHAHA! - O jovem ruivo não conseguia parar de rir.

Shiroh, ao perceber que ainda estava pelado, sentiu um pouco de vergonha, mas logo resolveu se vingar do amigo; Liberou um pouco de fogo na palma de sua mão direita, e lançou contra o ruivo. A chama não fez nada além de esquentá-lo um pouco, e dar um susto.

- É por isso que eu estou pelado! - Disse Shiroh.

- UAU! ISSO É MESMO INCRÍVEL! - Apesar de já ter 16 anos, Nolan adorava histórias fantasiosas que envolviam poderes. Então, aquilo era, para ele, surreal! Aliás, não só para ele! Qualquer um que acordasse um dia, e descobrisse que tinha poderes, acharia surreal.

A excitação dos dois foi interrompida com o barulho da maçaneta abrindo. Uma silhueta alta, magra, aparentemente careca, apareceu. Não era possível ver seu rosto, apenas uma enorme sombra. Sua voz era extremamente grossa.

- O diretor quer vê-los. Apressem-se. - O homem some tão de repente quanto tinha aparecido.

Os dois não entenderam direito, mas resolveram obedecer. Se trocaram rapidamente e partiram. Nolan com um enorme sorriso no rosto, e Shiroh pensativo, tentando entender a situação.

Ao contrário do que pensaram, não havia ninguém no colégio. Era como se todos os alunos tivessem ido em algum passeio, restando apenas os dois, andando pelo enorme saguão. O som dos seus passos caminhando no assoalho produziam um enorme eco, o que era muito raro acontecer, a não ser que caminhasse pelos corredores na madrugada. O chão estava mais limpo do que o comum, chegando até mesmo a refletir seus rostos.
Permaneceram em silêncio até chegar na sala do diretor. Este, estava esperando os jovens sentado atrás de sua mesa, de costas. Era possível ver seu enorme cabelo branco amarrado.

A sala de direção do colégio era o maior cômodo de lá; O chão era coberto com um enorme carpete de veludo vermelho. Atrás do diretor, a bandeira do Império Dourado, com uma moldura foleada a ouro. Aliás, a sala inteira tinha partes foleadas a ouro. Afinal, essa era a cor do império que o Japão pertencia.
As paredes eram da cor pérola, e impecavelmente limpas, assim como todo o recinto. Lá, já estavam esperando mais dois alunos; uma garota e um garoto.

Ao entrar na sala, o jovem de cabelos negros sentiu algo em seu peito que nunca sentira. A garota que ali estava era de uma beleza angelical, que não há nada suficiente para comparar. Seus olhos vermelhos brilharam como nunca, e era como se tudo estivesse passando em câmera lenta. Os olhos verdes da moça, combinado com seus lisos e finos cabelos dourados, fazia criar uma aura em volta dela. Sua silhueta não era perfeita, porque a perfeição não existe, mas ela estava o mais próximo possível disso. Mas, embora sentisse tudo isso, a feição do jovem não mudou, continuando séria. Olhou para o lado e viu seu amigo sorrindo, como sempre. Ambos sentaram-se nas cadeiras e ficaram de frente para o diretor, que virou a cadeira giratória para olhar nos olhos de cada um.

- Bem, vocês devem imaginar porquê estão aqui, não é? - Ele fixou o olhar em Shiroh, e depois voltou a encarar todos os alunos. - Nessa manhã vocês acordaram sabendo fazer coisas incríveis, que achavam inimagináveis. Bem, isso é normal... Vocês são crianças especiais que receberam dons divinos, e devem usar isso para o bem da humanidade! - Todos escutavam com atenção. - Vocês devem salvar o Império em que vivem de uma guerra silenciosa e inevitável. Existe um grupo criminoso, que pratica anarquismo nos países, e se intitulam Rebeldes. Seu líder, conhecido como Ésperer, deve ser detido o quanto antes. A missão de vocês é se tornarem fortes o suficiente para derrotá-lo, e assim fazer com que a paz reine sobre o nosso mundo. Devem acabar com esses crimes, e chegar até o líder deles. - Aquele discurso pareceu inspirar os outros alunos, mas Shiroh ainda estava muito pensativo. Contudo, resolveu não se manifestar. - Então agora, o senhor Damion irá conduzi-los até o campo de treinamento. Vão. - Dito isso, o homem virou-se para a parede de novo, enquanto os alunos saíam da sala.

O campo de treinamento era uma quadra fechada, mas sem os objetos esportivos. Não tinha nada além de um enorme espaço com assoalho de madeira. E então, o homem alto, apresentado como Damion, os instruiu.

- Vocês devem mostrar suas habilidades em uma luta. Serão dois contra dois; Shiroh e Nolan contra Pierre e Rin. Estarei observando ali de cima. - Ele aponta a uma janela escura, no alto da quadra. - Quando eu chegar lá, darei o sinal para começarem. - O homem se afastou e entrou em uma espécie de elevador. Os quatro alunos se posicionaram, formando uma espécie de cruz, com mais ou menos 2 metros de distância cada um. Todos encaravam todos. A garota se mostrava séria, assim como Shiroh. Nolan estava com um enorme sorriso, e o outro garoto, de cabelos azuis, estava com um sorriso sarcásrico, enquanto se colocava em posição de combate. Ficaram assim por alguns segundos, até que uma luz vermelha foi acesa. Esse era o sinal, e a batalha iria começar.

Capítulo 3

*Alguns segundos antes

Quando o elevador finalmente terminou de subir, Damion pôde ver três homens sentados em tronos. Ao lado deles, alguns diretores de famosas escolas espalhadas pelo mundo. Não era possível ver seus rostos, apenas suas sombras e parte de suas roupas, sendo o da esquerda com roupa azul, no meio com roupa vermelho-escuro e a esquerda, amarelo-dourado. O funcionário se aproximou de um botão, e esperou um sinal.

- Então, é ele? - Perguntou o homem ao centro, com uma voz extremamente rouca.

- Sim, é ele. O de cabelos negros. - O diretor do Kumiai respondeu com uma voz que demonstrava um absoluto respeito.

E então, com um sinal, Damion apertou o botão, que fez acender uma luz vermelha na quadra.*


Assim que o sinal foi dado, Nolan partiu com uma velocidade incrível na direção do rapaz de cabelos azuis, que simplesmente sumiu na sua frente. O ruivo ficou atento, esperando algum movimento. E quando menos esperava, como um feixe de luz, um vulto azul o acertou em cheio no meio do estômago.

"Quem é esse cara?" Pensou Nolan.

Mesmo com sua incrível força e resistência, não foi possível resistir a um golpe com tamanha velocidade.

- Legal, não é? - O jovem de cabelos azuis estava agora na frente do ruivo. - Digamos que, com essas suas habilidades recém descobertas, você não terá nenhuma chance de me acertar. Você consegue segurar um relâmpago?

- É claro que não! Isso é impossível! - Disse Nolan, ainda com dor.

- Então você não será capaz de me vencer! - O garoto sumiu mais uma vez, deixando apenas um vulto azul. Então apareceu denovo e, dessa vez, desferiu diversos golpes no rosto do ruivo, que caiu sangrando no chão.

Ao ver aquela cena, Shiroh sentiu um ódio profundo, e correu na direção da batalha. Porém, ele foi impedido com uma rasteira vinda da garota.

- Você é meu, garoto!- A garota correu na direção de Shiroh e então saltou, proferindo em seguida: - Cyclone Voracious! - De suas mãos começou a surgiu um enorme vortex espiral, que ia ficando cada vez mais rápido, indo diretamente contra o jovem. Este, por sua vez, concentrou alguma energia em sua mão e tentou disparar alguma coisa que pudesse parar o tornado. Mas ele não tinha controle em suas técnicas, e criou uma pequena chama, que logo foi apagada. E então, quando foi atingido pelo tornado, voou longe, batendo contra a parede do local. Shiroh e Nolan estavam no chão.


Do alto da quadra, um dos três homens estava ficando entediado.

- Tem certeza que é ele? Não é tão bom quando eu pensava. Já está caído. - Disse o homem da ponta esquerda.

- Acalme-se e preste atenção na luta. - Disse o da ponta direita.

Ambos olharam pela janela, e viram Shiroh e Nolan se levantarem, e colocarem-se em posição de combate.

- Hey Shiroh, parece que eles estão vindo com tudo contra a gente! Eu vou ficar com o rapidinho. Você acaba com a menina! - Ao dizer isso, Nolan saiu correndo na direção do garoto.

Shiroh voltou a encarar a menina, que estava sorrindo, como se a vitória já fosse dela. O rapaz limpou o pouco de sangue que ficara em sua boca, e também sorriu.

- Esse seu foguinho nunca será páreo para os meus ventos! Eu irei apagar qualquer chama que você criar! Agora, fique no chão de vez! Cyclone Voracious! - Mais uma vez, o ciclone surgiu das mãos da garota, indo contra o rapaz. Mas ele não se mexeu. Parecia que estava concentrando poder, ou então estava em um estado de transe, onde outra pessoa tivesse tomado controle de seu corpo. Quando o vento estava próximo dele, seu sorriso aumento. Fechou sua mão, e correu contra o tornado.

- Hadesu no Honō! - Deu um soco no ar, fazendo surgir uma enorme chama contra o tornado que, misturando-se com este, aumentou ainda mais seu poder. O fogo atingiu a garota em cheio, que teve queimaduras de primeiro grau em partes do corpo. Ele aproximou-se dela, e então a levantou.

- Você precisa aprender uma lição básica: Quando a chama é pequena, e a ventania forte, a chama se apagará. Mas se a chama for grande, quando mais forte for a ventania, maior será o fogo. - Dito isto, o garoto sentou-se, cansado por usar o golpe pela primeira vez.

"Isso é mesmo incrível! Como eu consegui usar isso?" Pensou Shiroh.

Na torre, os três homens sorriam quase que simultaneamente, enquanto sussurravam: É ele.

Em quanto isso, do outro lado da quadra, Nolan iria travar uma batalha contra o garoto de cabelos azuis.

Capítulo 4

Ao chegar do outro lado, o ruivo simplesmente parou. Não era possível ver o seu inimigo, e escutar os seus movimentos também era uma tarefa difícil. Ele olhava em sua volta constantemente, enquanto ouvia apenas uma pequena risada. Mirou uma pequena arquibancada que havia em uma das pontas e viu o jovem rindo, sentado.

- Desça aqui e lute como um homem! - Gritou Nolan. O outro garoto sorriu levemente, e então deixou apenas seu vulto a vista. E de repente apareceu na frente de Nolan.

- Sabe, é meio sem educação derrotar alguém sem deixar que saibam o nome. Então, guarde bem: Me chamo Pierre Aigremont. - Em seguida desferiu um potente e rápido soco, carregado de uma espécie de eletricidade, no rosto de Nolan, que caiu no chão. O ruivo se levantou novamente, e Pierre já não estava mais lá, e sim em suas costas, desferindo um potente chute lateral. E assim se sucedeu; diversos golpes vindos de diferentes direções, em uma velocidade incrível, até Nolan cair no chão inconsciente. Todos os golpes tinham uma coloração azul, como se o rapaz pudesse emanar eletricidade de seu corpo. Pierre o pegou pelo braço e arrastou até onde Shiroh tinha derrotado a jovem.

Ao ver a cena, uma raiva cresceu dentro de Shiroh, que correu contra o inimigo. Este, por sua vez, também viu que sua amiga foi derrotada, e também quis dar o troco. Chamas envolveram o punho de Shiroh, que se chocou com o de Pierre, envolto em eletricidade. Os dois ficaram se encarando, com olhares de ódio.

- Não achei que você fosse capaz de bater em uma garota, seu covarde! - Pierre demonstrava uma raiva terrível.

- Quando se está em uma luta, não devemos distinguir os oponentes. Isso causaria a derrota. - Retrucou Shiroh.

- Ah, é? E sabe o que vai causar a sua derrota?.. Eu! - O garoto sumiu mais uma vez, devido a sua velocidade sobre-humana. Ele conseguia fazer isso acrescentando seu poder aos seus pés, aumentando assim a velocidade de seus músculos. Shiroh acalmou-se e tentou prestar atenção no barulho. E então foi surpreendido com um soco em seu rosto, que o fez cambalear um pouco para o lado. Ele se concentrou mais uma vez, e pode ouvir por uma fração de segundo a movimentação de Pierre. Tentou ouvir novamente e, por instinto, criou chamas em seus antebraços e defendeu o chute vindo do garoto. Os dois se encararam novamente e partiram pra cima um do outro, chocando os punhos mais uma vez. A cada vez que se encontravam, uma explosão de pequeno porte surgia com o impacto de chamas e raio. E então, quando iam repetir o movimento, Damion surgiu no meio dos dois, parando a luta.

- Chega por hoje. Voltem aos dormitórios. - Os dois se acalmaram e pegaram seus parceiros feridos pelo ombro, voltando cada um de onde tinha visto.

Do alto da Torre, os homens misteriosos ficaram fascinados. Boquiabertos, um deles se pronunciou:

- Incrivel! Eles descobrira, seus poderes hoje e já lutaram dessa maneira! Pelo visto, temos dois prodígios aqui. Principalmente aquele. - O Homem sorriu largamente.

- Não se anime tanto, Razvan. Uma habilidade dessas pode ser perigosa para nós. Temos que ter cuidado... Com certeza é "ele". - Disse o homem do centro.

Todos na sala se calaram, e então os três homens foram indo embora, um de cada vez, enquanto Damion voltava. Ele olhou para o diretor, e ambos ficaram pensativos, sem dizer uma única palavra.

Enquanto isso, em seu quarto, Shiroh colocava o amigo na cama. Eles se olharam, e Nolan estava com um ar chateado.

- Eu não consegui pará-lo! Preciso treinar, e rápido! Preciso ficar mais forte do que... -

- Acalme-se amigo. Teremos tempo para isso depois. Agora precisamos descansar, para nos recuperarmos. - Ambos consentiram, e viraram-se para os cantos, pegando no sono em longas horas depois. Mas antes, os pensamentos de Shiroh ficaram cheios de perguntas, que ainda não tinham respostas... mas quem sabe um dia terão.